sábado, 1 de agosto de 2009

Eventos hidrológicos críticos no Brasil

José Machado, economista, ex-prefeito de Piracicaba, diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA)

Comunidades das mais diferentes regiões do planeta estão vulneráveis, em maior ou menor escala, a situações naturais adversas. No Brasil, por suas características de geologia e de clima, aparecem como desastres naturais mais comuns as inundações, as secas e os deslizamentos de encostas, que estão fortemente relacionados à ocorrência de fenômenos climáticos, em especial os denominados 'eventos extremos'. O ano de 2009, particularmente, vem sendo marcado pela significativa ocorrência de tais eventos e, conseqüentemente, vultosos danos e prejuízos têm repercutido no desenvolvimento nacional.

As inundações, como as ocorridas no Norte e no Nordeste neste ano, e as secas, como a que ocorreu no Sul, há poucos meses, têm cada vez mais chamado a atenção da opinião pública, uma vez que causam impactos econômicos e sociais importantes. Em muitos casos, a exaustiva divulgação dos efeitos das mudanças do clima tem levado, precipitadamente, à conclusão de que a origem e intensificação desses eventos estão unicamente relacionadas às ditas mudanças.

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Fonte: Terra Sustentabilidade

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Ambiente tem nova forma de mobilizar

Lucas Frasão

São, no máximo, 140 caracteres para passar o recado. Com essa ideia simples, o Twitter cresceu 1.382% em apenas um ano, chamando a atenção de agentes importantes para o desenvolvimento sustentável. Órgãos públicos, entidades não governamentais e até mesmo internautas engajados aderiram à novidade e, cada vez mais, interagem com as chamadas redes sociais.
Mas de que maneira essas redes podem estimular iniciativas de sustentabilidade? "Só existe rede quando o grupo se mantém por um tempo, gerando confiança e identidade entre as pessoas", diz o espanhol David Ugarte, autor de O Poder das Redes (EdipucRS, 2008) e membro do conselho do Ecoperiodico.com, um jornal online, colaborativo e global para questões ambientais. "Como toda forma não hierárquica de sociedade, as redes sociais são, antes de tudo, coesivas. É natural que sempre apontem para a sustentabilidade social e ambiental." Ugarte lembra de alguns exemplos ecológicos que nasceram em redes.
O movimento Hora do Planeta, que mobilizou pessoas do mundo inteiro a desligarem as luzes de casa no dia 28 de março, é um deles. "Surgiu de uma iniciativa promovida em blogs e fóruns verdes na Austrália", diz Ugarte. No início de 2008, na Estônia, brotou na internet uma ideia chamada ?Vamos Fazer!?, que, ganhando apoio de celebridades e mídia gratuita, conseguiu reunir mais de 50 mil pessoas para limpar 10 toneladas de lixo do país em um único dia. Os 10.656 pontos de sujeira foram localizados no Google Maps, acessível a todos os voluntários.Em cerca de 5 horas, no dia 3 de maio daquele ano, eles conseguiram limpar todos esses pontos com cerca de 500 mil (cerca de R$ 133 mil), valor gasto com a campanha.
Fonte: Estadão Online

SMA incentiva a participação municipal no Pacto das Águas

Envolver todos os 21 Comitês de Bacias Hidrográficas do Estado de São Paulo, tornando-os propulsores entre os municípios que os compõem, visando o maior número possível de adesões ao Pacto das Águas ,foi o objetivo do encontro promovido, em 28.07, na sede da Secretaria Estadual do Meio Ambiente - SMA, na capital.

O “Pacto das Águas – São Paulo” foi lançado, no último dia 02.06, pela SMA e Governo do Estado para obter o engajamento dos municípios paulistas ao “Consenso de Istambul sobre a Água”, tratado internacional criado durante o V Fórum Mundial da Água, realizado na importante cidade turca, em março de 2009.

O acordo internacional, na realidade um documento de compromissos pelo qual se estimula a participação efetiva dos municípios e órgãos regionais na gestão dos recursos hídricos frente às atuais crises de escassez de água, falta de saneamento e aquecimento global, teve por ocasião do evento em Istambul a adesão de 250 representantes de governos locais e regionais. No Estado de São Paulo, até o momento, 272 Prefeituras e um Consórcio Intermunicipal - o das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí - assinaram o documento.

