sábado, 4 de julho de 2009

O embaixador da ciência

Jerônimo Teixeira
O inglês Richard Dawkins chegou à biologia intrigado com grandes questões sobre a origem da vida. Tornou-se o maior divulgador atual do darwinismo e um ateu militante. No Brasil pela primeira vez, tratou mesmo de exercitar o seu lado de naturalista

Richard Dawkins interrompe a entrevista e aponta para o céu, onde voa um bando de pássaros barulhentos: "Olhe lá! Papagaios". Sóbrio, rigoroso nas suas respostas, Dawkins às vezes se mostra sarcástico – em particular, quando ataca seu alvo preferencial, a religião –, mas não é exatamente uma pessoa expansiva. O entusiasmo quase infantil diante de papagaios e tucanos – uma fauna que ele obviamente não encontra em sua casa em Oxford – pode ser creditado ao fascínio pela natureza que o autor comunica tão bem em livros como A Escalada do Monte Improvável e o recente A Grande História da Evolução, publicados no Brasil pela Companhia das Letras.

Dawkins, no entanto, diz que não se tornou biólogo porque gostava de animais ou plantas. "Devo confessar que nunca fui um grande naturalista. Só desenvolvi isso ao longo dos anos. Minha motivação inicial no estudo da biologia foi filosófica", diz. Sua curiosidade voltava-se para o que ele chama de "grandes perguntas": Por que existe vida? Como ela surgiu na Terra? E suas respostas provêm de uma fonte fundamental: o pensamento de Charles Darwin (este, sim, um naturalista nato). Dawkins, de 68 anos, é hoje o maior divulgador mundial do darwinismo. Mas ele fez muito mais do que apenas "popularizar" a biologia moderna: desde sua estreia espetacular com O Gene Egoísta, de 1976, Dawkins vem, sem exagero, consolidando uma nova visão do mundo.

Dawkins passou duas semanas no Brasil. Foi homenageado no congresso da Animal Behavior Society (Sociedade de Comportamento Animal), que reuniu pesquisadores de 23 países em Pirenópolis entre 22 e 26 de junho. De lá, partiu para uma excursão de três dias pelo Pantanal, acompanhado de outros pesquisadores que participaram do congresso. Voltou maravilhado com a diversidade da vida. "A variedade de pássaros é espetacular. Para minha sorte, fui acompanhado de vários ornitólogos. Não sou um especialista em aves", diz. Na quinta-feira passada, um dia antes de embarcar de volta para a Inglaterra, esteve em Parati, para uma conferência sobre Deus, um Delírio, seu panfleto antirreligião.

Na pousada que abrigou o congresso da ABS, Dawkins era sempre visto no saguão, debruçado sobre seu notebook Apple. Foi um frequentador assíduo e participativo das palestras – saiu entusiasmado de uma conferência de Marlene Zuk, da Universidade da Califórnia, sobre evolução rápida em grilos do Havaí. "Eu mesmo estudei esses grilos nos anos 70. Mas minha pesquisa não deu grandes resultados", diz. O convite para o congresso de comportamento animal ofereceu a Daw-kins a chance de se reconectar com a disciplina através da qual se iniciou no estudo da biologia, no começo dos anos 60, como aluno, em Oxford, do etologista holandês Niko Tinbergen, Nobel de Medicina em 1973. Nas últimas décadas, porém, ele se afastou da pesquisa direta para se dedicar à promoção da ciência. Hoje aposentado, Dawkins foi, de 1995 a 2008, o primeiro ocupante da cátedra de Compreensão Pública da Ciência, estabelecida em Oxford com fundos doados pelo húngaro-americano Charles Simonyi, ex-empresário e programador da Microsoft. "Sou uma espécie de embaixador da ciência", diz Dawkins.

