sábado, 21 de março de 2009
Para vizinhos, Brasil deveria ver água como direito humano
Vários países da América Latina, como Bolívia, Equador, Venezuela, Cuba e Uruguai, além de Suíça e Espanha, se mostraram descontentes com a posição dos brasileiros, que estariam se negando a debater o assunto.
O motivo do descontentamento destas nações tem origem em uma mudança na declaração ministerial, na qual a água passou a ser declarada como "necessidade humana básica", ao invés de "direito humano básico", reduzindo as implicações políticas do documento.
Fontes diplomáticas explicaram à Agência Efe que esta mudança provocou mal-estar na "maioria" dos países presentes em Istambul, que pediram a reabertura do debate durante o fim de semana, com a chegada dos representantes ministeriais. Brasil, EUA, Egito e Turquia estariam se negando a reabrir o diálogo e teriam bloqueado qualquer possibilidade de mudança.
"O Brasil não quer reconhecer publicamente que se opõe à declaração da água como um direito humano básico", disseram as fontes à Efe. Os países críticos ainda se mostraram descontentes com o fato de o Fórum Mundial da Água ser organizado por uma instituição privada, como o Conselho Mundial de Água. "É muito triste que os Governos se submetam a um conselho privado dominado por grandes empresas", disse um assessor do Ministério das Relações Exteriores da Bolívia.
Veja também:
Estados e empresas divergem sobre gestão da água
Desavenças marcam segundo dia do Fórum Mundial da Água
Crise pode retardar avanço da água potável, diz Banco Mundial
Vergonha de falar em saneamento barra avanços, dizem ONGs
Fórum Mundial da Água começa com 17 prisões na Turquia
Fonte: estadao.com.br
Plano de Recursos Hídricos ganha apoio da indústria
O plano foi construído com participação da sociedade civil, de grupos setoriais e ganhou o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para o gerente-executivo de Competitividade Industrial da CNI, Augusto Cesar Jucá, é necessário também uma mudança de cultura do uso da água.“A cobrança pela água é uma construção de valor. Não estamos falando do preço, mas do valor que a água tem para sociedade e para a atividade econômica".
A cobrança pelo uso da água pela indústria já está implantada em duas bacias hidrográficas - Paraíba do Sul, e Piracicaba, Capivari e Jundiaí, ambas localizadas na região Sudeste - e adota os conceitos do usuário-pagador e do poluidor-pagador, para combater o desperdício e poluição das águas.Jucá explica que o modelo brasileiro de gestão de receitas provenientes da cobrança pelo uso da água é um avanço. No entanto, é preciso aprimorar a gestão do que é arrecadado.“A cobrança deve ser precedida da concessão de direito de uso e não ser destinada para suprir a falta de investimento público em saneamento”.
Para a CNI, esses recursos poderiam ser aplicados na recuperação de mata ciliar, na proteção de mananciais e em incentivos para o desenvolvimento de novas tecnologias que busquem a utilização mais eficiente da água. No próximo domingo, 22 de março, comemora-se o Dia Mundial da Água. De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), a indústria é responsável por 18% do consumo de água no Brasil. No mundo, a média de consumo pelo setor indústria é de 20%.
Fonte: DCI
sexta-feira, 20 de março de 2009
Estados e empresas mostram divergências sobre gestão da água
O problema, segundo Emanuele Lobina, pesquisador sobre serviços públicos da Universidade de Greenwich (Reino Unido), é que o Banco Mundial, um dos principais atores dentro do Conselho Mundial da Água e também do Fórum, mantém uma posição "teimosa" a favor do mercado. Por sua vez, as multinacionais do setor de água buscam explicar a posição do setor privado, cuja imagem foi deteriorada pelo ativo trabalho de acadêmicos e ONGs.
Gérard Payen, presidente da AquaFed, uma federação que reúne cerca de 300 empresas (mais da metade do setor privado), diz que essas companhias não são "um grupo de pressão que luta contra a gestão pública". Para Payen, "a água tem que ser mais bem administrada, pois milhões de pessoas esperam melhores serviços. Há gente que ainda espera que o setor público dê acesso à água, um acesso que não chega". O presidente da AquaFed é considerado um dos "senhores da água" por ativistas críticos como Maude Barlow, conselheira da ONU, que exige declarar a água um 'direito humano fundamental' para que deixe de ser um bem comercial.