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Fonte: SMA

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Educar para transformar

Marina Silva

A ampliação da consciência ambiental - capaz de contribuir para mudar valores e atitudes, acarretando alterações no modelo de desenvolvimento econômico predatório e nas políticas públicas do Brasil - só pode ser gerada como fruto de um amplo processo de transformação sociocultural.

Em 2009, o Brasil comemora 10 anos de construção da Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA). E, nesta semana, de 22 a 25 de julho, realiza-se o VI Fórum Brasileiro de Educação Ambiental, no Rio de Janeiro. Juntamente acontece a consulta nacional aos movimentos de juventudes para a elaboração do Programa Juventude e Meio Ambiente.

O Fórum é organizado pela Rede Brasileira de Educação Ambiental (REBEA) e reúne sociedade e gestores públicos para discutir a educação ambiental no país. Ele é um importante espaço de diálogo e apresentação de propostas. Já a consulta é uma reivindicação dos jovens, que desejam instituir políticas públicas estruturantes para fortalecer a relação entre eles e as ações de proteção ao meio ambiente.

A educação ambiental é relativamente nova. E a formulação de políticas para sua efetiva implementação deve entrelaçar os diversos olhares e saberes. Não é à toa que, no Brasil, ela se construiu sob forte influência da pedagogia de Paulo Freire e integra experiências internacionais que unem educação e meio ambiente.

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Fonte: Eco-finanças

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Preservar começa a dar retorno


Falta de retorno econômico não será mais desculpa para os agricultores de Joanópolis e Nazaré Paulista (SP) não investirem na preservação ambiental. A exemplo do que já vem ocorrendo nos municípios de Extrema (MG) e Rio Claro (RJ), foi lançado recentemente um programa estadual que propõe a remuneração do agricultor por serviços ambientais prestados, com foco na proteção e recuperação de mananciais.

A iniciativa de pagar o produtor que adota práticas conservacionistas na propriedade é do Programa Produtor de Água, parceria entre as Secretarias paulistas de Agricultura e do Meio Ambiente, a ONG The Nature Conservancy (TNC), a Agência Nacional de Águas (ANA), o Banco Mundial e a Prefeitura de Extrema, entre outras instituições.SERVIÇO AMBIENTAL"A legislação pune quem não preserva o ambiente.

O programa é inovador porque paga quem presta um serviço ambiental", diz o coordenador da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), José Luiz Fontes. O programa é piloto e dura três anos, mas deverá ser expandido para todo o Estado e ser permanente.

Fonte: Suplemento Agricola Estadão Online

terça-feira, 28 de julho de 2009

Rios de São Paulo: Rio Piracicaba tenta sobreviver

Fonte: Bom dia, São Paulo

Encontro, em Jaú, discute soluções para questões como água e florestas.


O Encontro Água & Floresta – Buscando Soluções reuniu, em Jaú, interior do Estado, representantes das microbacias de Ibitinga, de Mineiros do Tietê e de Jaú, que integram a Bacia Hidrográfica do Tietê-Jacaré. Como o próprio nome do encontro sugere, os assuntos tratados foram questões relacionadas aos recursos hídricos, áreas verdes e educação ambiental, com o objetivo principal de desenvolver instrumentos, metodologias e estratégias para viabilizar a recuperação de matas ciliares no Estado.

O encontro, realizado nos dias 2 e 3 julho, foi organizado pela Coordenadoria de Educação Ambiental, da Secretaria Estadual do Meio Ambiente - SMA, constituindo-se em uma das atividades do Projeto de Recuperação de Matas Ciliares - PRMC, que vêm sendo realizadas nas seguintes Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHIs): Aguapeí, Mogi-Guaçu, Tietê-Jacaré, Paraíba do Sul e Piracicaba-Capivari-Jundiaí.

Antes deste encontro, já haviam sido realizados eventos similares em Taubaté, na Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul, sobre o tema “O Estado da Arte da Educação Ambiental’’, em novembro de 2006; em Marília, na Bacia Hidrográfica do Aguapeí, sobre o tema “Educação Ambiental para Gestão Participativa”, em julho de 2007; e em Jaboticabal, na Bacia Hidrográfica do Mogi-Guaçu, sobre o tema “Vivenciar para Agir", em julho de 2008. O próximo encontro será na Bacia Hidrográfica Piracicaba-Capivari-Jundiaí, em novembro de 2009.