Os livros de Dawkins sempre reservaram farpas para a religião (e em especial para os criacionistas). Mas a cruzada contra a fé passou a ocupar o centro de suas atividades desde o lançamento de Deus, um Delírio, em 2006. O cientista apoiou a campanha que colocou cartazes nos tradicionais ônibus vermelhos de Londres com os dizeres "Deus provavelmente não existe. Então pare de se preocupar e aproveite a vida". Sempre combativo, o biólogo não admite nenhuma solução de compromisso que reserve lugares distintos para a ciência e a religião. "Ao contrário do que muitos afirmam, os dois campos se interpõem, sim. A visão religiosa do universo, a ideia de que o universo tem um criador – isso é, a seu modo, uma teoria científica, embora equivocada", diz. Na perspectiva de Dawkins, portanto, promover o ateísmo é também uma forma de dar seguimento à sua principal missão: divulgar a ciência. Mas ele começa a se ressentir da fama polêmica que o ataque a Deus lhe rende. Lamenta, por exemplo, que os jornalistas em geral só façam perguntas sobre esse tema.

De fato, alguns começam a perceber Dawkins como o arauto de um programa negativo – o homem que diz não a Deus e à religião. Nessa condição é que ele foi satirizado, há três anos, no sempre cáustico desenho animado South Park (sua resposta foi bem-humorada: reclamou da péssima imitação do sotaque britânico feita pelo ator que dublou sua versão animada). A mensagem positiva de Dawkins é uma só: a teoria da evolução, descortinada por Charles Darwin em seu clássico de 1859, A Origem das Espécies. Em O Gene Egoísta, Dawkins encontrou uma linguagem única para expressar o significado profundo desse processo. Ele viu a seleção natural do ponto de vista de sua unidade básica, o gene. As criaturas vivas, argumentava, nada mais são do que veículos para a replicação dos genes através da reprodução. Essa é até hoje a perspectiva básica da psicologia evolutiva, que busca explicar o comportamento animal (humano, inclusive) em bases darwinistas. "Nunca houve um livro de ciência como O Gene Egoísta", escreveu o escritor Ian McEwan no trigésimo aniversário da obra. "Ele precipitou uma mudança colossal na teoria sobre evolução, e ao mesmo tempo conquistou o leigo, sem condescendência, e com estilo."
O ponto de vista revolucionário de Dawkins não foi imediatamente consensual no meio científico. Leitores apressados criticaram o suposto "determinismo genético" do autor. O ataque a Dawkins e a outros biólogos que faziam trabalhos análogos – como Edward O. Wilson, de Harvard – era mais ideológico do que propriamente científico. Alinhados com a esquerda, críticos como o geneticista Richard Lewontin, o neurocientista Steven Rose e o paleontólogo Stephen Jay Gould mostravam aversão programática a qualquer sugestão de que o comportamento humano pudesse ser influenciado pela genética.
"Nunca entendi por que afirmar que a influência do meio ambiente supera a dos genes era tão importante para os marxistas. Talvez tenha a ver com a crença de que o ser humano pode sempre ser aperfeiçoado", diz Dawkins. O Gene Egoísta afinal se estabeleceu como uma referência fundamental para a biologia moderna – e foi seguido de outros oito livros elegantes e envolventes em sua explicação da evolução (um novo título, The Greatest Show on Earth, está para ser publicado neste ano). Sua descrição da vida a partir do gene pode sugerir um materialismo duro e desencantado. A lição final, porém, é de um humanismo radical: o ser humano é o único capaz de se rebelar contra a tirania cega dos genes. "Sempre que usamos um contraceptivo, estamos contrariando o imperativo darwinista da reprodução. E fazemos isso em muitas outras áreas", diz Daw-kins. Darwinista ortodoxo, Dawkins poderia repetir em qualquer de seus livros a afirmação famosa com que Charles Darwin encerra A Origem das Espécies: "Existe grandeza nesta visão da vida".
Fonte: Veja

Tremembé: Secretaria de Agricultura realiza checagem no leito de rios do município

Devido as fortes chuvas ocorridas na região do Vale do Paraíba, o DAEE está monitorando todas as cidades que pertencem à Bacia do Rio Paraíba do Sul para diagnosticar os impactos ambientais existentes. Na última segunda-feira (29), a equipe da SAMA - Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente recebeu representantes do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) para realizar a avaliação e o cadastramento de rios e córregos que podem causar enchentes no município de Tremembé.