Em entrevista à Agência Efe, Lobina disse que "a gestão privada dos recursos hídricos, cujo auge ocorreu na década de 90 nos países em desenvolvimento, e especialmente na América Latina, mostrou ser fracassada". O pesquisador explica os problemas da atuação privada: "as empresas não investiram todo o dinheiro que deveriam e aumentaram as tarifas de água de forma insustentável. Portanto, este modelo encontrou muita resistência popular" - muitas delas abandonaram as concessões de águas de grandes cidades da América Latina."O setor privado tem um objetivo principal: maximizar os lucros. O setor público, embora não seja perfeito, não tem um objetivo rígido, sendo mais flexível no momento de experimentar novos métodos de participação", acrescenta Lobina.
Fonte: Folha Online
quinta-feira, 19 de março de 2009
Colapso global como freio de arrumação
O colapso global ajuda a pensar no seu contrário: o crescimento econômico, um dos mais amplos e profundos anseios coletivos contemporâneos. E oportuna referência está no trabalho de uma comissão formada por 18 sumidades de 16 países, sob a liderança de Spence, Solow e Leipziger, publicado em meados de 2008 pelo Banco Mundial: "The Growth Report - Strategies for Sustained Growth and Inclusive Development".
A comissão propôs que o mundo se mirasse no exemplo de 13 países que, desde 1950, conseguiram que seus PIB crescessem a uma taxa média igual ou superior a 7% em período de ao menos 25 anos: Botsuana, Brasil, China, Hong Kong, Indonésia, Japão, Coreia, Malásia, Malta, Omã, Cingapura, Taiwan e Tailândia. Sem sequer discutir se poderia ser possível para o conjunto aquilo que foi possível para uma de suas partes, caindo assim na conhecida falácia da composição, o relatório pretende que o PIB mundial possa mais do que quintuplicar em um quarto de século.
Isso não quer dizer que tenham sido ignorados problemas como o do aquecimento global, ou de disparada dos preços relativos de produtos energéticos e alimentares. Ao contrário, na quarta parte do documento eles são considerados como "novas tendências globais", junto com temas mais políticos, como as resistências à globalização. Só que tudo isso é entendido como exógeno. Nada teria a ver com o próprio crescimento econômico. Nem mesmo as dificuldades para se reduzir emissões de gases de efeito estufa chegam a ser consideradas nesse cenário de multiplicação do PIB mundial por 5,4 em um quarto de século.
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Fonte: Eco-finanças/Valor Econômico
O caso do Código Florestal
Tenho constantemente escrito nesta coluna sobre clima, mais especificamente aquecimento global, florestas e desmatamento.Enfim, temas presentes na agenda ambientalista, estratégicos para o futuro do planeta e do Brasil.
Reconheço que sempre fico na dúvida se insistir não significa perder o leitor: criar uma sensação de que não há nada de novo no front. A título de exemplo, a Folha de São Paulo de ontem (05/03/09) tem como chamada principal o impacto da poluição gerada pelos automóveis, causando a morte de vinte pessoas por dia na grande São Paulo.
Inúmeras vezes falamos sobre isso, inclusive no que tange à qualidade do diesel brasileiro. Pessoalmente acredito que o maior desafio a ser enfrentado nessas questões se dá no campo de mobilização da sociedade, a quem cabe definir com clareza as suas demandas e quem são os responsáveis direto ou indiretamente por atendê-las. Parece fácil, mas são questões complexas, que dependem de muitos fatores e mais do que tudo perseverança.
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Fonte: Eco-finanças (Terra Magazine)
São Paulo anuncia mais uma etapa da despoluição da represa Guapiranga
Foram investidos na obra Mombaça-Crispim R$ 20 milhões para a construção de coletores-tronco numa extensão de 8 km, três estações elevatórias, 3,3 km de linhas de recalque, 44 km de rede coletora e 5.350 ligações domiciliares, de acordo com dados da Secretaria de Saneamento.
As obras de interligações das redes do sistema de esgotamento sanitário ao coletor Embu-Mirim, que são complementares ao Projeto Tietê II, recebem investimentos no valor de R$ 1,5 milhão.
As obras fazem parte do Programa Mananciais – Vida Nova e cerca de 90 mil pessoas serão beneficiadas diretamente com os dois projetos.
Coca-Cola se compromete com US$30 milhões para projeto de água potável por toda África

Shoppings de São Paulo investem em gestão de recursos hídricos
A preocupação com a redução do consumo de água já está em pauta em seis shoppings do Estado de São Paulo. Todos os dias, os shoppings Boavista, Campo Limpo, Plaza Sul (zona sul de São Paulo), Penha (zona leste de São Paulo), Metrópole (São Bernardo do Campo) e Parque D. Pedro (Campinas) recebem diariamente 180 mil visitantes. Os empreendimentos investem em uma série de medidas para que, até o ano de 2012, o consumo de água por visitante seja de apenas 4 litros por dia.
