domingo, 27 de dezembro de 2009

FAPESP e Vale assinam acordo de pesquisa

A FAPESP e a Vale S.A. assinaram um acordo de cooperação científica e tecnológica que apoiará a pesquisa científica, tecnológica e de inovação a ser desenvolvida em áreas como mineração, energia, biodiversidade e produtos ferrosos para siderurgia.

O acordo engloba uma ampla gama de temas de pesquisas, mas a lista tem um caráter indicativo. Algumas das áreas contempladas, como a busca de novas rotas de biocombustíveis e a contabilidade ambiental, são totalmente novas para a Vale.

"Outras, como a melhoria da eficiência energética e a biodiversidade, já eram alvos de parcerias com pesquisadores. E também há áreas, como a de geotecnia, em que temos pesquisa própria, mas consideramos que um olhar externo pode nos beneficiar", apontou Mello.

De minas a cavernas

No campo da energia, o objetivo é desenvolver novas rotas de obtenção de biocombustíveis, por meio de algas e resíduos florestais - uma área em que a Vale não tem expertise -, até estudar modelos capazes de melhorar a eficiência da geração hidrelétrica, entre outros.

No campo da mineração, o acordo indica como área prioritária a busca de métodos de prospecção mineral por sensoriamento remoto e estudos sobre a formação geológica de cavernas e sobre as espécies que as habitam.

A lista inclui também pesquisas no campo da ecoeficiência e biodiversidade, a fim de acelerar a recuperação de ambientes degradados ou reduzir os danos ambientais das atividades da empresa, além de aperfeiçoar o uso de recursos hídricos e identificar materiais sustentáveis para uso em construções próximas às minas.

Pesquisas sobre produtos ferrosos para siderurgia - visando ao aprimoramento dos processos de obtenção da matéria-prima - e o desenvolvimento de novos produtos ou a modelagem matemática de todas as etapas do beneficiamento dos minérios a fim de aperfeiçoar sua eficiência são outras áreas indicadas.

Pesquisa coordenada

Além do acordo de cooperação com a FAPESP, a Vale assinou parcerias em moldes semelhantes com as fundações estaduais de amparo à pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) e do Pará (Fapespa), Estados em que a empresa tem atuação importante em suas atividades produtivas.

A Fapemig investirá R$ 20 milhões e a Fapespa, R$ 8 milhões, para uma contrapartida da Vale que é de R$ 20 milhões em Minas Gerais e de R$ 32 milhões no Pará. Somando o total de investimentos com as três fundações, o investimento chega a R$ 120 milhões.

Segundo Mello, a assinatura dos convênios é uma das decorrências da criação do Instituto Tecnológico Vale, lançado em dezembro e concebido para coordenar as ações de ciência e tecnologia da empresa. "A criação do instituto é uma mudança de paradigma nas estratégias de pesquisa e desenvolvimento da Vale", disse.

"Não se trata de obter apenas ganhos incrementais ou pontuais, pois, para isso, continuaremos investindo em pesquisa própria e em parcerias com universidades e pesquisadores", disse Mello.

Paradigmas na empresa

A previsão de investimentos é de até R$ 40 milhões, sendo metade proveniente da FAPESP e metade da Vale. Os temas contemplados no acordo, alguns bastante abrangentes, refletem a complexidade das atividades da Vale e os desafios que a companhia enfrenta. "Essa amplitude abre múltiplas oportunidades para pesquisa em várias áreas do conhecimento", disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP.

O acordo de cooperação FAPESP-Vale tem foco "no desenvolvimento de tecnologias e processos capazes de mudar paradigmas dentro de empresa", segundo Luiz Eugênio Mello, diretor do Instituto Tecnológico Vale (ITV), o braço de pesquisa da mineradora.

Segundo ele, a Vale, que é a maior empresa privada do país e a segunda maior mineradora do mundo, pretende, com o acordo, aproximar-se de cientistas de instituições paulistas, a fim de desenvolver pesquisa de fronteira em áreas consideradas estratégicas.

Colaboração

A Vale investiu, em 2008, US$ 38 milhões em convênios para desenvolver projetos de interesse da empresa. A empresa aplicou, naquele ano, US$ 1,13 bilhão em pesquisa e desenvolvimento - com um faturamento de US$ 38,5 bilhões - e tem em seus quadros cerca de 500 pesquisadores no Brasil e no exterior, sendo a metade deles doutores.

"Temos parcerias com a Universidade de São Paulo na área de logística, com a Federal de Minas Gerais em hidrometalurgia e com a Federal de Ouro Preto em mineração", disse Mello.

Mello ressalta que a parceria com a FAPESP se justifica pelo tamanho da comunidade científica de São Paulo, que é a maior no país e responde por 51% do número de artigos publicados em revistas internacionais indexadas, e a experiência da Fundação na colaboração com empresas.

Fonte: Inovação tecnológica

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Projeto Aquabio vai realizar diagnóstico na sub-bacia do rio Xingu

O Projeto Manejo Integrado dos Recursos Aquáticos na Amazônia (Aquabio), idealizado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), em parceria com os estados de Mato Grosso, Amazonas e Pará, está sendo implementado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) na área de abrangência da sub-bacia do rio Xingu. Em 2010, entre as ações previstas dentro do projeto, será realizado um diagnóstico rápido participativo na sub-bacia do Rio Xingu.

Em implementação nos municípios de Água Boa, Canarana e Querência, o Projeto Aquabio é financiado com doação do Fundo para o Meio Ambiente Mundial – GEF, por intermédio do Banco Mundial, e possui planos e políticas públicas para promover articulações visando a conservação da biodiversidade e gestão integrada e sustentável dos recursos aquáticos.

Por meio do Aquabio as regiões que possuem projetos de manejo integrado recebem apoio com cursos de capacitação voltados para temas relacionados à biodiversidade aquática e recursos hídricos, e formação em associativismo e cooperativismo. Uma das iniciativas desenvolvidas a partir do Aquabio é a criação do programa de Desenvolvimento de um Sistema de Informações sobre Biodiversidade Aquática (Siba).

O projeto beneficia diretamente técnicos de órgãos governamentais, lideranças comunitárias, universidades, organizações não-governamentais, pescadores, ribeirinhos, agricultores familiares, povos indígenas e produtores rurais.

“O objetivo é promover ações estratégicas voltadas para o manejo integrado da biodiversidade aquática e dos recursos hídricos na bacia amazônica, garantindo assim a sua conservação e uso sustentável”, explicou a coordenadora estadual do Projeto Aquabio, Railda Assis dos Santos.

Segundo ela também está previsto no Aquabio o apoio a projetos locais de manejo integrado de recursos aquáticos, focados no manejo dos recursos pesqueiros, recuperação de áreas degradadas, entre outros.

Além da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) outros órgãos atuam no projeto, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ( Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Icmbio), Fundação Nacional do Índio (Funai), Empresa Matogrossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o Instituto Socioambiental (ISA), e as prefeituras dos municípios de Água Boa, Canarana e Querência.

Vários setores da Sema apóiam as ações previstas no Projeto Aquabio, coordenados pelas Coordenadorias de Programas e Projetos Especiais, e Educação Ambiental. Estão envolvidos nesse trabalho as coordenadorias de Fauna e Recursos Pesqueiros, Resíduos Sólidos, Licenciamento de Propriedades Rurais, Gerência de Aplicação e Desenvolvimento, Comissão de Descentralização da Gestão Ambiental - Coordenadoria de Indústria e a Coordenadoria de Monitoramento da Qualidade Ambiental.

BALANÇO
Em 2009, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) por meio da Coordenadoria de Programas e Projetos Ambientais teve um ano de bastante atuação no que diz respeito ao Projeto Aquabio. Cerca de 600 pessoas, entre produtores rurais, assentados, técnicos de instituições municipais, alunos, professores de escolas municipais, agentes de saúde, entre outros, nos municípios de Água Boa, Cnarana e Querência, receberam qualificação.

Outra ação realizada pela Sema, no âmbito do projeto, foi o monitoramento da qualidade da água na Bacia do Xingu, durante o período de janeiro a dezembro pela Coordenadoria de Monitoramento da Qualidade Ambiental.

Os cursos de capacitação foram voltados para áreas de Educação Ambiental urbana – lixo e nascentes, criação e fortalecimento das organizações envolvidas com a conservação dos sistemas aquáticos, um seminário onde foi enfocado temas como a mediação de conflitos, seminário com diferentes atores que exploram turismo e a pesca profissional, capacitação para pequenos produtores sobre o aproveitamento econômico e preservação das florestas e seminário sobre legislação ambiental enfocando a realidade do município.

De acordo com Railda Assis dos Santos, além da continuidade dos cursos de capacitação, dentro da estratégia de implementação do projeto Aquabio, em 2010 será realizado o diagnóstico participativo da área demonstrativa do projeto (Sub-bacia do rio Xingu). “Nesse diagnóstico serão levantadas as principais questões e problemas a serem abordados pelo projeto em cada área designada, e possíveis indicadores para o monitoramento da biodiversidade local; os atores locais pertinentes e os conflitos existentes e, as iniciativas e atividades existentes que sejam alinhadas aos objetivos do Aquabio”.

Também em 2010 estarão sendo preparadas, selecionadas e implementadas as atividades demonstrativas, que são subprojetos que serão elaborados e propostos por organizações ou instituições locais, ou em associação com estas, para as regiões de abrangência do Aquabio. Para essas ações o grupo alvo serão as lideranças dos setores produtivo e sociedade em geral, incluindo associações de produtores, organizações da sociedade civil, líderes rurais e urbanos, tomadores de decisão, técnicos de extensão rural e outros profissionais técnicos que trabalham com o uso de recursos naturais.

Fonte: O Popular do Vale do Araguaia Online

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Barueri ganha tratamento de esgoto

Fonte: SPTV

Tecnologia francesa trata esgoto com plantas

O Brasil acaba de ganhar um novo aliado no tratamento de resíduos industriais, água e esgoto - hoje uma das maiores carências da população. Trata-se dos jardins filtrantes (ou fitorestauração), uma tecnologia francesa que usa plantas nativas de cada país para filtrar e cuidar dos efluentes de uma maneira mais ecológica e sustentável. Além de preservar a natureza, a solução também dá um toque paisagístico ao ambiente.

A empresa detentora da tecnologia é a Phytorestore France, que abriu uma filial no Brasil em setembro para explorar o mercado nacional. O diretor-geral da empresa, Arnaud Fraissignes, explica que o tratamento dos resíduos é feito por meio de uma sequência de jardins, formados por vários tipos de plantas aquáticas. Cada jardim promoverá uma etapa da despoluição e descontaminação dos materiais, que são jogados em cima das plantas.

Segundo o executivo, as raízes vão absorver e filtrar os resíduos. No final do processo, restará uma água tratada, que poderá ser usada em irrigação, formação de lagoas e outras finalidades (menos para beber). Em relação ao maior questionamento das pessoas, ele garante: "Não há nenhum cheiro ruim durante o processo de tratamento. Temos projetos com pessoas morando ao lado dos jardins".

Entre os projetos assinados pela empresa, estão clientes de peso como o Hotel do Club Med, nas Ilhas Mauricio, e a Louis Vuitton, um dos maiores conglomerados de luxo do mundo. No Brasil, os projetos vão atender à necessidade geral da população. Por enquanto, a empresa negocia três contratos, em Goiás, São Paulo e Minas Gerais. O primeiro projeto deverá ser firmado com uma prefeitura no Estado de Goiás.

A empresa faria o tratamento de esgoto bruto de uma cidade de 10 mil habitantes. Em São Paulo, os jardins vão tratar o lodo de uma estação de tratamento de esgoto, que hoje é depositado em um aterro sanitário. "Nossa tecnologia usa apenas plantas e é mais barata que os métodos tradicionais."