Os rios visitados foram o Rio das Pedras, Ribeirão do Moinho, Rio Una, Rio Piracuama e Ribeirão da Serragem.Os técnicos da DAEE detectaram muitas erosões causadas pelo forte escoamento da água das chuvas durante o período chuvoso, que vai de novembro a março.

Segundo o Secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Francisco de Barros Pereira, “Serão necessárias medidas enérgicas na gestão dos recursos hídricos do município para evitar que aconteçam novamente enchentes como a do início de 2009 que afetou, principalmente, o Bairro Padre Eterno”.
Essas medidas serão de responsabilidade e custeio do governo estadual, por meio do DAEE, Bacia do Rio Paraíba e Circuito da Mantiqueira. Segundo o coordenador Técnico da SAMA, Christian Kather, “para reverter a situação da poluição pelo esgoto lançado nos corpos hídricos do município, existe um projeto financiado pela Caixa Econômica Federal e pela Sabesp que propõe que até 2012 cerca de 90% da água despejada no Rio Paraíba do Sul esteja tratada e limpa.”
Existe também um projeto de macro-drenagem do rio Una que será realizado pelos técnicos da Unitau em parceria com os municípios de Tremembé, Pindamonhangaba e principalmente Taubaté, que abriga a maior parte da bacia. Este projeto é fomentado pelo Fundo Estadual de Recursos Hídricos - FEHIDRO e visa minimizar os impactos das cheias.

Assim que concluída a avaliação, serão elaborados projetos com propostas de limpeza e desassoreamento de rios e córregos, canalizações, barragens e reflorestamento da mata ciliar de acordo com as necessidades ambientais do município de Tremembé.

Fonte: Vale Ambiental

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Sustentabilidade e cadeia produtiva

Fábio Feldman

Esta semana meus comentários serão sobre um dos mais importantes acontecimentos ocorrido na área ambiental. Trata-se da decisão de algumas redes de supermercado de não adquirirem carne de áreas de desmatamento da região amazônica.

Este acontecimento marca um importante instrumento na área da sustentabilidade pelo fato de que permite que se trate a questão sócio-ambiental na perspectiva de toda cadeia produtiva. Cada um de nós tem um papel enquanto consumidor neste processo mas somente com o engajamento da rede varejista este papel se efetiva. A menos que esta última assuma o seu papel estaremos dando murro em ponta de faca.

Nesse episódio podemos destacar a ação importantíssima e fundamental de duas ONG's: Amigos da Terra - Amazônia Brasileira, da qual faço parte do Conselho e Greenpeace Brasil, da qual sou membro do Board do Greenpeace Internacional.

A primeira organização vem desde 2006 alertando a diretoria do IFC - International Finance Corporation, o braço privado do Banco Mundial, sobre as irregularidades praticadas na região Amazônica pelo frigorífico Bertin, com quem mantinha contrato de empréstimo. O frigorífico vinha comprando gados ilegais e expandindo suas compras na região, afetando florestas, unidades de conservação e terras indígenas. O relatório da ONG publicado em abril deste ano, "A Hora da Conta", já denunciava que as práticas da Bertin contrariavam seu compromisso com o IFC. Assim, Roberto Smeraldi, diretor da Amigos da Terra, anunciou nesta semana que o IFC decidiu cancelar seu contrato com o frigorífico.

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Fonte: Ecofinanças.

As novas do brasileiro e o meio ambiente

Luís Fernando Guedes Pinto

Duas recentes pesquisas de opinião apontaram tendências do comportamento dos nossos cidadãos em relação a questões ambientais. De maneira complementar, um estudo acadêmico colocou um pouco de luz a respeito dos resultados da certificação socioambiental. Vamos aos resultados!