Entre as ações para diminuir o consumo do recurso natural estão descargas econômicas nos sanitários e torneiras com arejadores no bocal. A peça hidráulica possibilita a diminuição da vazão de água. No Shopping Campo Limpo e no Boavista, por exemplo, o mecanismo reduziu a vazão em 3,5 vezes em relação ao sistema anterior. Com as medidas, em 2008 os shoppings registraram uma redução de 2,7% litros de água por visitante, comparado a 2007. A meta para 2009 é reduzir o consumo de água (litros por visitante) em 1% comparado ao consumo de 2008.
Os seis shoppings, que são administrados pela Sonae Sierra Brasil, são certificados com a ISO 14001, uma conquista inédita do setor de shoppings centers no país. Conhecida por ISO Verde, a certificação 14001 é o aval de institutos internacionais dado às empresas que adotam rigorosos princípios de gestão ambiental.
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Fonte: Fator Brasil
quarta-feira, 18 de março de 2009
Crise pode retardar avanço da água potável, diz Banco Mundial
Com a redução das verbas, pode ser retomado um círculo vicioso de serviços ruins, alta inadimplência e poucos investimentos, disse Jamal Saghir, diretor de Energia, Água e Transporte do Banco Mundial. Falando no Fórum Mundial da Água, em Istambul, ele disse que as empresas de abastecimento hídrico do mundo todo têm de melhorar sua eficiência de modo a convencer os governos que vale a pena investir nesse serviço.Enquanto isso, novos empreendimentos devem ser cancelados, e os projetos atuais de infra-estrutura hídrica podem sofrer pressões de custos, disse ele.
Mais de 20 mil ambientalistas, cientistas e especialistas em água e ajuda humanitária estão no fórum discutindo questões relativas a água, mudança climática e desenvolvimento com ministros de cerca de 120 países.A conferência foi criticada por alguns grupos de ativistas por não salientar suficientemente o fato de que a água potável é um direito humano básico. Uma das chamadas Metas de Desenvolvimento do Milênio, instituídas pela ONU no começo da década, é reduzir pela metade até 2015 a proporção de pessoas sem acesso à água potável. Atualmente, há cerca de 1 bilhão de pessoas sem acesso à água, e 2,6 bilhões sem saneamento básico.
Angel Gurria, secretário-geral da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE), disse à conferência que os governos devem rever o financiamento dado aos serviços hídricos - normalmente um misto de tarifas dos usuários, arrecadação fiscal e, em alguns países, subsídios. Ele afirmou que, caso a crise dificulte a obtenção de crédito, os países devem buscar formas de adotar gradualmente sistemas mais baseados nas tarifas, que também protegeriam os menos capazes de pagar.
Em um relatório divulgado na conferência, a OCDE disse que a crise financeira representa uma oportunidade de tornar a infraestrutura hídrica mais eficiente, o que naturalmente atrairia mais investimentos.
Fonte: estadao.com.br
Rio de Janeiro faz mutirão de limpeza dos rios
Fonte: Ambiente Brasil
Máquina limpa cana sem usar água
A primeira máquina está sendo fabricada em Cravinhos, região de Ribeirão Preto (SP), e iniciará testes numa usina de pequeno porte na próxima safra, a partir de maio."Nosso sistema visa o baixo consumo de energia que, em vez de ser consumida, pode ser vendida pela usina", diz o engenheiro mecânico Marcelo Bignelli. Ele, ao lado do pai, Milton, químico industrial e ex-administrador de usinas, e do tio Pedro, dentista e professor da Universidade de São Paulo (USP), desengavetaram o projeto em 2000. Mas Milton já pensava em algo sobre o assunto desde 1956, quando via os desgastes dos equipamentos provocados por impurezas. E o carregamento de cana ainda era manual e nem se usava água para lavar a cana.
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Fonte: Suplemento Agrícola/estadao.com.br
terça-feira, 17 de março de 2009
Sabesp vai trabalhar com aterro sanitário na Grande SP
O depósito da Sabesp será operado onde atualmente há um lixão que recebia 80 toneladas por dia, ao lado da Represa do Guarapiranga, que abastece 3,8 milhões de pessoas. O local foi interditado em junho de 2008 e chegou a ser multado 14 vezes em quatro anos. Segundo o protocolo, a Sabesp entregará em 120 dias estudo de viabilidade econômica e as formas como será feita a parceria. Definida a viabilidade do negócio, a Sabesp poderá operar a área por 30 anos. A princípio, o município vai ceder o terreno e a companhia vai operar o aterro. Embu-Guaçu, Juquitiba e São Lourenço da Serra. Taboão da Serra pode ser inserida posteriormente. Um outro protocolo também pode criar um aterro em São João da Boa Vista, no interior.