Segundo ele, um jardim médio, para cuidar do esgoto de uma cidade de 10 mil habitantes, custa em torno de R$ 2 milhões. Além disso, a manutenção é muito barata. "Depende apenas de um jardineiro." Confiante no elevado grau de competitividade, a Phytorestore, que no Brasil tem parceria com a empresa nacional Alliance Verte, planeja participar de licitações na área de saneamento.

Fraissignes comenta que a companhia também vai abrir uma biofazenda em 2010, nos moldes da que já existe na França. Nesse local, qualquer empresa poderá levar seus resíduos para serem tratados em jardins filtrantes. Na França, diz o executivo, há tratamento de mais de 40 tipos de efluentes, como lodo, óleo de cozinha, entre outros. Nesse caso, as empresas pagam o serviço por tonelagem. O projeto, que possivelmente será instalado em Suzano, também vai abrigar um centro de desenvolvimento de seleção de plantas e um viveiro.

Fonte: Estadão Online

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Parque Estadual do Rio Doce, em Minas Gerais, será reconhecido internacionalmente como área úmida

Em fevereiro de 2010 o Parque Estadual do Rio Doce, localizado na região do Vale do Aço de Minas Gerais, será reconhecido oficialmente como área úmida internacional.

A lista Ramsar, ou Lista de Zonas Úmidas de Importância Internacional, considera zonas úmidas como áreas de pântanos e corpos de água, naturais ou artificiais, permanentes ou temporários. A relação foi criada em 1971, na Cidade iraniana de Ramsar, com objetivo de conservar áreas úmidas e aves aquáticas.

As áreas úmidas são importantes para a conservação da diversidade biológica. “O parque está inserido em uma região que se configura como o terceiro maior ecossistema lacustre do Brasil, perdendo apenas para o Pantanal e a Amazônia”, afirmou o gerente do Parque Estadual do Rio Doce, Marcus Vinícius de Freitas.

A medida vai garantir uma divulgação internacional para o parque e pode atrair pesquisas e investimentos.

A região possui 40 lagoas naturais, com uma grande diversidade de peixes. A Mata Atlântica predomina e abriga animais ameaçados de extinção, como a onça pintada e o monocarvoeiro, considerado o maior primata do continente.

O Brasil possui oito zonas úmidas incluídas na Lista Ramsar, somando 6,5 milhões de hectares. Além do Parque do Rio Doce, fazem parte a Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense (MA), o Parque Nacional da Lagoa do Peixe (RS), a Área de Proteção Ambiental das Reentrâncias Maranhenses (MA), Parque Estadual Marinho do Parcel de Manuel Luiz (MA), a Ilha do Bananal, no Parque Nacional do Araguaia (TO), o Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense (MT) e a Reserva Particular do Patrimônio Natural do Sesc Pantanal.

Fonte: Ambiente Brasil

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

COP15: sucesso ou fracasso?

Caco de Paula e Matthew Shirts

O mundo não será o mesmo depois da COP15. Haverá, é claro, muito para se fazer ainda. Mas há também notícias positivas. A primeira delas é que o mundo todo tomou consciência do problema. A segunda é que os Estados Unidos e a China, os dois maiores emissores de gases de efeito estufa (GEE), concordaram em participar do acordo pela primeira vez, com metas. É um avanço significativo. Dá um claro sinal às empresas daqueles países – e do mundo -- de que o aquecimento deixa de ser uma preocupação ambiental movida por altruísmo e se firma como questão geopolítica e estratégica.

O papel do Brasil merece destaque. O país, que até pouco, mostrasse pouco entusiasmo pela questão pode ser considerado hoje um dos lideres mundiais no que tange ao aquecimento global. Ficou claro, ainda, que o debate sobre o assunto vai estar no centro da próxima campanha para presidente no nosso país. Os três pré-candidatos - José Serra, Dilma Rousseff e Marina Silva - estiveram atuantes no COP15. E a questão do aquecimento esteve, pelo menos durante a conferência, no centro da grande imprensa brasileira, com direito a manchetes nas primeiras páginas dos jornais e revistas.

Saímos de Copenhague com outra certeza, a de que o aquecimento global não será resolvido apenas pelos governos. A tarefa é gigantesca. Todos nós: empresas, mídia, indivíduos e governo precisamos contribuir e muito. Trata-se de uma questão de solidariedade para com as novas gerações. E também de uma importante questão econômica. A luta continua. Vamos trabalhar para, em 2010, darmos outro passo, ainda maior. A questão veio para ficar. A humanidade precisa resolvê-la para poder caminhar tranqüila.

Leia mais.

Fonte: Planeta Sustentável

Estação de tratamento de esgoto inaugura centro de visitação ambiental no Rio de Janeiro

O Centro de Visitação Ambiental da Estação de Tratamentos de Esgotos, ETE, foi inaugurado nesta segunda-feira, 21, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

A ETE faz parte dos compromissos firmados pelo governo do estado para a realização das Olimpíadas em 2016. O Dossiê da Candidatura da Cidade do Rio de Janeiro para sediar os Jogos Olímpicos descreve o compromisso de implantação de programas de educação ambiental e a criação de centros como este.

No local será apresentado o sistema de saneamento básico da Barra da Tijuca, Jacarepaguá e Recreio dos Bandeirantes. “Neste Centro o visitante terá acesso a todo o processo de coleta de esgotos dessa região da cidade, bem como da tecnologia envolvida no processo de tratamento e do lançamento pelo emissário submarino da Barra da Tijuca e a despoluição do complexo lagunar da Zona Oeste do Rio”, disse o presidente da Companhia Estadual de Águas e Esgoto, Cedae, Wagner Victer.

Um aquário marinho funciona no local, com capacidade para 2.000 litros de água coletada na zona de influência do emissário submarino.

O presidente também anunciou a inauguração do centro de visitação ambiental do Guandu, em 90 dias.

Em maio de 2009 entrou em funcionamento a Estação de Tratamento de Esgotos de Alegria, o primeiro centro de visitação ambiental inaugurado pela Nova Cedae.

Fonte: Ambiente Brasil

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Dilma e Serra em Copenhague

José Goldemberg


Os dois principais candidatos à sucessão do presidente Lula participaram da Conferência do Clima que se reuniu durante as duas últimas semanas em Copenhague. O que isso significa é que preocupações com o clima deixaram de ser privilégio dos especialistas e amantes da natureza para entrar na agenda política. Os candidatos prepararam seus discursos não só para impressionar os participantes da conferência, mas, principalmente, os eleitores brasileiros, sobretudo aquela parte do eleitorado que não se preocupa apenas com Bolsa-Família.

A ministra Dilma Rousseff apresentou no caderno Aliás de 13 de dezembro suas visões sobre o problema e o governador José Serra expressou as dele na apresentação que fez, juntamente com o governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, na terça-feira, dia 15, em concorrida sessão na capital dinamarquesa.

A ministra repetiu no seu artigo a posição histórica do governo federal, que não muda há muitos anos, incluindo o período do governo Fernando Henrique Cardoso:

Os países industrializados são os que têm de reduzir primeiro suas emissões por causa da "dívida acumulada com o planeta" (responsabilidade histórica). A Convenção do Clima e o Protocolo de Kyoto são intocáveis porque isentam os países em desenvolvimento de reduzir suas emissões.

Os países industrializados têm de pagar pelas ações necessárias nos países em desenvolvimento - nunca fica claro se é por meio de financiamentos (o que o Banco Mundial já faz) ou de concessões a "fundo perdido" que não são reembolsáveis.

Essas colocações são obsoletas e foram superadas pelos fatos. Em 1992, quando a Convenção do Clima foi adotada, os países em desenvolvimento emitiam menos de um terço das emissões mundiais. Hoje emitem metade e estão crescendo a 4% ao ano, principalmente por causa da China, que já é o maior emissor mundial. Cerca de metade das emissões mundiais ocorreu desde 1980, de modo que a "responsabilidade histórica" é difícil de justificar. Além disso, as "ações necessárias" não são do tipo que foi preciso para enviar um homem à Lua, mas tecnologias simples e disponíveis.
Fonte: Estadão Online

domingo, 20 de dezembro de 2009

No estado do Rio, produtores de água e floresta recebem remuneração por preservação

Os parceiros do programa Produtores de Água e Floresta realizaram quinta-feira pela manhã a Cerimônia de Pagamento por Serviços Ambientais e o Dia de Campo sobre Saneamento Rural. O evento aconteceu na Escola do Rio das Pedras, no distrito de Lídice, e contou com a participação do prefeito Raul Machado; do vice-prefeito Sebastião Inácio Rodrigues, o Tico-tico; do vereador Naylon Angelo da Silva (PSC); do secretário de Meio Ambiente, Mário Vidigal; do biólogo Gilberto Pereira, do Instituto Terra; além de autoridades de outros municípios.

Segundo o secretário Mario Vidigal, esse foi o segundo pagamento feito aos produtores rurais participantes do programa que remunera pela preservação e restauração de nascentes e florestas em suas propriedades. O primeiro foi realizado em maio, no município, com a presença do governador Sérgio Cabral e do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.

O engenheiro ambiental da Secretaria de Meio Ambiente de Rio Claro, Pedro Carneiro, diz que cerca de 20 produtores receberão entre R$ 600 e R$ 8 mil, dependendo da área e da importância do local preservado.

Além do pagamento, segundo o engenheiro, foi apresentado no evento os biossistemas para saneamento rural desenvolvidos em comunidades do município. O projeto consiste em um conceito revolucionário para o destino de efluentes humanos e animais, promovendo saneamento básico e a produção de biogás com diversos potenciais de utilização para as famílias beneficiárias.

ENTENDA O PROGRAMA

O programa Produtores de Água e Floresta consiste na remuneração de proprietários rurais para a manutenção das matas e áreas recuperadas. Os recursos vêm de valores pagos por grandes usuários de água da Bacia Hidrográfica do Guandu. A área piloto tem cinco mil hectares e está situada no alto da Bacia do Guandu, no município de Rio Claro, onde nasce o Rio Piraí. Este é considerado o mais importante do sistema Guandu, já que é o responsável por cerca de 80% do abastecimento de água e 25% da geração de energia elétrica para a região metropolitana, onde beneficia aproximadamente sete milhões de pessoas.

O desenvolvimento do programa é possível devido a uma parceria entre cinco instituições: Prefeitura de Rio Claro, através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente; Instituto Terra de Preservação Ambiental; Secretaria de Estado do Ambiente; ONG TNC e Comitê Guandu de Bacia Hidrográfica.

Fonte: A Voz da Cidade Online

sábado, 19 de dezembro de 2009

Cúpula do clima de Copenhague termina sem acordo unânime

Terminou em completo desacordo a conferência mundial do clima, em Copenhague. Depois de horas de discussão, os 193 países encerraram a fracassada negociação ao "tomar nota" do acordo que havia sido aprovado, ontem (18), por Estados Unidos, China, Índia, Brasil e a África do Sul. Isso significa, segundo especialistas, que o acordo não teve a unanimidade de que precisava para vigorar, mas que, ainda assim, pode ser aplicado.

Pelas regras da ONU (Organização das Nações Unidas), um acordo precisa de unanimidade para vigorar. Neste caso, no entanto, essa unanimidade exigia a conciliação de interesses de países exportadores de petróleo com os de ilhas tropicais preocupadas com as elevações do nível do mar - o que, afinal, se mostrou impossível.