Na primeira pesquisa, realizada pelo Datafolha, a pedido da Amigos da Terra Amazônia Brasileira, os brasileiros das grandes metrópoles disseram em coro que não trocam a destruição da floresta amazônica pela riqueza gerada de maneira inconseqüente pela produção agropecuária. A maioria absoluta (94% dos entrevistados) afirmou que o desmatamento no País deve parar já. Mais de 90% desejam uma legislação rigorosa e não aceitam novas anistias que podem resultar em desmatamentos ou na impunidade dos responsáveis pelo corte de nossas florestas. A maioria das pessoas quer que o governo assuma o seu papel de garantir o cumprimento da legislação ambiental e a conservação das nossas matas. Ao final, sinalizam que mandarão este recado para as urnas nas eleições de 2010.

Brasileiros e o meio ambiente - A preocupação e o compromisso dos brasileiros com o meio ambiente foi confirmada em uma pesquisa publicada em seguida, pelo mesmo Datafolha, também a pedido da Amigos da Terra Amazônia Brasileira. Desta vez, o recado foi o de que os cidadãos querem saber a origem dos produtos que consomem e se eles contribuem para o desenvolvimento sustentável ou para a degradação socioambiental.

A certificação socioambiental voluntária e independente foi apresentada como uma forma de garantia e os entrevistados declararam estar inclinados a comprar produtos certificados e estão dispostos a pagar mais por produtos com uma origem responsável. Houve um avanço no conhecimento público dos sistemas de certificação existentes, mas este ainda é pequeno para o tamanho do desafio de fazer uma escolha em frente a uma prateleira de supermercado, na loja de móveis ou de material de construção.

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Fonte: Ecofinanças

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Prefeitura de Itanhaém inicia implantação de software com informações da Cidade

O Governo Municipal, por meio da Secretaria de Planejamento, e apoio da Secretaria de Administração, está implantando uma nova ferramenta de informática denominada Sistema de Informações Geográficas Municipais (SIG MUN), desenvolvido com os conceitos de software livre, com o objetivo de melhorar o planejamento e a gestão urbana da Cidade. O SIG MUN reúne o conjunto de informações cadastrais e territoriais do Município georreferenciadas de aproximadamente 22 mil imóveis, correspondendo territorialmente desde a região do Suarão até o Cibratel II. Isto permitirá melhor monitoramento ambiental, acompanhamento do cadastro imobiliário, controle de uso e ocupação do solo, além de supervisionar a infraestrutura urbana e os serviços públicos implantados.

O restante da área territorial do município será incorporada ao banco de dados posteriormente. De acordo com a Secretária Municipal de Planejamento, Rosana Bifulco, a idéia é que o banco de dados possa contribuir com o planejamento urbano, auxiliando no andamento da administração e no desenvolvimento da Cidade. “Com este software será possível por em prática um grande projeto para realização do monitoramento da qualidade ambiental e urbana do Município.

Quando a base de dados estiver completa e todas as informações cadastrais armazenadas de forma organizada, será mais fácil para a Prefeitura planejar suas ações. Também é uma importante ferramenta tributária, já que com ela poderemos localizar os imóveis cuja área construída não está regularizada junto a Prefeitura”.O sistema já foi parcialmente implantado para testes. O primeiro treinamento foi realizado entre os dias 15 e 19 de junho com uma equipe de profissionais da Prefeitura, composta por 25 técnicos dos setores de planejamento, tecnologia, obras, meio ambiente, cadastro, habitação, educação, saúde e transportes.

Em julho acontecerá a segunda fase do treinamento para aprofundar os conhecimentos, já que os usuários, além de fazer consultas ao banco de dados, também serão responsáveis por sua manutenção, atualização e complementação. Todo este trabalho de orientação está sendo feito pela Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologia Espaciais (FUNCATE), a mesma empresa que já desenvolveu o sistema SIGMUN para outros municípios. Toda capacitação está sendo realizada no Centro Tecnológico da Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esportes.

