sábado, 29 de agosto de 2009

Sete mitos sobre o consumo de água




O corpo humano é composto de 60% de água. Ela participa de praticamente todos os processos orgânicos: da regulação da temperatura ao bom funcionamento do cérebro e dos músculos.
Por isso hidratar-se – repor a água perdida na urina e na transpiração – é tão vital, como não se cansam de dizer os médicos. Tornou-se comum, no entanto, afirmar que a ingestão de água traz outros benefícios. Diz-se, por exemplo, que ela desintoxica e até ajuda a emagrecer. Ainda não há comprovação científica dessas teses. E, como ressaltam alguns especialistas, ingerir água em excesso pode causar prejuízos ao organismo. VEJA elencou os equívocos mais comuns sobre esse tema.
1 - O que se diz: beber bastante água ajuda a eliminar toxinas do organismoO que se sabe: a função de filtrar toxinas da corrente sanguínea é dos rins; portanto, a questão aqui é saber se água em grande quantidade melhora a função renal. "A resposta é não", diz a nefrologista Maria Eliza do Amaral Carvalho, do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo. "O fato de uma pessoa ingerir muita água não faz com que seus rins filtrem mais e melhor"
2 - O que se diz: para uma hidratação correta, é preciso ingerir 2 litros de água, ou oito copos, por diaO que se sabe: a recomendação de 2 litros de água por dia não tem nenhum fundamento científico. E não há prova nenhuma de que a ingestão abundante de água seja benéfica – pelo contrário. "Muita água faz mal ao organismo", diz o nefrologista Elias David-Neto, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Em demasia, ela sobrecarrega os rins e causa a eliminação excessiva de sais minerais, principalmente sódio e potássio, essenciais para o equilíbrio orgânico. Recomenda-se beber líquidos no mesmo volume de calorias consumidas. Para uma dieta de 1 200 calorias, 1,2 litro de água. "Não precisamos de mais água do que a sede solicita", afirma. É preferível tomar pequenas doses ao longo do dia a ingerir uma grande quantidade de uma vez. E deve-se lembrar que os alimentos também ajudam na hidratação
3 - O que se diz: muita água é sinônimo de pele mais bonita e saudávelO que se sabe: "essa tese não faz sentido", escreveu recentemente, num editorial do Journal of the American Society of Nephrology, o médico americano Stanley Goldfarb, um dos principais especialistas no assunto. "A água que se ingere é distribuída para todo o corpo. Apenas uma parte ínfima termina na pele." Somente o contrário é correto: a desidratação faz com que a pele perca o viço
4 - O que se diz: água ajuda a emagrecerO que se sabe: o melhor seria dizer que água ajuda quem está de dieta, por dois motivos: ela não tem calorias e dá a sensação de saciedade. Alguns copos de água certamente tirarão a fome, mas esse efeito dura muito pouco. "Para quem está de dieta, uma forma melhor de obter água e saciar-se é por meio de frutas e vegetais", diz a nutricionista Suzana Bonumá, de São Paulo
5 - O que se diz: ao praticar exercícios físicos, é preciso beber muita água para recuperar o que foi perdidoO que se sabe: por muito tempo, a recomendação do Colégio Americano de Medicina Esportiva era que os atletas deveriam tomar o máximo possível de líquidos durante o exercício físico para evitar a desidratação. Agora, o que se sabe é que água em excesso provoca a diluição do sódio. É o mineral que ajuda a conduzir os impulsos elétricos para os músculos, inclusive o do coração. A falta de sódio pode deflagrar dor de cabeça, desorientação e até parada respiratória
6 - O que se diz: água com gás hidrata menos e ainda causa celuliteO que se sabe: a água com gás hidrata tanto quanto a sem gás. E isso vale tanto para as naturalmente gaseificadas como para as gaseificadas artificialmente. Nenhuma delas causa celulite. "O que favorece a celulite é o açúcar dos refrigerantes, e não o seu gás", diz o dermatologista Francisco Le Voci
7 - O que se diz: a alta concentração de minérios das águas minerais pode causar pedras nos rins quando seu consumo é frequente O que se sabe: não existe uma relação direta entre o consumo dessas águas e a calcificação dos sais nos rins. E isso mesmo em regiões onde as águas são mais pesadas, obtidas de fontes ricas em sais de cálcio. Ao contrário, uma quantidade maior de água é indicada a quem tem propensão ao problema