Ontem, durante todo o dia, os chefes de Estado realizaram reuniões para tentar chegar a um acordo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encarnou o papel de mediador entre os ricos e os emergentes e recebeu, em seu hotel, Nicolas Sarkozy (França), Angela Merkel (Alemanha) e Gordon Brown (Reino Unido), além do premiê chinês, Wen Jiabao.

O brasileiro também pôs na mesa a possibilidade de "dar dinheiro" para o fundo que ajudaria países em desenvolvimento a adotar medidas pelo clima. "Estamos dispostos a participar do financiamento se nós nos colocarmos de acordo numa proposta final, aqui." Não funcionou. Por fim, tentou conciliar os gigantes poluidores, Wen e o americano Barack Obama, na busca de uma linguagem adequada para atender aos dois antagonistas, no texto final. À noite, todos os líderes deixaram Copenhague visivelmente insatisfeitos, embora com a certeza do acordo.

Durante a madrugada, o diálogo só piorou. O texto pré-aprovado por, no total, 30 países ricos, emergentes ou em desenvolvimento, foi barrado por países como Tuvalu, Venezuela, Bolívia, Cuba e Sudão, para quem a adoção de um acordo com o qual não tinham colaborado não era uma opção. Houve intensos debates.

Já neste sábado, o presidente da Conferência, o primeiro-ministro dinamarquês Lars Lokke Rasmussen, fez uma pausa de algumas horas na sessão, para consultar com os advogados uma possível saída. O meio encontrado foi a "tomada de nota" que, de acordo com o diretor da ONG Union of Concerned Scientists (União dos Cientistas Preocupados, em inglês), Alden Meyer, significa que "há status legal suficiente para que o acordo seja funcional, sem que seja necessária a aprovação pelas partes".

O acordo pré-aprovado --que Obama definiu como "insuficiente"-- trazia como metas limitar o aquecimento global a 2ºC e criar um fundo que destinaria US$ 100 bilhões todos os anos para o combate à mudança climática --sem nenhuma palavra sobre metas para corte em emissões de CO2, a grande expectativa da cúpula, que era pra ser a maior do século.

O desacordo levou algumas delegações a afirmar que o impasse na cúpula do clima estava próximo do da rodada Doha. Um integrante da delegação sudanesa comparou políticas dos países desenvolvidos ao Holocausto, dizendo que o aquecimento global está matando gente na África.

Já ontem, diante do inevitável fiasco de Copenhague, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, convocou uma nova reunião para Bonn, na Alemanha, em junho. A próxima COP está marcada para dezembro de 2010 no México.

Fonte: Folha Online

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Projeto de revitalização do Rio das Velhas, em Minas Gerais, fecha o ano com saldo positivo

O Projeto Estruturador de Revitalização da Bacia do Rio das Velhas, em Minas Gerais, encerra o ano com saldo positivo, na avaliação da coordenadora executiva, Myriam Mousinho. “O Rio das Velhas está voltando a ser efetivamente um rio. Antes, podíamos dizer que na região metropolitana ele era apenas um canal de esgoto, hoje, podemos afirmar que ele volta a ser um rio”, disse.

O projeto faz parte do programa Meta 2010 e segundo uma avaliação Federal de Minas Gerais, UFMG, e Coordenador do Projeto Manuelzão, Marcus Vinícius Polignano, desde o início do programa, em 2003, as ações na área de saúde e social melhoraram muito.

A ocupação desordenada e o crescimento populacional comprometem a qualidade das águas na Bacia do Rio das Velhas. Polignano destaca a necessidade de adequação do modelo de urbanização com os cursos d’água. A afirmação é baseada nos dados do índice de Desenvolvimento Humano (IDH), quanto maior o IDH, menor o índice de qualidade da água (IQA), ou seja, onde a urbanização é maior, o IQA é menor.

O volume de esgoto coletado e tratado no rio passou de 41 milhões de m3 em 2003, para 85 milhões de m3 em 2008, e 109 milhões em 2009, de acordo com informações da Companhia de Saneamento de Minas Gerais, Copasa. Até 2010 a meta de tratamento é de cerca de 127 milhões de m3.

Fonte: Ambiente Brasil

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Produtores rurais do Rio de Janeiro recebem pagamento por serviços ambientais na Bacia do Rio Guandu

Nesta quinta-feira, 17, os produtores rurais que integram o programa Produtores de Água e Floresta, no Rio de Janeiro, vão receber o segundo pagamento pelos serviços ambientais realizados na Bacia do Rio Guandu.

O evento tem início às 10 horas, na escolinha do Rio das Pedras, em Lidice, no município de Rio Claro. Na ocasião serão inaugurados os biossistemas de saneamento que vão tratar o esgoto produzido na região.

O programa foi lançado em maio deste ano e oferece remuneração aos produtores do Rio das Pedras que conservam e recuperam as nascentes do Rio Piraí.

Os recursos para estes pagamentos são obtidos através do pagamento por grandes usuários pelo uso da água. Os valores são repassados ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Guandu, que distribui aos produtores.

O secretário executivo do Instituto Terra de Preservação Ambiental, Mauricio Ruiz, lembra que os biossistemas também produzirão biogás. “Construímos três modelos que tratam de efluentes de mais de 100 pessoas a um custo baixíssimo. Além de cuidar da água, que sai com 98% de limpeza, os biossistemas geram gás para cozinhas comunitárias, casas e ainda alimentam peixes e fertilizam bananais”, explicou.

O Rio Piraí é um dos mais importantes do sistema Guandu, de acordo com o Instituto Estadual do Meio Ambiente, Inea. Em conjunto com o rio Paraíba, responde por 80% do abastecimento de água do Estado e 25% da geração de energia elétrica da Região Metropolitana.

Fonte: Ambiente Brasil

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Primeira incubadora de econegócios do país investe em novas cadeias produtivas

Lixo é matéria-prima de diversas pequenas empresas instaladas em uma incubadora que funciona em aterro sanitário no município de Cariacica, Região Metropolitana de Vitória

Não é sonho, é realidade. A economia verde e o planeta agradecem. Se todos os aterros sanitários fossem iguais à Marca Ambiental, na Grande Vitória (ES), a humanidade suspiraria aliviada e as futuras gerações certamente teriam menos problemas ambientais para enfrentar.

Além de ser um raro exemplo da iniciativa privada nesse segmento, geralmente identificado como missão do setor público, o aterro sanitário Marca Ambiental, instalado na periferia do município de Cariacica, integrante da região metropolitana da capital capixaba, está mudando definitivamente o significado da palavra lixo e das expressões resíduos sólidos e líquidos para matérias-primas, insumos ou recursos sólidos de novas e inovadoras cadeias produtivas. Essa solução é economicamente viável, gera lucro e empregos, inclusive.

A diretoria da Marca Ambiental sempre foi sensível à questão ambiental e buscou soluções sustentáveis para o tratamento dos resíduos coletados nas ruas e avenidas de Vitória. Atualmente sua clientela é formada pelas prefeituras da capital capixaba e de mais 60 cidades da região metropolitana e do interior, que são responsáveis pelo desembarque de mais de mil toneladas de resíduos por dia no aterro sanitário privado.

Participante do Programa Capixaba de Materiais Reaproveitáveis (PCMR), a empresa foi uma das primeiras a apoiar a iniciativa pioneira, fruto da parceria entre o governo estadual, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos e do Instituto Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, com o Sebrae no Espírito Santo e o Instituto Idéias.

Em 2006, o Instituto Marca de Desenvolvimento Socioambiental (Imadesa) foi fundado para consolidar a atuação da empresa Marca Ambiental na área da responsabilidade social e objetivando se tornar referência no segmento ambiental. Nesse ano, o Imadesa abriu as portas do aterro sanitário para a instalação da primeira incubadora de econegócios ou negócios ambientais do país, denominada Incubalix. O instituto também se tornou um importante parceiro do PCMR.

Parceria e mercado

Parceria é a palavra-chave da iniciativa inédita e exemplar capixaba da empresa, instituto e incubadora de econegócios. A Incubalix foi viabilizada por meio da parceria entre o Imadesa e o Sebrae/ES, segundo seus dirigentes. A preocupação em atuar de acordo com o mercado e com o aval do setor acadêmico é prioridade absoluta da primeira incubadora de econegócios do país.

Desenvolver produtos e serviços correspondentes às necessidades de mercado e possuir viabilidade econômica são premissas condicionantes aos projetos que pretendem se tornar integrantes da Incubalix. O conselho deliberativo da incubadora, composto por representantes da empresa Marca Ambiental, Imadesa e Sebrae/ES, é responsável pela avaliação e aprovação dos projetos dos futuros econegócios e ecoindústrias.

“Para ser incubado aqui, o projeto deve ser inovador em termos de produto, processos e ou serviços. E também tem que ser aceito pelo mercado. Não adianta inventar propostas, que não serão aceitas pelo mercado”, explica Alessandra Schirmer, gestora da Incubalix.

A convocação de participantes se dá por meio de editais. As propostas devem ser oriundas de residentes na Grande Vitória e interior do Estado. Os autores podem ser pessoas físicas ou jurídicas que desejam obter apoio no desenvolvimento de produtos e serviços para a implementação de novas empresas ou já existentes, mas que querem elevar seu nível tecnológico e gerencial para se tornar mais modernas, eficazes e competitivas. Projetos de pesquisa científica e tecnológica também são bem-vindos nos editais da Incubalix. Conheça os editais no site www.imadesa.org.br.

Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios

China busca experiência sobre gestão de recursos hídricos do Estado do RJ

Uma comitiva do Governo chinês esteve nesta segunda-feira (14/12), visitando o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) para buscar experiências com a gestão dos recursos hídricos desenvolvida pelo órgão ambiental brasileiro.

O presidente do Inea, Luiz Firmino Martins Pereira, recebeu os representantes do Departamento de Recursos Hídricos, do Ministério de Recursos Naturais chinês, Sr. Gao Juan e o da Comissão de Conservação do Rio Haihe, na província de Tianjin, cidade estratégica dos pontos de vista político, econômico e social.

A China enfrenta graves problemas ambientais, sobretudo, no que tange a conservação dos recursos hídricos. Com apenas 7% das reservas de água do planeta para um quarto da população mundial, o país não consegue atender às necessidades de abastecimento de 400 das 600 cidades chinesas que sofrem com a falta de água.

Essa, inclusive, é uma das principais razões para que 30 milhões de camponeses ainda vivam abaixo da linha da pobreza, a despeito do sólido crescimento do país nas últimas décadas.

Tianjin é um dos quatro municípios diretamente subordinados ao Poder Central da China. Localizado na parte Leste da planície do Norte da China, a 120 quilômetros de Beijing, e às margens do mar Bohai, é a porta marítima da capital. O rio Huanghe, que teve seu curso modificado por diversas vezes, em três transbordamentos acabou no lado de Tianjin, dando lugar ao atual delta do rio Haihe.

A cidade é uma das bases industriais da nova China, por onde o país mantém relações comerciais com mais de 90 nações e regiões de todo o mundo. Com uma área de mais de 11 mil quilômetros quadrados e uma população de 7,7 milhões de habitantes, Tianjin sofria com uma extrema escassez de água e a indústria e a população precisavam recorrer à água salgada.

Para resolver o problema, em 1982 começou a ser construída uma obra hidráulica para levar água do rio Luanhe até Tianjin. É a maior obra para abastecimento de água da China até o momento. O canal tem 134 quilômetros de extensão, atravessa as bacias dos rios Luanhe e Haihe e a Cordilheira Yanshan. A construção foi concluída em um ano e quatro meses.