O projeto conta com recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (FEHIDRO), obtidos através do Comitê da Bacia Hidrográfica da Baixada Santista (CBH-BS), com custo total de R$ 177.291,00, sendo R$ 37.232,00 de contrapartida da Prefeitura. Toda verba foi investida em equipamentos, concepção do projeto, utilizando conceitos de software livre, elaboração de base de dados geográficos, desenvolvimento e implantação do SIG.

Fonte: Click Litoral

Rios de SP: rede coletora de Guarulhos vai ajudar a limpar o Tietê

Fonte: SPTV

quarta-feira, 1 de julho de 2009

ONGs vão ao STF para derrubar nova regra sobre compensação ambiental

ISA e Amigos da Terra – Amazônia Brasileira apresentam Reclamação contra o Decreto 6848/09, que estabeleceu teto de 0,5% para a compensação ambiental de empreendimentos com significativo impacto ambiental.

Um mês após o Governo Federal publicar o novo decreto sobre compensação ambiental de empreendimentos com significativo impacto ambiental, modificando radicalmente a regra anterior e transformando o que era piso em teto, fato repudiado por mais de 40 ONGs em nota pública, finalmente veio a primeira resposta de peso da sociedade civil.

Na última quinta-feira (18/06), ISA e Amigos da Terra – Amazônia Brasileira protocolaram a Reclamação 8465, na qual alegam que o novo decreto afronta a decisão do STF, proferida na ADI 3378, que julgou inconstitucional o dispositivo da lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC (Lei nº 9985/00) que fixava um piso de 0,5% do valor do empreendimento para o cálculo da compensação ambiental. “O decreto nº 6848 claramente contraria a decisão do STF, que diz que não se pode basear o valor da compensação no valor da obra, nem como piso e nem como teto”, avalia Raul Silva Telles do Valle, coordenador adjunto do Programa de Política e Direito Socioambiental do ISA, um dos advogados que assinam a ação.

De acordo com a petição apresentada, “ao se impor um montante máximo para a compensação, se estará desestimulando as empresas a investirem em tecnologias que, mesmo que mais caras, sejam mais amigáveis ao meio ambiente, pois elas saberão que isso encarecerá o valor da obra, que volta a ser o fator indexador da compensação. Nessa lógica, quanto mais ‘sujo’ o empreendimento, mais barato ele será, e, conseqüentemente, menor será também o valor da compensação, muito embora o impacto causado venha a ser proporcionalmente maior”.
Para as ONGs, o valor da compensação, para estar de acordo com a decisão do STF, deve ser baseada no impacto ambiental previsto, e não no valor da obra. Espera-se que o STF dê uma decisão rápida sobre o assunto, impedindo assim que empreendimentos sob licenciamento ambiental paguem suas compensações sob essa regra.

Fonte: ISA

terça-feira, 30 de junho de 2009

Atuação da mulher na gestão da água é defendida no Recife

Apesar de estar fortemente envolvida com o uso da água, tanto no contexto produtivo quanto doméstico, a mulher ainda não participa de forma efetiva da gestão dos recursos hídricos no Brasil e em muitos países. Para mudar esta realidade, o Recife sediou uma oficina de capacitação de multiplicadores para a comunidade lusófona (que fala a língua portuguesa).

Participaram do evento representantes de Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e do Brasil. Foi a segunda vez que um encontro dessa natureza foi realizado no País. A oficina foi promovida pela Gender and Water Alliance - GWA e contou com apoio da Agência Nacional de Águas, Rede Brasileira de Capacitação em Recursos Hídricos, Secretaria Estadual de Recursos Hídricos de Pernambuco e Fundação Joaquim Nabuco.

“Desde a Conferência das Nações Unidas sobre Água, na cidade de Mar Del Plata, na Argentina, em 1977, já se falava da questão de gênero na gestão dos recursos hídricos. Mas, desde então, poucas mudanças aconteceram e ainda são os homens que na maioria das vezes e isoladamente tomam as decisões relacionadas à gestão do uso desse recurso natural”, disse Denise Soares, representante do Instituto Mexicano de Tecnologia da Água.