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Fonte: SMA

segunda-feira, 27 de julho de 2009

O besouro é nosso

Marina Silva

LI, NA SEMANA passada, duas notícias que contam como nossas riquezas naturais continuam sendo ignoradas por nós e apropriadas por outras nações. A primeira dizia que em março o Museu de História Natural de Genebra divulgou sua nova aquisição: o Titanus gigantus, o maior inseto do mundo, conhecido como besouro gigante da Amazônia. Seu tamanho impressiona -é maior que a mão de um adulto- e certamente fará sucesso entre os visitantes. De acordo com o museu, acredite-se ou não, o besouro teria "viajado por engano na mala de um turista suíço".

Assustado, ele teria chamado uma empresa de dedetização, que encaminhou o espécime ao museu. Outro besouro brasileiro também vem fazendo sucesso, nos Estados Unidos. Pesquisadores da Universidade de Utah acreditam ter encontrado o cristal fotônico ideal na carapaça do besouro Lamprocyphus augustus. Esse cristal é essencial para a construção de circuitos eletrônicos que manipulem dados por meio de luz (fótons), em vez de cargas elétricas (elétrons). E o curioso é que os cientistas americanos não tiveram trabalho para conseguir o inseto brasileiro. Encomendaram-no a um vendedor da Bélgica, pela internet. Não duvido que, apenas com a tecnologia decorrente das pesquisas com este único besouro, os americanos produzam mais riqueza do que todo o valor anual da exploração ilegal de madeira, da soja e do gado na Amazônia.

Temos a maior porção da maior floresta tropical do planeta. É um tesouro em biodiversidade que precisa ser cuidado e explorado pelo Brasil. Em 2006, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou a falta de controle nas fronteiras como razão da perda anual de US$ 2,4 bilhões, com a saída de animais e plantas que acabam por gerar produtos patenteados no exterior. São muitas as ameaças à biodiversidade brasileira: biopirataria, aquecimento global, desmatamento, tráfico de animais, superexploração de espécies. E a mais terrível parece ser a nossa inoperância diante disso tudo. Em 1994, o Brasil ratificou a Convenção da Biodiversidade Biológica.

Em 1995, apresentei proposta no Senado para disciplinar o acesso aos recursos genéticos no país. O projeto (PL 4.842) foi à Camara dos Deputados em 1998 e lá está até hoje. Outra tentativa foi feita em 2003, por meio do Ministério do Meio Ambiente. Nova proposta foi negociada por mais de cinco anos, com todos os setores interessados. Novamente deu em nada. Continuamos sem regras. E todo o conhecimento gerado pela biodiversidade continuará sendo apropriado por quem chegar primeiro, sem gerar dividendos para o país.

Fonte: Folha Online

Minc vê 'racismo ambiental' no envio de lixo ao Brasil

O Brasil pretende protagonizar uma discussão mundial sobre o envio de lixo de países ricos para países em desenvolvimento, anunciou na quinta-feira (23) o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, após vistoriar os contêineres com lixo inglês encontrados nas últimas semanas no Porto de Santos. O ministro classificou a prática de “racismo ambiental” e afirmou que, por causa de ações como o plano de mudanças climáticas e o fundo amazônico, o Brasil é respeitado e está apto para cobrar providências internacionais na questão ambiental.“Vamos cobrar dos países ricos que não permitam que as empresas cometam esse crime ambiental e alertar aos países em desenvolvimento para o fato de que eles estão servindo de lixeira dos países ricos, que no discurso vão salvar o planeta, mas não conseguem nem tratar do próprio lixo”, afirmou Minc.

O lixo inglês começou a ser encontrado no Brasil no fim do mês passado. Armazenada em 89 contêineres distribuídos nos Portos de Santos e de Rio Grande e em uma estação alfandegária de Caxias do Sul (RS), a mercadoria importada como plástico para reciclagem na verdade tem mais de 1,7 mil toneladas de lixo, descrito pelo ministro como “lixo doméstico e hospitalar, material em decomposição, chorume, insetos e ‘patogenias’.

De acordo com Minc, o Itamaraty entrou em contato com a Inglaterra, que se prontificou a tomar todas as medidas necessárias para receber o lixo de volta. Os 48 contêineres que estão no Rio Grande do Sul começarão a ser devolvidos na segunda-feira. O ministro do Meio Ambiente britânico, Hilary Benn, já ordenou uma investigação sobre as cargas enviadas ao Brasil.

Fonte: Ambiente Brasil