Contudo, segundo estimativas de especialistas, o volume total de água disponível na China e em condições utilizáveis pode durar apenas até 2030, mesmo que se realizem todos os esforços de economia. Isso porque, muitos rios e lagos chineses, principais fontes de abastecimento, enfrentam secas severas e níveis de poluição extremos há décadas. A poluição com resíduos humanos e industriais é alarmante. O lago Poyang, na província meridional de Jiangxi, por exemplo, é o maior lago de água doce do país. Sua sobre-exploração e a poluição tem agravado os problemas de escassez.

Ainda no contexto da crise hidrográfica, a também sobre-exploração do rio Yangzi, o maior da China e o terceiro maior do mundo, também tem se agravado nos últimos anos. A barragem das Três Gargantas, uma das principais fontes de abastecimento do país e que tem dimensões gigantescas também está sob ameaça. Em 2007, o golfinho de água doce foi declarado oficialmente extinto.

Milhares de chineses são afetados frequentemente por pequenas catástrofes ecológicas que conduzem a rupturas periódicas do fornecimento de água. Em razão disso, a população chinesa está muito sensibilizada para a questão da poluição da água e o seu impacto na saúde.

Fonte: Agencia Brasileira de Notícias

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Aneel realiza primeiro leilão de energia eólica do país

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) habilitou tecnicamente 339 projetos de geração eólica para o Leilão de Energia de Reserva, que será realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), nesta segunda-feira (14). O leilão será na sede da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em São Paulo.

Está é a primeira vez que o Brasil promove um leilão de reserva para negociação exclusiva de energia elétrica gerada por ventos. Segundo a EPE, os empreendimentos somam capacidade instalada de 10.005 MW, o que corresponde a uma vez e meia a potência total do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira, em Rondônia, composto pelas usinas hidrelétricas de Jirau (3.300 MW) e Santo Antônio (3.150 MW).

As informações da EPE (empresa do governo federal responsável por pensar o planejamento energético do país) indicam que os estados do Ceará e do Rio Grande do Norte detêm a maioria dos projetos (213) e também da potência instalada (6.144 MW) habilitados.

Para o presidente da EPE, Mauricio Tolmasquim, o sucesso deste primeiro leilão pode propiciar o maior aproveitamento do alto potencial do país. “A contratação de energia eólica, neste momento, reforçou ainda mais a posição que o Brasil levou para a Conferência do Clima em Copenhague, de promover a manutenção do perfil altamente renovável da matriz energética brasileira”, afirma.

O leilão de energia exclusivamente voltado para contratação de fonte eólica será realizado na modalidade de reserva, que se caracteriza pela contratação de um volume de energia além do que seria necessário para atender à demanda do mercado total do país. “Os empreendimentos que ofertarem os maiores deságios sobre o preço inicial assinarão contratos de compra e venda de energia com 20 anos de duração, válidos a partir de 1° de julho de 2012”, esclareceu a empresa.

Fonte: Ambiente Brasil

sábado, 12 de dezembro de 2009

Decreto suspende multas a quem desmatou ilegalmente

Quem derrubou florestas além dos limites da lei poderá ficar sem pagar multas ambientais. A anistia vem em um decreto publicado nesta quinta-feira (10) pelo governo federal que cria o “Programa Mais Ambiente”, um projeto para regularizar propriedades rurais que não estejam em dia com a legislação ambiental.

Para aderir ao “Mais Ambiente”, proprietários ou posseiros terão que se comprometer a demarcar e recuperar suas áreas de reserva legal – a porção de floresta que tem que ser mantida em pé em cada terreno. Na Amazônia, a reserva legal é de até 80%.

Os cadastrados no programa terão suas multas por desmatamento suspensas, desde que o crime tenha ocorrido até o dia 9 de dezembro e que a infração não tenha sido julgada em definitivo nos órgãos ambientais, como o Ibama ou secretarias de meio ambiente.

Polêmica - Em entrevista ao canal Globo News, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou que 90% dos proprietários rurais brasileiros estão em situação ilegal em relação à porção de terra que teriam que preservar. Ele negou que o decreto signifique perdão de multas, já que só seriam beneficiados os fazendeiros que recuperassem a mata. “Não há anistia aos desmatadores. As multas foram suspensas para quem aderir ao programa.”

O diretor de campanhas do Greenpeace, Sérgio Leitão, critica o decreto, afirmando que cancelamento de infrações ambientais estimula o descumprimento da lei. “A questão da reserva legal é desrespeitada seguidamente”, afirmou ele também à Globo News.

Preservação obrigatória - Alterar o tamanho da reserva legal é uma das maiores reivindicações de grande parte dos agropecuaristas. Hoje, essa área tem que ser de 80% na Amazônia, 35% nas áreas de cerrado dentro da Amazônia e 20% nas outras regiões do país.

Se a região já tiver um zoneamento ecológico-econômico – lei que define quais são as áreas que devem servir para agropecuária e quais devem ser preservadas – o percentual pode cair para 50% dentro da Amazônia.

Fonte: Ambiente Brasil

Acordo prevê R$ 20 mi anuais a fundo de rios do Rio

A Companhia de Águas e Esgotos do Estado do Rio de Janeiro (Cedae) vai repassar R$ 4 milhões ainda este ano ao Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fundhri). Este é o primeiro repasse relativo à cobrança pelo uso da água no estado e faz parte de um acordo inédito, assinado hoje (11), entre a Cedae e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que prevê o pagamento dos recursos hídricos utilizados pela Cedae. A partir de 2010, a companhia passa a repassar cerca de R$ 20 milhões por ano ao Fundhri.

A Secretaria Estadual do Ambiente, Marilene Ramos, disse que o fundo, criado em 1999, conta com recursos de cerca de R$ 5 milhões. "Todo este recurso está dedicado exclusivamente à preservação dos mananciais, despoluições de nossos rios, recuperação de bacias hidrográficas. Agora, com este pagamento, teremos um recurso de peso para garantir a recuperação de nossos rios e bacias".

O presidente da Cedae, Wagner Victer, explicou que pelo menos 70% deste montante serão aplicados na coleta e no tratamento de efluentes urbanos, até que se atinja 80% do esgoto coletado e tratado na respectiva região hidrográfica.


O governador Sérgio Cabral disse que pretende ampliar de 5% para 10% os recursos dos royalties licitados e não licitados do pré-sal para o Fundo Estadual de Conservação Ambiental. Mas, segundo ele, isso só será possível caso prevaleça o projeto aprovado pela Câmara na semana passada que preserva as parcelas de royalties e de participação especial do estado do Rio.

"Tudo vai depender se o texto do deputado Henrique Eduardo Alves vai ser ou não aprovado. Mas temos que aguardar, porque ainda pode sofrer algum tipo de tentativa irresponsável, como emendas desbaratadas e fora de propósito", disse Cabral.

Foram assinados também convênios de repasse de recursos do Fundrhi para projetos de saneamento dos municípios de Paracambi, Japeri, Seropédica e Queimados. A cobrança pelo uso da água bruta é um dos instrumentos previstos pela lei que instituiu a Política Estadual de Recursos Hídricos (nº 3.239/99). Os recursos são arrecadados e administrados pelo Inea e são destinados ao Fundrhi.

Fonte: Terra

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Discussão na COP-15 divide países em desenvolvimento

As negociações da 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15) foram suspensas ontem (9) por algumas horas a pedido da representação de Tuvalu – que exige um acordo legal que seja mais restritivo do que o Protocolo de Quioto. As informações são da BBC Brasil.

A iniciativa do pequeno país-ilha, um dos mais ameaçados pelo aumento do nível dos mares, levou a uma rara divisão no G77 mais a China, que costuma negociar em bloco pelos países em desenvolvimento.

O negociador-chefe da ilha, Ian Fry, afirmou que o país não vai aceitar nada menos do que a discussão de um novo protocolo legal mais rigoroso que o de Quioto.

"O meu primeiro-ministro e vários outros chefes de Estado têm a intenção clara de vir a Copenhague para assinar um acordo com validade legal”, afirmou Fry. “O nosso futuro depende desse encontro.”

A iniciativa teve o apoio de outros integrantes da Associação dos Pequenos Países-Ilha (Aosis, na sigla em inglês), que inclui as ilhas Cook, Barbados e Fiji, além de países pobres da África, como Serra Leoa, o Senegal e Cabo Verde.

Vários países do G77 apoiaram a proposta de Tuvalu, que visa a limitar o aumento da temperatura a 1,5 grau Celsius (ºC), e estabilizar as concentrações de gases que provocam o efeito estufa em 350 partes por milhão (ppm), em vez de 450 ppm, como querem os países industrializados e alguns em desenvolvimento, entre eles, o Brasil.

Atualmente, a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera gira em torno de 387 ppm.

Para os países emergentes, como o Brasil, a China, Índia e a África do Sul, o limite de 350 ppm não é bem aceito, porque pode se tornar uma barreira para o crescimento econômico.

Segundo Martin Kaiser, diretor de políticas internacionais do Greenpeace, a suspensão, mesmo que por poucas horas, exigida por Tuvalu, mostra que a questão de o acordo a sair de Copenhague ter ou não valor legal é uma das mais importantes.

"Para os países mais vulneráveis do mundo, é questão de sobrevivência. Só um acordo com valor legal pode dar a estes países a confiança de que o seu futuro está garantido”, disse Kaiser.

O secretário executivo da conferência, Yvo de Boer, minimizou a suspensão. "Se houve uma suspensão, foi apenas para o almoço", disse.

Enquanto o bloco dos países em desenvolvimento parece apresentar rachaduras, a histórica desconfiança entre o grupo e os países industrializados não mostra sinais de redução.

Em entrevista coletiva da União Europeia, o negociador-chefe sueco, Anders Turesson, reclamou da ação da China, com apoio do G77, que estaria vetando a discussão de metas para os países desenvolvidos no grupo que negocia um acordo pós-Quioto.

Os chineses defendem que as metas dos países ricos sejam estabelecidas pelo grupo que negocia a expansão do Protocolo de Quioto, e não em um acordo separado.

O problema, para os europeus, é que os Estados Unidos não participam das discussões de Quioto, já que nunca ratificaram o tratado. “O processo está sendo usado erroneamente. Estamos sendo impedidos de negociar”, afirmou Turesson. O sueco deixou claro que a primeira opção da Europa é a criação de um único instrumento legal que aborde todos os países.

Para os europeus, a discussão sobre o formato está impedindo que as “verdadeiras questões” sejam discutidas – adaptação, mitigação e financiamento do combate às mudanças climáticas.

Fonte: Eco-finanças

RS - Pesquisa revela que 2010 promete ser o ano do saneamento básico

Com a proximidade do ano-novo, já tem gente arriscando algumas previsões para 2010, quase todas individuais. Agora, quando o assunto é coletivo, como o desenvolvimento de uma cidade, dificilmente alguém se incluiu nos planos do que irá mudar daqui pra frente. Na região, um problema que diz respeito a todo mundo é a poluição do Rio dos Sinos, responsável por matar a sede de por volta de 1,3 milhão de pessoas. E em 2010, será diferente ou apenas entre 5% e 6% do esgoto produzido continuará sendo tratado antes de ser jogado no rio?

Para a Agência Nacional das Águas (ANA), a região metropolitana de Porto Alegre precisa de investimentos de R$ 266 milhões em abastecimento de água. Os números fazem parte de um levantamento inédito divulgado ontem sobre as vulnerabilidades de mananciais e sistemas de produção de todas as regiões metropolitanas do Nordeste e do Sul do País.

No Estado, a pesquisa analisou a situação de 31 cidades da região metropolitana, como Novo Hamburgo, São Leopoldo e Canoas, além dos municípios de Caxias do Sul, Pelotas e Santa Maria, que apresentam população superior a 250 mil habitantes.