A participação da mulher na gestão dos recursos hídricos foi uma das recomendações da Declaração de Dublin, assinada em 1992, na Irlanda, durante encontro que reuniu diversos países. Dentre os princípios estabelecidos no documento está o que destaca que as mulheres desempenham um papel importante na provisão, gerenciamento e proteção da água. Também reconhece que esse papel ainda não tem se refletido na estrutura institucional para o desenvolvimento e gerenciamento hídrico. “O Brasil, por exemplo, já incorporou alguns desses princípios, menos o que diz respeito à participação da mulher na gestão da água”, ressaltou Daniela Nogueira, que esteve no encontro do Recife em nome da GWA e da Universidade de Brasília.

Os participantes do evento foram selecionados de acordo com a experiência profissional, que deveria incluir trabalhos anteriores com a questão de gênero e/ou com a gestão da água. Um dos objetivos finais do encontro foi formar multiplicadores para atuar nas diferentes regiões dos países participantes, capacitando e incentivando as mulheres a se envolverem no desenvolvimento e gerenciamento dos recursos hídricos.

A programação contou com ciclos de palestras que destacaram o papel da mulher na gestão da água e discutiam temas relacionados ao gênero associado a assuntos como consumo doméstico e saneamento, sociedades tradicionais, agricultura, educação e saúde. Após cada ciclo, foram realizadas oficinas nas quais cada participante podia compartilhar suas experiências sobre o uso da água. Uma delas foi apresentada por mulheres da África. Elas desenvolveram uma técnica alternativa, utilizada em comunidades carentes, em que garrafas PET são usadas como depósito de água e também servem para aquecer o líquido e decantar a sujeira com o uso da luz solar.

Fonte: Diário Oficial Pernambuco

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Consultores vendem "ecoaconselhamento"

Para ajudar famílias que querem ser mais ecológicas, consultores armados de escadas e dispositivos curiosos estão vendendo conselhos sobre eficiência energética, qualidade do ar em ambientes fechados e até métodos para criar um guarda-roupa “ecoconsciente”.George Bryson e Alina Sanchez estão entre os usuários do serviço. Eles contrataram um consultor para lhes dizer o que poderiam fazer em sua casa para ajudar o meio ambiente e, apesar de terem se saído bem no uso da energia, foram reprovados por desperdiçar água.“Costumo pensar muito sob o chuveiro”, justificou Sanchez. (Afinal descobriu-se que a culpa pelo desperdício era dos borrifadores do jardim).

O campo de ecoconsultores pessoais e domésticos é relativamente novo. A GenGreen, empresa do Colorado, EUA, lista pouco mais de 3 mil consultores ambientais em seu site gengreenlife.com, contra 657 quando o banco de dados foi iniciado, em 2007.

Eles incluem auditores energéticos, especialistas em saúde e bem-estar, decoradores e “ecocorretores”, agentes imobiliários especializados em casas “verdes”. Enquanto Estados americanos como Nova York têm programas de auditoria energética com regras e requisitos, não há padrões setoriais para a maioria dos ecoconsultores, que podem variar de engenheiros ambientais a autodidatas.Também há debates sobre se a ação individual importa alguma coisa.

Nenhuma ação individual poderia se comparar, por exemplo, à redução de emissões resultantes do fim da dependência governamental dos combustíveis fósseis, disse Michael Shellenberger, presidente do Breakthrough Institute, grupo de pesquisas na Califórnia.Ele afirma que o impacto das reduções individuais nas emissões é irrelevante, de modo geral. “As pessoas apenas querem se sentir bem consigo mesmas”, disse.

Urvashi Rangan, diretor do greenerchoices.org, site que dá informações sobre produtos e marcas ecológicas, disse que os donos de casa deveriam ter cautela ao contratar um consultor e devem pesquisar e decidir em que áreas querem se concentrar, antes de pagar por uma visita que pode custar centenas de dólares.

