segunda-feira, 23 de março de 2009

Rios Voadores revelam importância da Amazônia

“De onde vem a nossa água?” Essa foi a pergunta que motivou o casal Gérard e Margi Moss a começar a terceira fase do projeto Brasil das Águas - depois de terem realizado um estudo completo sobre a qualidade das águas brasileiras na primeira etapa e feito um trabalho de conscientização com a população ribeirinha sobre a importância da preservação dos rios. De agosto de 2007 a março deste ano, eles percorreram, em seu avião monomotor, juntamente com uma equipe de especialistas do CENA – Centro de Energia Nuclear e do CPTEC/INPE – Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, a trajetória dos vapores de água que saem do Oceano Atlântico, chegam à Amazônia, são “reciclados” e distribuídos para o restante do território brasileiro e da América Latina, até o limite da cordilheira dos Andes.
Batizadas de Rios Voadores, essas correntes de vapor d’água também deram nome ao projeto. A bordo, nas doze expedições realizadas, ia também um equipamento com tecnologia inovadora, desenvolvido pelo CENA, que coletava amostras de vapor d’água, transformando-as em gotículas, que eram posteriormente analisadas por uma equipe de cientistas e acabaram por responder à pergunta inicial. O trabalho é pioneiro no mundo e ajudam a aumentar o entendimento sobre os processos meteorológicos, assunto ainda pouco estudado no Brasil. Com a quantidade de dados coletados nas mais de 1000 amostras de gotículas de água durante um ano e meio de trabalho, ainda é possível se chegar a muitas conclusões daqui em diante.
De todo modo, os primeiros resultados são claros ao revelar os impactos que a existência da floresta amazônica exerce sobre o clima e a quantidade de chuvas no restante do país, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, assim como em outros países da América do Sul.


Fonte: Planeta Sustentável