A boa notícia é que 2010 deverá ser um marco importante na história de recuperação do Rio dos Sinos. "Os frutos começarão a ser colhidos", avalia o presidente do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio do Sinos (Comitesinos), Silvio Klein.

Se a verba for liberada para que todos os projetos saiam do papel, logo o cenário de água suja, lixo e esgoto que maculam o Sinos poderá mudar. A previsão é que até 2013 só Novo Hamburgo (onde 2% do esgoto é tratado) invista R$ 153 milhões em saneamento.

R$ 1 milhão para elaborar estudo

O Comitesinos tem garantido mais de R$ 1 milhão para elaborar o estudo do Plano de Bacia da região. Quando a outra parcela do recurso for depositada, o que deve ocorrer em janeiro, a comunidade será convocada para participar de encontros em que serão elaborados diagnósticos sobre a situação do rio e apresentadas propostas de ações. Estão em andamento estudos para controlar a vazão do rio, principalmente em períodos de seca.

Comitesinos lembra mortandade

Quando se fala em Rio do Sinos, impossível não lembrar da mortandade de peixes de 2006. Para Silvio Klein, a tragédia ambiental provocou uma mobilização social nunca antes vista em prol do Rio dos Sinos. Uma das principais mudanças pode ser vista na qualidade das águas do Arroio Portão, local onde foi desencadeada a mortandade. Segundo Klein, a Fepam atribuiu a melhora à grande quantidade de chuvas e fiscalização mais intensa.

Fonte: Diário de Canoas

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Brasil precisa de R$ 27,7 bi para continuar a ter água

Relatório da Agência Nacional de Águas (ANA) mostra que a demanda de água em regiões metropolitanas já é maior do que a produção atual do recurso. Serão necessários investimentos de R$ 27,7 bilhões para impedir um colapso no setor nos próximos 15 anos, quando as regiões metropolitanas estudadas terão um aumento de 25 milhões de habitantes.

Esses R$ 27,7 bilhões, a título de comparação, representam um valor maior do que tudo o que o governo federal gastou neste ano de 2009 para conter os efeitos da crise financeira internacional. Os cortes de impostos em vários setores da economia custaram cerca de R$ 22 bilhões a R$ 23 bilhões para os cofres do Tesouro Nacional.

O investimento necessário em produção, tratamento e fornecimento de águas é de R$ 12,024 bilhões, segundo a ANA. Para o tratamento de esgotos, a agência estima investimentos de R$ 15,699 bilhões. A soma desses dois valores resulta nos R$ 27,7 bilhões estimados pelo estudo –como pode ser comprovado no detalhamentos dos quadros apresentados ao final deste post.

“As demandas urbanas atuais, em torno de 356 m3/s, são ligeiramente superiores à capacidade atual de produção de água (quase 352 m3/s), demonstrando que parte das unidades dos sistemas produtores opera em regime de sobrecarga ou de forma inadequada”, aponta o atlas sobre as regiões metropolitanas lançado pela ANA nesta quarta-feira (9.dez.2009).

Para reverter o quadro no setor de águas e esgotos, a ANA sugere, além dos investimentos, a criação de um comitê gestor interministerial sobre o assunto.

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Fonte: Blog do Fernando Rodrigues - UOL Notícias

Ajuda contra mudanças climáticas tem de incluir Brasil, China e Índia, diz ONU

O secretário-executivo das Nações Unidas para o clima, Yvo de Boer, defendeu nesta terça-feira (8) que Brasil, China e Índia - os países mais ricos do do grupo de nações em, desenvolvimento- também devem ter acesso ao financiamento de ações contra mudanças climáticas.

A questão é polêmica e existe uma corrente entre negociadores das nações ricas que defende a exclusão destes países do grupo dos em desenvolvimento, por terem saído "fortalecidos" da crise econômica mundial.

"O dinheiro deve ser concentrado em projetos em todos os países pobres e em desenvolvimento. Os grandes países (em desenvolvimento) também devem ter acesso, mas isso vai depender de cada projeto apresentado", afirmou Boer.

O negociador da União Europeia, Arthur Runge-Metzger, porém, confirmou que a primeira opção da União Europeia é repassar recursos públicos aos países mais pobres, já que economias emergentes como Brasil e China já estariam recebendo a maior parte dos recursos levantados com créditos de carbono.

"Por que deveríamos dar mais dinheiro a estes países se eles já recebem grande parte dos projetos de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo)? Talvez seja melhor você perguntar o que os países mais pobres acham disso", respondeu o negociador a uma jornalista brasileira na entrevista coletiva do bloco.

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Fonte: Ambiente Brasil

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Minas libera mais de R$ 100 milhões para ações ambientais

O Governo de Minas libera nesta quarta-feira recursos superiores a R$ 100 milhões para investimentos em ações ambientais, por meio de convênios com organizações não governamentais, comitês de bacias hidrográficas e prefeituras.

Os recursos no valor de R$ 78 milhões são provenientes do Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas do Estado de Minas Gerais (Fhidro), que tem por objetivo dar suporte financeiro a programas e projetos que promovam a racionalização do uso e a melhoria dos recursos hídricos, quanto aos aspectos qualitativos e quantitativos.

Outros R$ 743, 92 mil são oriundos do Edital 02 da Secretaria de Estado de Meio Ambiente. Mais R$ 26 milhões são fruto de parceria com o Governo Federal, por meio do Programa Nacional de Desenvolvimento dos Recursos Hídricos (Proágua), tem financiamento do Banco Mundial e seu objetivo é promover o uso racional dos recursos hídricos com o fortalecimento institucional dos atores envolvidos com a gestão e com a implantação de infraestruturas hídricas viáveis técnica, econômica, ambiental e socialmente.

Entre as ações ambientais que serão executadas com esses mais de R$ 100 milhões, estão incluídas a recuperação de nascentes e matas ciliares, plano diretor de bacias hidrográficas, proteção de áreas verdes, recuperação de áreas degradadas e educação ambiental.

Fonte: UAI

Cop-15: problema climático também é uma questão econômica

Fonte: Globo News

Desertificação é discutida em Natal (RN) – evento precede Encontro Nacional que será realizado em 2010

Nesta terça-feira, 08, será realizada mais uma reunião preparatória do Encontro Nacional de Enfrentamento da Desertificação, em Natal (RN). No dia 11, Salvador (BA) vai sediar a próxima reunião. O primeiro encontro da série aconteceu no dia 04 em Recife (PE).

Os eventos têm como objetivo selar um pacto o Pacto pelo Desenvolvimento Sustentável do Semiárido, envolvendo os órgãos federais, estaduais e sociedade civil.

Estão sendo apresentados os projetos na área, assim como o modelo de construção do Programa de Ação Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca de Pernambuco.

A desertificação tem impacto negativo na vida de cerca de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo, o equivalente a um terço da população mundial. A ação humana é considerada vilã da desertificação. Entre um dos motivos que leva à degradação do solo, está a migração irregular e desordenada.

Entre outubro e setembro deste ano durante a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação, realizada na Argentina, líderes discutiram políticas internacionais para o enfrentamento do problema. Na ocasião o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, sugeriu a criação de um fundo de US$ 400 bilhões por ano, constituído pelos países desenvolvidos para que sejam impedidas as mudanças climáticas. Uma parte dos recursos seria destinada ao combate da degradação do solo, de acordo com ele.

O Encontro Nacional de Enfrentamento da Desertificação está marcado para os dias 3 a 5 de março de 2010, em Petrolina (PE) e Juazeiro (BA).

A desertificação também está entre os temas abordados na 15ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre o Clima (COP-15), que teve início esta semana em Copenhague, na Dinamarca.

Fonte: Ambiente Brasil

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Brasil terá 725 delegados na conferência de Copenhague

Com quase duas centenas de empresários e pouco mais de cem representantes de organizações não-governamentais, a delegação brasileira na conferência do clima, em Copenhague, será uma babel de discursos diferentes sobre as mudanças climáticas e terá cerca de 725 pessoas, segundo o Ministério de Relações Exteriores.

Entre os portadores de crachá de delegado brasileiro, há quem defenda a definição de um teto para as emissões de gás carbônico no planeta e quem critique a recente definição de metas pelo governo brasileiro.

Na sexta-feira (4), o Itamaraty insistiu em que a maior parte da delegação bancará seus próprios custos. O ministério informou que o tamanho da delegação reflete o estímulo do governo ao engajamento de vários setores da sociedade no debate climático.

O tamanho da delegação brasileira contribuiu para a superlotação da conferência. O espaço que abrigará a reunião tem capacidade para 15.000 pessoas - e foi subdimensionado, segundo os organizadores. Parte da delegação ficará hospedada na cidade de Malmö, Suécia.

182 - Segundo o Itamaraty, foram credenciados na delegação brasileira representantes de 182 entidades, empresas e órgãos do governo. Empresários detêm a maior parte dos crachás.

Estarão em Copenhague representantes das confederações da indústria e da agricultura, que já manifestaram críticas às metas de redução de CO2 pelo Brasil.

A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) alega que, ao colocar números na mesa, o Brasil enfraquece as chances de negociação. A CNI (Confederação Nacional da Indústria) teme a adoção de barreiras comerciais a produtos responsáveis por um nível alto de emissão.

Integram a lista de empresários representantes das grandes estatais brasileiras, das empreiteiras, de montadoras, de siderúrgicas e da área de energia, além de fabricantes de óleo e produtores de soja.

O governo federal será representado por cerca de cem pessoas, sobretudo dos ministérios de Relações Exteriores, de Meio Ambiente e de Ciência e Tecnologia, mais envolvidos com a negociação. Mas os custos não foram divulgados, nem a lista completa dos delegados.

A delegação será chefiada pela ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Ela será acompanhada por três ministros: Celso Amorim (Itamaraty), Carlos Minc (Meio Ambiente) e Sergio Rezende (MCT).

Fonte: Folha Online

domingo, 6 de dezembro de 2009

Copenhague: a capital do impasse


Cúpula do clima começa amanhã com racha entre nações ricas e pobres e propostas insuficientes para conter o aquecimento global

O encontro internacional mais importante do século começa amanhã em torno de uma dúvida fundamental: como chamar sua cidade-sede, a capital da Dinamarca. Alguns apostam que o melhor apelido para Copenhague é "Flopenhague" (de "flop", ou fiasco, em inglês). Outros preferem "Hopenhague" -de "hope", esperança.

O apodo mais adequado dependerá do que fizerem os representantes de 193 governos que se juntam em Copenhague até o próximo dia 18. Eles deverão definir como a humanidade combaterá seu maior desafio coletivo, o aquecimento global.

Os diplomatas e os 95 chefes de Estado que prometeram comparecer à COP-15 (Décima Quinta Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas) precisam fechar um acordo que amplie e prolongue o Protocolo de Kyoto. O tratado, de 1997, estabelece medidas para a redução de emissões dos gases-estufa, em especial o gás carbônico (CO2).

Produzidos pela queima de combustíveis fósseis e pelo desmatamento, esses gases retêm o calor irradiado pela Terra na atmosfera. A previsão do IPCC, o painel do clima da ONU, é que, se nada for feito para contê-los, a temperatura possa crescer em 3C até 2100.

Kyoto tem metas pífias, não prevê reduções para os países emergentes, foi rejeitado pelos EUA e seu primeiro período de reduções vence em 2012. É consenso na comunidade internacional que é necessário um novo acordo, que opere de 2013 até 2020. A ciência avançou desde Kyoto, e hoje há um número considerado desejável de estabilização de gases-estufa na atmosfera: 450 ppm (partes por milhão) de CO2, para ter uma chance de pelo menos 50% de manter o aquecimento global até 2100 menor que 2C -limite considerado "seguro".

