quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Cai em 90% a captação de água pelo setor sucroenergético paulista desde os anos 70

O uso cada vez mais racional e eficiente de recursos hídricos por empresas do setor sucroenergético paulista vem reduzindo a quantidade de água captada ao longo dos últimos 30 anos. Nos anos 70, a captação média pelo setor era entre 15 a 20 metros cúbicos por tonelada produzida e em 2005, observou-se uma média de dois metros cúbicos por tonelada. É o que aponta o Manual de Conservação e Reuso de Água na Agroindústria Sucroenergética, lançado nesta quarta-feira (02/12), em São Paulo.

“A água é a principal commodity que o Brasil detém e a que possibilita ocupar uma posição de liderança na produção de alimentos, fibras, rações e agroenergia. É fundamental cuidar muito bem deste patrimônio”, afirmou o presidente da UNICA - União da Indústria de Cana-de-Açúcar -, Marcos Jank, durante o lançamento oficial do manual.

O presidente da ANA -Agência Nacional das Águas - José Machado, que também estava no evento frisou a importância do Manual para uma conscientização mais ampla sobre a importância da gestão dos recursos hídricos. “O Brasil tem uma política para os recursos hídricos, já desenhada e bem encaminhada, mas que ainda não está totalmente desenvolvida. O Manual será importante para a sequência desse trabalho”, disse.

O manual foi desenvolvido por especialistas do CTC - Centro de Tecnologia Canavieira -, com coordenação do pesquisador André Elia Neto e apoio da UNICA, ANA e da Fiesp - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - e levou três anos para ser concluído. Ele traz informações sobre o gerenciamento de recursos hídricos voltadas à adoção e utilização de processos industriais alinhados aos conceitos do desenvolvimento sustentável e da eficiência do uso da água.

Segundo o pesquisador Elia Neto, o Brasil tem entre 12% e 15% dos recursos hídricos superficiais (rios e lagos) do mundo. Porém, essa vantagem não está bem distribuída pelo território brasileiro devido às irregularidades climáticas no Sertão do Nordeste, ao crescimento exagerado do consumo e à degradação ambiental nas regiões mais desenvolvidas.

Fonte: Portal Globo Rural