Bryson e Sanchez são empresários na faixa dos 40 anos que têm uma casa de três quartos em Los Angeles e que reciclam seu lixo. Eles contrataram Jason Pelletier, cofundador da Low Impact Living, para identificar o que poderiam fazer para ser mais responsáveis ambientalmente. A empresa, criada há três anos, oferece consultoria ecológica e tem um site na web de recursos verdes. O casal estava pensando em fazer isolamento térmico da garagem e se perguntou sobre as opções mais ambientais.

Frank Ackerman, economista do Instituto do Meio Ambiente de Estocolmo, organização de pesquisa afiliada à Universidade Tufts, de Massachusetts, disse que não há uma “ordem” de prioridades para todo o mundo, porque muito depende de onde e como as pessoas vivem. Ackerman está coescrevendo um guia do consumidor sobre as ações que mais beneficiam o meio ambiente, com a organização sem fins lucrativos União de Cientistas Preocupados.Sanchez e Bryson disseram entender os limites da ação individual, mas que ainda assim queriam fazer alguma coisa.

Depois de estudar o relatório de Pelletier, estão reprogramando os borrifadores do jardim para reduzir o consumo de água, assim como considerando o transporte solidário e um aquecedor de água solar, que segundo Pelletier poderá custar US$ 2.500.“Eu acho que tem mais a ver com viver de modo responsável, mesmo que eu não possa sozinho mudar nosso impacto”, disse Bryson. “É fazer o que é certo”, acrescentou Sanchez.

Fonte: The New York Times/Folha

domingo, 28 de junho de 2009

Usina é um marco para o estado de SP

Fonte: SPTV

Ambientalistas debatem ações de preservação da Bacia do Paranapanema

Representantes de órgãos ambientais vinculados às secretarias estaduais de Meio Ambiente e Recursos Hídricos dos estados do Paraná e São Paulo promoveram encontro nesta semana, na sala de reuniões da Prefeitura de Maringá, para debater ações conjuntas de preservação, manutenção e controle da poluição de afluentes, localizados nos dois estados, que compõem a Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema.

Dividida em dois grupos de trabalho, a reunião envolveu 29 técnicos ambientalistas, sendo 13 representantes do governo do Paraná, 13 do governo do Estado de São Paulo, dois da Agência Nacional de Águas (ANA) e um representante da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambientes Urbanos da Ministério do Meio Ambiente (SRHU/MMA).

De acordo com o diretor operacional da Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental do Paraná (Suderhsa), José Luís Scroccaro, por ser um rio que define parte da divisa entre os estados de São Paulo e Paraná, o Paranapanema requer aprimoramento e integração dos dois estados na gestão dos recursos hídricos.“Um acordo já firmado em recente encontro em Londrina, entre os secretários de meio ambiente dos dois estados, estabeleceu a composição deste grupo de trabalho que já promove a cooperação entre órgãos de coordenação e gestores dos recursos hídricos para preservação dos afluentes da bacia hidrográfica”, diz.

Entre os principais rios paranaenses que deságuam no Paranapanema, Scroccaro cita o Tibagi, Pirapó, Cinzas e Itararé. Do lado paulista os rios afluentes são o Itapetininga, Carrapatos, Novo, Apiaí Guaçu e Apiaí Mirim (Alto Paranapanema), além dos rios Pardo, Turvo, Pari e Capivara (Médio Paranapanema) e Pontal do Paranapanema.

A partir de um diagnóstico que está sendo feito das condições atuais do rio serão desenvolvidas ações integradas de educação ambiental entre os governos dos dois estados e órgãos gestores do governo federal. A idéia é promover a articulação entre os seis Comitês Estaduais de Bacias Hidrográficas no sentido de harmonizar procedimentos e estabelecer metas comuns com vista à gestão integrada dos recursos hídricos na bacia hidrográfica.“Nossa proposta também é criar um Plano Diretor de Informação que deverá elaborar um inventário das informações existentes e padronizar essas informações, com vistas à organização de um sistema de informações georreferenciadas para divulgação dos trabalhos nos sítios oficiais dos órgãos envolvidos”, conclui o diretor.

Fonte: ABN News