É este o eixo principal do acordo que se negocia em Copenhague: a mitigação. E aqui "Flopenhague" sai na frente de "Hopenhague": as propostas de corte de carbono para 2020 colocadas na mesa pelos principais países poluidores, somadas, levariam a uma redução de cerca de 15% nas emissões globais em relação a 1990. Para estabilizar o CO2 em 450 ppm, é preciso cortar de 25% a 40%.
O segundo eixo principal do acordo é o financiamento: como os países ricos, principais responsáveis pelo aquecimento atual, ajudarão os países pobres a descarbonizarem sua economia. As cifras necessárias são estimadas em US$ 150 bilhões a US$ 300 bilhões ao ano.

Até agora, nenhum país rico disse com quanto desse quinhão pretende contribuir. Como as metas dos emergentes têm sua execução condicionada ao apoio dos ricos, a negociação não anda.

Para trazer "Flopenhague" ainda mais para perto, existem os EUA. A maior economia do mundo chega a Copenhague impossibilitada de assinar qualquer acordo com valor de lei, já que o presidente Barack Obama depende da aprovação de uma lei de mudanças climáticas no Senado -o que só deve ocorrer em 2010. Sem os EUA, que emitem quase 20% do carbono do mundo, não há acordo.

O resultado mais provável da cúpula, portanto, é um acordo político -que ninguém é obrigado a cumprir. "Não será o acordo dos meus sonhos, nem dos sonhos da Angela Merkel", capitulou na quinta-feira o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao lado da colega alemã.

É na ação dos chefes de Estado que repousa agora "Hopenhague". Lula e Merkel, além do francês Nicolas Sarkozy, do britânico Gordon Brown e do próprio Obama (que estará lá, mas em um dia diferente dos outros), já não podem mais criar em Copenhague a solução para a crise climática. Mas ainda podem produzir um acordo político que resolva o impasse e produza uma data para o tratado legal. Melhor que nada.

Veja página especial sobre a Conferência de Copenhague.

Fonte: Folha Online

Rios de SP: qualidade da água do Rio Pinheiros é péssima

Fonte : SPTV

sábado, 5 de dezembro de 2009

Rios de SP: empresa banca prejuízos causados ao Rio Pinheiros

Fonte : SPTV

Cooperativa cria barragens e beneficia assentamentos

Uma tecnologia já conhecida pelos engenheiros agrônomos do Rio Grande do Norte vem beneficiando cada vez mais assentamentos no Estado. A Cooperativa de Serviços Técnicos do Agronegócio (Coopagro), de Natal, implantou 15 Barragens Subterrâneas com Lona Plástica em sete assentamentos para prolongar o período chuvoso do solo e permitir, portanto, uma maior possibilidade de plantios para os agricultores.

“A água se infiltra no solo e fica retida na lona, que funciona como um barramento para reter essa água. É uma forma de prolongar o período chuvoso daquela região, dando a oportunidade para o assentamento plantar milho e feijão, por exemplo”, explicou o engenheiro agrônomo Fernando Viana. Um dos benefícios a serem destacados é a possibilidade de o sertanejo aproveitar melhor os recursos dos quais dispõe, já que a falta de chuvas muitas vezes impossibilita esse aproveitamento.

O produtor que instalou o sistema amplia a produção a cada ano, o que gera renda para a família com a venda dos excedentes. Além de permitir o plantio de pequenas culturas durante a estiagem, a técnica possibilita o plantio de diversas culturas, incluindo batata-doce, grãos e pasto para o gado, além da escavação de poços para suprir a necessidade de água da família e dos animais

“Esse projeto já existe há bastante tempo e, em cada Estado, vão sendo feitas as adaptações necessárias àquela realidade. Aqui, a Emater (Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do RN) já vem fazendo um bom trabalho com isso e nós implantamos 15 barragens em sete assentamentos na área do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária do RN)”, acrescentou Fernando Viana. Essas barragens têm cunho didático, ou seja, foram construídas com o intuito de ensinar os produtores a construírem suas próprias barragens.

No Estado, a barragem que merece destaque é de Uirapuru, no município de Tangará. Foi construída a barragem, com lona plástica de 200 micras, em uma extensão de 32 metros e em uma profundidade variável entre 1,7 e 1,9 m. Foi com a apresentação desse projeto, que a Coopagro ganhou o prêmio Fundação Banco do Brasil (FBB) de Tecnologia Social de 2009.

A cada dois anos, a FBB lança um concurso para selecionar tecnologias de impacto social na cidade em que foram utilizadas. A Coopagro concorreu na categoria de Gestão em Recursos Hídricos, contra outras cem instituições de todo o Brasil. Juntamente com outras oito técnicas, a iniciativa recebeu R$ 50 mil, dois mil folders e um DVD, produzidos pela Fundação BB para incentivar a disseminação do projeto. O prêmio foi anunciado no dia 24 de novembro, em Brasília. “Um grande desafio da ciência é fazer bem feito”, concluiu Fernando Viana.

Fonte: Tribuna do Norte Online

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Audiência pública debate diretrizes para outorga do direito de uso de recursos hídricos

Uma audiência pública debaterá nesta sexta-feira (3/12), as 8h30, no auditório do BRB da 410/411 Sul, diretrizes e critérios para requerimento e obtenção de outorga do direito de uso dos recursos hídricos por meio de canais em águas de domínio do Distrito Federal ou delegados pela União.

Essas normas tem como objetivos promover o uso racional, reduzir os conflitos entre os usuários e evitar prejuízos à qualidade da água. A má distribuição e a precariedade das instalações dos canais que recolhem água dos rios podem trazer uma perda substancial de até 80% do produto canalizado.

A Agência Reguladora de Águas e Saneamento do Distrito Federal (Adasa), que define essas diretrizes, vem enfrentando o problema dos chamados “canais” desde junho de 2005. Construídos sem a observância das orientações técnicas, a maioria deles não possui estruturas adequadas de funcionamento e gerenciamento.

A falta de critérios para o uso da água vem gerando conflitos entre os usuários desses canais em várias comunidades rurais – Núcleo Rural de Sarandi, Rajadinha, Barro Preto, São José, entre outros. Esses conflitos não ocorrem pela escassez da água, mas pela falta de compartilhamento entre aqueles que a usam.

Fonte: Correio Brasiliense

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Cai em 90% a captação de água pelo setor sucroenergético paulista desde os anos 70

O uso cada vez mais racional e eficiente de recursos hídricos por empresas do setor sucroenergético paulista vem reduzindo a quantidade de água captada ao longo dos últimos 30 anos. Nos anos 70, a captação média pelo setor era entre 15 a 20 metros cúbicos por tonelada produzida e em 2005, observou-se uma média de dois metros cúbicos por tonelada. É o que aponta o Manual de Conservação e Reuso de Água na Agroindústria Sucroenergética, lançado nesta quarta-feira (02/12), em São Paulo.

“A água é a principal commodity que o Brasil detém e a que possibilita ocupar uma posição de liderança na produção de alimentos, fibras, rações e agroenergia. É fundamental cuidar muito bem deste patrimônio”, afirmou o presidente da UNICA - União da Indústria de Cana-de-Açúcar -, Marcos Jank, durante o lançamento oficial do manual.

O presidente da ANA -Agência Nacional das Águas - José Machado, que também estava no evento frisou a importância do Manual para uma conscientização mais ampla sobre a importância da gestão dos recursos hídricos. “O Brasil tem uma política para os recursos hídricos, já desenhada e bem encaminhada, mas que ainda não está totalmente desenvolvida. O Manual será importante para a sequência desse trabalho”, disse.

O manual foi desenvolvido por especialistas do CTC - Centro de Tecnologia Canavieira -, com coordenação do pesquisador André Elia Neto e apoio da UNICA, ANA e da Fiesp - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - e levou três anos para ser concluído. Ele traz informações sobre o gerenciamento de recursos hídricos voltadas à adoção e utilização de processos industriais alinhados aos conceitos do desenvolvimento sustentável e da eficiência do uso da água.

Segundo o pesquisador Elia Neto, o Brasil tem entre 12% e 15% dos recursos hídricos superficiais (rios e lagos) do mundo. Porém, essa vantagem não está bem distribuída pelo território brasileiro devido às irregularidades climáticas no Sertão do Nordeste, ao crescimento exagerado do consumo e à degradação ambiental nas regiões mais desenvolvidas.

Fonte: Portal Globo Rural

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Ranking ambiental "reprova" 61 cidades

Municípios da região não alcançaram nota mínima para obter o certificado da Secretaria de Estado do Meio Ambiente

Sessenta e uma cidades da região, de 81 avaliadas, foram "reprovadas" no ranking ambiental divulgado ontem pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Esses municípios não atingiram a nota mínima de 80 (escala de 0 a 100) para receber o selo de qualidade.

O certificado "Município Verde Azul" avalia em que medida as cidades cuidam do tratamento de esgoto e da coleta de lixo, recuperam a mata ciliar de córregos e combatem a poluição do ar, entre outros.

Foram avaliados neste ano 563 dos 645 municípios do Estado e premiados 156. Em 2008, foram aprovados apenas 44 de 332 avaliados.

Santa Rosa do Viterbo foi a cidade melhor avaliada da região neste ano, com nota 92,77, a 14ª melhor do Estado.

Ribeirão, que no ano passado foi reprovada com a nota 48, recebeu o selo desta vez: alcançou nota 86,75. Além dela, outras 4 cidades entre as 10 maiores ganharam o certificado, entre elas Araraquara e Franca.

Entre os municípios "reprovados" está São Carlos, com nota 51,80. A nota mais baixa na região foi a de Barrinha (21,66) -a secretaria apontou problemas com o tratamento de esgoto e com as matas ciliares (vegetação que acompanha os cursos d'água). A segunda pior foi Pedregulho, com 23,55.

Na avaliação do gerente do projeto Município Verde Azul, Ubirajara Guimarães, a maior dificuldade da região está na conservação da mata ciliar. "Embora os índices sejam melhores do que os do oeste paulista, ainda é preciso recuperar as matas ciliares."

A prefeita de Ribeirão, Dárcy Vera (DEM), disse que, devido à baixa nota de 2008, trabalhou desde janeiro para melhorar os indicadores verdes da cidade.

Uma das mudanças foi no tratamento do esgoto. Até o ano passado, 91% do esgoto era submetido a tratamento, proporção que subiu para 97,54% -a obra começou no governo anterior de Welson Gasparini e terminou em junho deste ano.

O promotor do Meio Ambiente, Marcelo Pedroso Goulart, não concorda com o prêmio dado à cidade. "Eu não daria selo verde para Ribeirão. Ainda há as queimadas urbana e rural, problemas com mata ciliar e entulho", disse. Goulart diz que a ideia do certificado é positiva, mas os critérios deveriam ser melhor esclarecidos.

São Carlos

Em São Carlos, pior avaliada entre as quatro maiores cidades, apenas 65% do esgoto é tratado. O coordenador do Meio Ambiente, Paulo Mancini, diz que a estação de tratamento que começou a funcionar neste ano deve elevar o percentual para 98,99% em 2010.

A Prefeitura de Pedregulho questionou a avaliação. Segundo o engenheiro agrônomo da prefeitura Nelson Barbosa, 95% do esgoto da cidade é tratado e há projeto de recuperar a mata ciliar.

Araraquara subiu na pontuação e obteve nota 88,12, a maior entre as quatro cidades mais populosas da região. O prefeito Marcelo Barbieri (PMDB) atribuiu o desempenho ao esforço no tratamento de esgoto e de lixo. Atualmente, 99% do esgoto é tratado. O desafio, para ele, é aumentar a coleta de lixo reciclável, que hoje é de 20%.