O estudo vai apontar uma tarifa a ser paga e ela terá preço competitivo, pois esses municípios gastam muito para transportar seus resíduos para outras cidades?, diz o assessor executivo da Diretoria Metropolitana da Sabesp, Nilton Seuaciuc. Hoje, esses municípios destinam o lixo para um aterro particular em Caieiras.
Fonte: AE - Agencia Estado
Modelo de livre mercado para exploração de água destrói cidade chilena

Quillagua é uma das várias pequenas cidades que estão sendo engolidas em meio à cada vez mais intensa guerra pela água no país. De acordo com os especialistas, em nenhum outro lugar o sistema de compra e venda de água é mais permissivo do que no Chile, onde os direitos à água constituem-se em propriedade privada, e não em um recurso público, e podem ser comercializados como mercadorias, em um ambiente caracterizado por pouca fiscalização governamental e escassas salvaguardas do meio ambiente.
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Fonte: Uol Notícias/The New York Times
segunda-feira, 16 de março de 2009
Fórum Mundial da Água começa com 17 prisões na Turquia

Protestos agitam Fórum Mundial da Água em Istambul
Chefes de estado, engenheiros e ecologistas vão discutir os desafios relacionados com os recursos hidrícos face ao aquecimento global e à crise económica. Entre os temas em cima da mesa, estará a partilha das águas do rio Tigre entre o Iraque, a Turquia e a Síria, um dos principais diferendos transfronteiriços internacionais relacionados com os recursos hidricos.
Ontem, centenas de organizações manifestaram-se em Istambul contra o encontro, que apontam como uma reunião dos “propietários dos recursos hídricos mundiais”.
Os militantes ecologistas exigem que a água seja reconhecida como um direito humano, uma reivindicação que não está incluída na agenda de debates do fórum.
Esta manhã, dezenas de manifestantes foram detidos pela polícia durante um novo protesto na cidade. Os militantes organizam um fórum alternativo na universidade Bilgi de Istambul, para promover soluções ao nível do sector público. Varias associações ecologistas prevêem que dois terços da humanidade possam ser vítimas da escassez de água até 2025.
Actualmente 80% das doenças nos países pobres são devidas à má-qualidade das águas, que na maioria dos casos não são submetidas a qualquer tratamento.
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Fonte: Euronews
domingo, 15 de março de 2009
Aumento da população e mudança climática ameaçam o abastecimento de água
O documento de 348 páginas mostra um panorama sombrio, principalmente nos países em vias de desenvolvimento, e descreve uma situação preocupante para as futuras gerações. A água faz parte de uma complexa rede de fatores que determinam a prosperidade e a estabilidade de um povo, explica o estudo. A falta de acesso à água, segundo o trabalho, aumenta a pobreza e as privações e é uma causa potencial de distúrbios e conflitos."A água está vinculada às crises da mudança climática, ao abastecimento, aos preços da energia e dos alimentos, e à perturbação dos mercados financeiros", acrescenta o texto.
Impactos - O texto assinala dois fatores que diminuem a quantidade de água doce.Um é o impacto humano. Em 2000, havia 6 bilhões de seres humanos, uma população que já aumentou para 6,5 bilhões e poderá alcançar os 9 bilhões em 2050.
O crescimento da população, especialmente nas cidades dos países pobres, provoca uma enorme demanda de água. Cada gota dos rios nos países sedentos é consumida e os governos extraem a chamada água fóssil.
Outro ponto são as mudanças climáticas que, desencadeadas pelo aquecimento global provocado pelo ser humano, vão alterar o modelo das chuvas e reduzir a quantidade de neve derretida, segundo os cientistas.
As agências da ONU dizem também que serão necessários entre US$ 92,4 bilhões e US$ 148 bilhões anuais em investimentos para construir e manter sistemas de abastecimento de água, irrigação e serviços sanitários. O primeiro informe sobre a água foi publicado em 2003 e é atualizado a cada três anos. Este último, intitulado "Água em um mundo mutável", é publicado antes do quinto Foro Mundial da Água, que será realizado em Istambul.
Fonte: Folha Online