O município de Franca (nota 83,05) trata 98% do esgoto. Os focos em 2010 serão a arborização, a coleta seletiva e a educação ambiental.

Fonte: Folha Online (Ribeirão Preto)

Gestão ambiental no Norte do Minas é modelo para chineses

Uma comitiva formada por oito chineses, representantes da Haihe River Water Conservancy, do Ministério de Recursos Hídricos da China esteve, nesta segunda-feira (30), no Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema), em Belo Horizonte. A visita teve o objetivo de conhecer o Programa Nacional de Desenvolvimento de Recursos Hídricos (Proágua) que, em Minas Gerais, é gerenciado pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam).

Além de conhecer o programa, a delegação veio ao Brasil para entender como o programa está sendo administrado pelas coordenadorias estaduais. Em Minas, a ideia é trocar experiências relacionadas à gestão do semiárido e saber quais os principais projetos desenvolvidos em articulação com o Proágua Nacional. Durante o encontro, os asiáticos puderam ver, também, como são gerenciados os recursos para financiamento dos projetos implementados pelo Igam e os desafios para implantação de infraestruturas hídricas.

A visita da delegação foi intermediada pelo Secretário de Assuntos Internacionais da Associação de Intercâmbio Econômico e Cultural Brasil – China, Paulo Henrique Miranda. Para ele, o encontro poderá estreitar as relações entre os dois países. “Considerando a vasta experiência do Igam e seu indiscutível histórico de credibilidade para a utilização racional dos recursos hídricos da região, acreditamos que essa visita possa ser uma excelente oportunidade para aumentar as relações de cooperação e amizade entre os povos da China e do Brasil”, afirmou.

O secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho, recebeu a delegação e apresentou os trabalhos realizados pelo Sisema na gestão de recursos hídricos. Ele também ressaltou a importância do encontro. “Essa visita mostra que estamos no caminho certo e que a gestão dos recursos hídricos desenvolvida pelo Governo de Minas é uma referência”, disse.

O Sistema Norte do Proágua abrange a região Norte do Estado, nos municípios de Janaúba, Januária, Mato Verde e Rio Pardo de Minas. As ações têm como base a construção e ampliação de sistemas de abastecimento de água em sedes municipais e nas localidades rurais, constituídas por unidades de captação de água por meio de poços tubulares profundos, captação em cursos de água ou em pequenos barramentos, construção de adutoras de água, estações elevatórias, unidades de tratamento de esgoto simplificado, redes de distribuição de água tratada, ligações prediais e módulos sanitários. As ações beneficiam uma população aproximada de 130 mil habitantes.

Fonte: Agencia Brasileira de Noticias

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Mais da metade das escolas brasileiras não tem acesso à rede de esgoto

Uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas, a pedido do Instituto Trata Brasil, aponta que apenas 39,58% das escolas brasileiras têm acesso ao serviço de coleta de esgoto.

O estudo “A Falta que o Saneamento Faz” ainda revela que a falta de saneamento pode afetar o rendimento, reduzindo 18% o aproveitamento escolar das crianças.

Cerca de 200 crianças morrem por mês no Brasil em decorrência de doenças relacionadas à falta de saneamento, segundo um outro estudo realizado pelo Instituto, em 2008. As mais afetadas são as crianças entre 1 e 6 anos de idade.

“Enquanto alguns cogitam programas como o ''um computador por criança'', inspirado na iniciativa americana OLPC (One Laptop Per Child), propomos a iniciativa ''PDF - uma privada decente por família'', destacou o coordenador do Centro de Políticas Sociais da FGV, Marcelo Neri.

A situação mais preocupante acontece em Porto Velho (RO), onde apenas 9,3% das escolas contam com o serviço. Macapá (AP) e Boa Vista (RR), também figuram nas últimas colocações do ranking brasileiro de escolas sem coleta de esgoto, com 14,9% e 31,4%, respectivamente.

A capital mineira, Belo Horizonte, lidera a lista, 99,6% das instituições de ensino estão ligadas à rede de esgoto. Vitória (ES), conta com 97,7%; Rio de Janeiro (RJ), 97%; e São Paulo aparece em sexto lugar, com 93,7% das escolas conectadas.

Para a realização da pesquisa, foram avaliados os dados do último Censo Demográfico, da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), do Censo Escolar e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2008.

Fonte: Ambiente Brasil

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Comunidades indígenas elaboram Carta Pelas Águas em encontro na Bahia

Neste sábado, 28, grupos indígenas apresentaram a Carta Pelas águas, durante o Encontro das Águas, realizado em Santa Cruz Cabrália, no Extremo Sul da Bahia.

As propostas das comunidades para preservação das bacias e rios foram elencadas no documento que contém, ainda, as necessidades desses grupos. A carta será enviada ao governador do estado, Jaques Wagner.

Durante o encontro, promovido pelo Instituto de Gestão das Águas e Clima, INGÁ, foram conhecidos os representes das tribos que vão integrar o Conselho de Acompanhamento de Aplicabilidade da Carta Pelas Águas.

Na edição deste ano foram discutidos, entre outros temas, as políticas públicas voltadas aos recursos hídricos, o direito ao recurso e o Plano Estadual de Bacia Hidrográfica.

Os indígenas foram estimulados a participar dos Comitês de Bacias Hidrográficas da região, que abrangem os Rios dos Frades, Buranhém e Santo Antônio, além dos Rios Peruípe, Itanhém e Jucuruçu.

Desde agosto são realizadas reuniões temáticas para sensibilizar a sociedade e os povos tradicionais. Segundo informações do INGÁ, o último encontro do ano deve acontecer nos dias 4 e 5 de dezembro, em Itiúba, com o segmento Fundo de Pasto.

Fonte: Ambiente Brasil

domingo, 29 de novembro de 2009

Climagate

Marcelo Leite


E-mails roubados por hackers revelam que cientistas não são santos



A uma semana da conferência sobre mudança do clima em Copenhague, os "céticos" do aquecimento global marcaram um tento. Conseguiram meter uma cunha na credibilidade dos que defendem que ele é uma realidade e que a ação do homem ("antropogênica") é decisiva para agravar o efeito estufa.

O caso já ganhou apelido: "climagate". Hackers não identificados puseram na rede cerca de mil mensagens de e-mail e uns 3.000 documentos surrupiados de um servidor da Unidade de Pesquisa do Clima (CRU, em inglês) da Universidade de East Anglia, Reino Unido. Alguns deles realmente são, ou soam, comprometedores.
Os documentos que vieram à tona, até agora, não parecem comprovar nenhuma conspiração para passar por verdadeiros dados falsos sobre o aquecimento global antropogênico. Mas mostram que alguns adversários dos céticos não são santos.

A suspeita inicial mais grave era de manipulação de dados. Concentrava-se numa frase de Phil Jones, do CRU: "Acabei de finalizar o truque de Mike [Michael Mann] na [revista] "Nature" de acrescentar as temperaturas reais a cada série para os últimos 20 anos (isto é, de 1981 em diante) e desde 1961 para as de Keith [Briffa] a fim de esconder o declínio".

Que soa como manipulação de dados, soa. Mas as explicações sobre o contexto da frase também soam plausíveis. O blog de climatologistas pró-aquecimento RealClimate diz que se trata de compatibilizar dados de diferentes fontes (geleiras, densidade de anéis de crescimento de árvores, medidas reais etc.).

As estimativas de temperatura obtidas indiretamente por Briffa a partir das árvores divergem do registro de temperaturas reais medidas nas décadas recentes, e por isso o próprio autor recomenda que não sejam usadas. O "truque" seria só um ajuste, alegam seus defensores no RealClimate, embora sua composição com o verbo "esconder" seja para lá de suspeita.

É preciso ser ingênuo, ou ignorante de como a pesquisa científica de fato funciona, para enxergar aí um pecado mortal. Em todas as áreas de investigação pesquisadores escolhem e apresentam os dados mais favoráveis para sua tese. Criminoso seria só se escondessem medidas e informações capazes de contradizer sua conclusão (e os dados de Briffa foram publicados).

Outras mensagens indicam que os adversários dos céticos se organizavam para fechar-lhes as portas dos periódicos científicos, ao mesmo tempo em que acusavam o inimigo de não conseguir publicar artigos nas revistas reconhecidas. Feio, não é?

Ninguém consegue enganar todo mundo o tempo todo, porém. Bons estudos sempre acabam editados, mesmo que contrários ao paradigma dominante. Em especial se vierem lastreados em medidas e explicações sólidas. E está aí a internet para não deixar ninguém órfão.

De todo modo, é bom seguir o conselho da economista Megan McArdle em seu blog no sítio da revista "The Atlantic": tomar com um grão a mais de sal, de ora em diante, o argumento "ausência de publicações". Bem mais grave é outra suposta mensagem de Jones pedindo a Mann que apagasse e-mails objeto de um pedido formal de divulgação dos céticos, por meio da legislação britânica de acesso a informação. Não está claro ainda se as mensagens foram de fato deletadas, o que seria crime.

O simples fato de alguém se sentir à vontade para fazer um pedido desses por escrito sugere que os envolvidos de fato têm algo a esconder. Como, de resto, todos aqueles que acreditamos em sigilo de correspondência.
Fonte: Folha Online

Rio Pinheiros corre entre contrastes

Fonte: SPTV

Precisamos de um planeta e meio para manter gasto


Estudo alerta para o perigo de se está a gastar de mais em todo o mundo. Sobre Portugal, peritos avisam que seriam precisos quatro países iguais ao nosso para não faltarem recursos


Imagine que tem um frigorífico em casa com comida para uma semana. Só que em vez de ir poupando para se alimentar nos sete dias, come tudo nos primeiros três. Nos restantes vai ficar cheio de fome e arrepender-se do que fez. Agora é só trocar "comida" por "recursos" e "frigorífico" por "planeta Terra" e chegará à conclusão do mais recente estudo da Global Footprint Network (GFN): estamos a gastar mais recursos do que aqueles que temos. Trocando por números, precisaríamos de um planeta e meio para chegar ao fim do ano "sem fome", indicam os investigadores.

"Estamos a usar mais recursos do que aqueles que temos e isto não vai durar muito tempo", contou ao DN Willy De Backer, da GFN, que todos os anos calcula a pegada ecológica de mais de 100 países e também de toda a humanidade em conjunto. A pegada ecológica é um conceito que se tornou uma ferramenta de análise ambiental. "Os países já lhe dão uma importância ao nível do produto interno bruto", acrescenta o belga da GFN.

Os cálculos da associação incluem, obviamente, Portugal. Segundo a GFN, serão precisos quatro países iguais ao nosso para que nunca nos faltem recursos para consumir. Isto num país que tem como mais-valias apenas as pastagens e florestas, segundo o estudo.




Fonte: Diário de Notícias Online (PT)

sábado, 28 de novembro de 2009

'Science' publica entrevista com Carlos Minc, ministro do Meio Ambiente

Dois meses foi o tempo necessário para o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, convencer o presidente Lula da importância do Brasil assumir o compromisso voluntário de reduzir suas emissões de gases do efeito estufa entre 36% e 38,9% até 2020. A afirmação foi publicada nesta sexta-feira (27) em entrevista do ministro à revista “Science”.

A entrevista apresenta Minc como um ministro capaz de agradar aos setores industriais com rápidas tomadas de decisões e aos ambientalistas por sua atuação em operações contra o desmatamento e a criação de gado ilegal na Amazônia. Além de seus coletes característicos, o passado de luta contra a ditadura, prisão e tortura também são lembrados.

Para convencer Lula, Minc afirma que mostrou ao presidente que isso era um clamor da sociedade e que a omissão do país poderia levar a frustração dos brasileiros. Além disso, segundo ele, a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, poderia fracassar. A decisão de Lula, “que não é um cientista e sim um grande estadista”, foi positiva para a política interna e internacional do Brasil, disse o ministro à “Science”.

De acordo com o ministro brasileiro, o menor índice de desmatamento da Amazônia em 21 anos, registrado neste ano, credencia o país perante a comunidade internacional a acreditar na meta brasileira de redução de emissões. “Metade de nossa redução de 39% de emissões virá da Amazônia – reduzindo o desmatamento em 80%”, afirma Minc à “Science”.

Para ele, os cientistas do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) são os ambientalistas mais importantes de hoje, pois foi a partir do relatório realizado por eles que o mundo se deu conta de que “o aquecimento global não é uma ficção.“

Minc afirma que decisão do Brasil de estabelecer a meta de reduzir suas emissões de carbono equivalente entre 36% e 38,9% esbarrava na possibilidade de que outros países em desenvolvimento como a Índia se sentissem desconfortáveis com a posição brasileira.

Após reuniões com ministros do Meio Ambiente da China, Índia e África do Sul, diz Minc, os representantes desses países disseram não se sentir pressionados pela posição do Brasil. “Eles queriam estar certos de que nossas críticas eram mais dirigidas a países como os Estados Unidos, que são os maiores emissores e não estão fazendo seu dever de casa”, afirmou o ministro.

Fonte: G1

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Documento de secretaria mostra que Estado de SP terá conflito por água em 2020

Uma pesquisa da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo mostra que as bacias do Alto Tietê e dos rios Capivari, Jundiaí e Piracicaba serão palco de conflitos causados pela escassez de água no ano de 2020. Os setores industrial, agroeconômico e urbano vão entrar em disputa pelos recursos hídricos se não houver mudança no uso d'água dessas bacias. A previsão está no projeto Cenários Ambientais 2020, divulgado nesta quinta-feira (26) pela secretaria.

“A prospecção do conflito pelo uso da água está calcada nos usos múltiplos, tanto por atividades industriais, como para uso agronômico, como para uso urbano. A demanda por recursos hídricos tende a aumentar não só do ponto de vista inercial, mas a partir do crescimento da atividade econômica também cresce a demanda hídrica, você passa a ter um conflito não só entre bacias em função da transposição entre bacias, mas também entre os setores que usam aquele recurso hídrico”, destaca Casemiro Tércio dos Reis Lima Carvalho, coordenador da área de Planejamento Ambiental da secretaria.

Atualmente, as bacias dos rios Capivari, Jundiaí e Piracicaba transpõem água para a bacia do Alto Tietê, região bastante industrializada. A área do Alto Tietê, hoje, tem deficit de 80% de recursos hídricos, suprido, em parte, pelas águas transpostas pelo Capivari, Jundiaí e Piracicaba. “Quando os três começarem a demandar mais esse bem, ele tende a não transpor para o Alto Tietê”, explica Tércio.

O conflito em 2020 pelo uso de água nas bacias é considerado como um cenário de referência pela pesquisa, situação mais provável de ocorrer, de acordo com o estudo.

“O que temos que fazer para impedir isso é traçar políticas de economicidade dos recursos hídricos. Temos de ter uma estrutura de economia de água, como na construção civil sustentável, ter projetos com ciclos fechados industriais, seguindo a nova ecologia industrial”, ressalta Tércio.

Para a identificação dos cenários futuros foram consultados mais de 5 mil pessoas e 200 especialistas de diversas áreas. A condução do projeto esteve a cargo da Coordenadoria de Planejamento Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente.

Fonte: Correio Brasiliense

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Duas teses sobre a sustentabilidade global

José Eli da Veiga

A urgente necessidade de mecanismos que reduzam a imensa disparidade de capacidades tecnológicas entre o primeiro mundo e a semiperiferia foi muito bem enfatizada em vários relatórios de organizações internacionais dedicados à questão climática publicados em 2009. Mas nada permite supor que mudança de tão profundas implicações histórico-estruturais possa ocorrer no prazo requerido pela contenção do aquecimento global.

Então, no horizonte de tempo que autoriza cenários, a transição ao baixo carbono continuará essencialmente determinada pela execução dos planos que estão sendo estabelecidos por países que dispõem de alta capacitação tecnológica. Por enquanto é difícil imaginar quando os emergentes poderão sair da tremenda inferioridade em que se encontram. O que certamente fará com que entre eles a transição seja muito mais difícil e lenta.

Também é inevitável que essa disparidade leve os mais avançados a criar vários tipos de barreiras a importações de mercadorias produzidas em países que mantenham altas intensidades de emissões. No relatório elaborado em parceria com o Pnuma, a OMC já deixou claro que existem dispositivos que autorizam a criação de novas barreiras por países que tenham criado mecanismos econômicos de mitigação (como imposto ou "cap and trade"). Só será necessário que eles demonstrem que não se trata de "discriminação arbitrária ou injustificável", ou de uma "disfarçada restrição ao comércio internacional".

Nesse contexto, os fatos que mais permitem raciocinar sobre o rumo que poderá tomar a descarbonização são as iniciativas nacionais que já estão em curso em alguns países-chave do primeiro mundo. Particularmente na Inglaterra e na França.

O Reino Unido havia sido a primeira nação a legislar sobre a meta de cortar 80% das emissões até 2050 e a lançar a ideia de elaborar "orçamentos quinquenais de carbono" até 2022. Agora um plano estabelece o primeiro desses orçamentos com o objetivo de chegar em 2020 com emissões 18% inferiores às de 2008. O que significará um corte superior a um terço se a referência for 1990, pois já houve uma queda de 21%, praticamente o dobro da meta assumida no Protocolo de Kyoto.
Fonte: Eco-finanaças

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Brasil pode perder até R$ 3,6 trilhões com mudanças climáticas

Segundo o estudo Economia das Mudanças do Clima no Brasil, divulgado nesta quarta-feira, em 2050 o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro seria de entre R$ 15,3 trilhões e R$ 16 trilhões, caso não houvesse mudanças no clima.

Considerando-se o impacto das mudanças climáticas, esses montantes seriam reduzidos em entre 0,5% e 2,3%. Conforme o documento, as perdas ficariam entre R$ 719 bilhões e R$ 3,6 trilhões.

O estudo reuniu mais de 60 pesquisadores de 12 instituições e é inspirado no Relatório Stern, que fez uma análise econômica das mudanças climáticas em nível global.

Os autores abordam vários setores, como agricultura, energia, uso da terra e desmatamento, biodiversidade, recursos hídricos, zona costeira, migração e saúde.

Foram projetados dois cenários para o Brasil, que levaram em conta duas possíveis trajetórias do clima futuro desenvolvidas pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).

Os pesquisadores afirmam que as trajetórias climáticas do IPCC são baseadas em hipóteses sobre o comportamento futuro da economia global. O estudo brasileiro tentou simular o comportamento futuro da economia brasileira com as mesmas hipóteses do IPCC para a economia global.

O cenário mais pessimista trabalha com a perspectiva de inação para conter as mudanças climáticas. O mais otimista leva em conta esforços de mitigação, que resultariam em ligeira melhora.

"Os dois cenários provam que é muito melhor antecipar essas mudanças, assumir políticas públicas de redução de emissões, que o setor produtivo se engaje na redução das emissões, que o Brasil reduza o desmatamento. Com tudo isso, estaremos reduzindo custos", disse à BBC Brasil o coordenador do estudo, Jacques Marcovitch, professor da FEA/USP.

"Se demorarem a adotar essas ações, algumas condicionadas à negociação internacional, a tendência será de perda coletiva."

Leia mais.

Fonte: IG

terça-feira, 24 de novembro de 2009

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Indústria poluidora banca campanhas

Empresas que produzem grande quantidade de gases-estufa doaram R$ 60,8 milhões para políticos na eleição de 2006

Um grupo de 38 empresas, pertencentes a áreas da indústria que emitem grande quantidade de gases-estufa, contribuíram R$ 60,8 milhões para campanhas políticas nas eleições de 2006 no Brasil.

Os doadores pertencem a 12 associações nacionais representando indústrias de grande intensidade de carbono (ou seja, que produzem grande quantidade de gases do aquecimento global), como agronegócio, energia, carne, papel e celulose, cimento, mineração, óleos vegetais e siderurgia.

Em parte porque não existem regulamentações para o emprego de lobby no Brasil, não se pode estimar se essas contribuições de campanha estão ligadas à legislação sobre a mudança climática. Mas elas são capazes de abrir portas. O financiamento vindo das indústrias intensivas em carbono ajudou a eleger metade da comissão da Câmara dos Deputados que está considerando mudanças no Código Florestal.

Nesse caso, após intensa disputa, os deputados ruralistas conseguiram eleger Moacir Micheletto (PMDB-PR) como presidente da comissão. Sua proposta é deixar a legislação ambiental a cargo de cada Estado. Entre os financiadores de Micheletto estão a Bunge Alimentos (com contribuição de R$ 70 mil) e a produtora de carne Marfrig (R$ 30 mil).

A comissão conjunta de mudança climática, criada em março deste ano para discutir leis sobre o tema, tem menos membros financiados por indústrias de grande intensidade de carbono. Apenas 11 de seus 44 membros receberam doações desses setores da economia. Ao todo, 25 dos 27 partidos políticos do país foram agraciados com essas contribuições em 2006. A maior concentração foi para o PSDB e o Democratas (então PFL), que respondem por 38% das doações totais. Junto com o PMDB, esses dois partidos de oposição perfazem 54% do montante.

Dos 719 candidatos que receberam dinheiro dessas empresas, mais da metade (51,3%) é composta por políticos dos Estados, como governadores e deputados estaduais. Parlamentares federais correspondem a 48% da soma. Mas o presidente Lula também está entre os que receberam doações.

Mais de um terço do dinheiro (37%) foi contribuído pela indústria do aço, encabeçada pela Gerdau, com quase R$ 11 milhões. Mais de um quarto (26%) veio de membros da indústria de papel e celulose, em especial da Aracruz. Já a Bunge, que está fazendo lobby intenso em nível internacional pela aprovação de leis mais tímidas sobre mudança climática, seria a sexta maior doadora se tivesse repartido suas contribuições entre suas duas divisões, a de alimentos e a de fertilizantes.

Ambiente favorável

Em entrevistas, funcionários do governo e especialistas dizem ter dificuldade de citar empresas que tenham um lobby ativo em relação à mudança climática no Brasil. Um ex-assessor do governo para assuntos energéticos, que pediu para não ser identificado, afirma que o lobby nessa área no Brasil é pouco visível porque tudo já favorece as indústrias poluidoras no país.

"Em Copenhague, vamos ver a indústria americana do carvão, por exemplo, distribuindo abertamente folhetos em favor de seus interesses. As indústrias brasileiras não farão o mesmo porque não precisam", declarou o especialista.

Apesar disso, associações da indústria estão se posicionando sobre as negociações internacionais do clima, algumas pressionando contra metas de redução de emissões que afetem setores específicos da economia brasileira.

Uma das principais é a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para a entidade, levar metas a Copenhague atrapalharia o crescimento econômico e seria só uma forma de "mostrar ativismo". Os industriais reclamam que as necessidades do setor não estão sendo ouvidas o suficiente no debate sobre as mudanças climáticas.

"Não houve discussão, principalmente com o setor privado, para o Brasil se envolver com uma meta mais geral", diz o diretor executivo da CNI, José Augusto Fernandes. A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) diz temer que a adoção de metas sem contrapartida dos países ricos trave a competitividade do Brasil.
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A reportagem faz parte da série "O Lobby Global da Mudança Climática", produzida pelo ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos). Leia mais em www.icij.org

Fonte: Folha Online