Águas que tratam
A hidrologia médica é o ramo da ciência que estuda o poder medicinal das águas minerais. Atribuem-se a elas, graças à presença de substâncias como flúor, magnésio e bicarbonato de sódio em sua composição, benefícios no tratamento de diversos males. Embora não haja nenhum estudo conclusivo sobre o assunto, o certo é que mal essas águas não fazem. Ou seja, podem ser coadjuvantes no tratamento de doenças. O reumatologista Marcos Untura indica o tipo e a quantidade de água que precisa ser ingerida para que o volume de minerais seja relevante. Todas as águas são vendidas engarrafadas no Brasil.
Fonte: Veja

Rio comemora lagoa Rodrigo de Freitas mais limpa após décadas de poluição

Acostumados a ver toneladas de peixes mortos flutuando na lagoa Rodrigo de Freitas, um dos pontos turísticos mais visitados do Rio de Janeiro, os cariocas se surpreenderam com as condições da água em 2009.

O biólogo Mario Moscatelli, que desde 1989 realiza um trabalho independente de recuperação da vegetação original da lagoa, explica que o mais forte indício da recuperação é o retorno da fauna. "Estamos vendo espécies de aves, crustáceos e peixes que não frequentavam a lagoa há 10 ou 20 anos", relata.

Segundo dados do Inea (Instituto Estadual do Ambiente), dos 16 mil coliformes fecais por 100 mililitros de água medidos em 2006, a lagoa hoje registra apenas 1.300 - 300 a mais que o nível mínimo para que a água seja considerada boa para o banho.

Os registros de mortandades de peixes na lagoa datam de 1854, mas a situação atingiu um ponto crítico entre o fim dos anos 90 e o início desta década. Só em fevereiro de 2000, 140 toneladas de peixes morreram devido à falta de oxigênio na água.

Segundo Moscatelli, a crise das mortandades fez com que a população e o Ministério Público pressionassem as autoridades, que se viram obrigadas a agir após décadas de descaso. "É muito simples: basta parar de jogar lixo e esgoto na lagoa para ela ficar boa", indica o biólogo.

Assim, em 2001, a Cedae (empresa estadual responsável pelo fornecimento de água e tratamento de esgoto) começou finalmente a empreender obras para renovar o sistema de drenagem da lagoa, além de apertar a fiscalização sobre os despejos clandestinos.

Fonte: Ambiente Brasil

Cobrança pelas águas do São Francisco deve render R$ 20,6 milhões

Luiz Ribeiro

Assoreado e poluído, o Velho Chico se prepara para apresentar a fatura por décadas de exploração predatória. Segundo o Comitê da Bacia do Rio São Francisco (CBSF), a cobrança pela utilização das águas do antigo rio da integração nacional (já aprovada em maio) começa mesmo em janeiro e deve render cerca de R$ 20,6 milhões por ano, que serão usados em ações de recuperação ambiental do próprio rio – que, em alguns trechos, apresenta alto grau de degradação.
O valor pode parecer pouco, mas, só para efeito de comparação, em cinco anos de cobrança na Bacia do Paraíba do Sul, foram arrecadados R$ 40,9 milhões, ou R$ 8,2 milhões anuais. De acordo com o diretor de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente (MMA), João Bosco Senra, a cobrança será feita de produtores rurais, indústrias e outros empreendimentos. Segundo levantamento realizado pelo Instituto Brasileira de Geografia e Estatística (IBGE), as principais atividades econômica na região são o cultivo de frutas, soja, algodão e bovinocultura.
Entre as indústrias, algumas são produtoras de metais pesados. Dos 506 municípios da bacia, apenas 12 têm Produto Interno Bruto (PIB) acima de R$ 1 bilhão.Em contrapartida, os produtores que investirem em iniciativas de preservação ambiental em todo o país também poderão receber recursos do Programa Produtor de Água, da Agência Nacional de Águas (ANA).
O incentivo foi discutido em um encontro promovido pela ANA, encerrado quinta-fiera em Brasília. Segundo o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, parte dos recursos disponíveis no Fundo Amazônia (ao todo, o fundo dispõe de US$ 200 milhões) poderá ser destinada ao programa. “Está havendo uma mudança de paradigma. Não vamos ampliar a preservação somente com fiscalização e punição. É preciso incentivar as pessoas para que elas se conscientizem de que é preciso preservar. E elas só vão fazer isso se houver um retorno financeiro”, afirmou o ministro no evento.
Fonte: Portal Uai

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Produtor rural precisa obter outorga pelo uso da água para não ser penalizado

Em São Paulo cobrança começa a valer a partir de 2010

Se o meio ambiente é a preocupação mundial do século XXI, a preocupação com a água é a mais premente. Não é preciso discorrer sobre a importância da água para a vida. E hoje não há quem não reconheça que esse recurso vital é limitado. Assim, a sua proteção é indispensável para a garantia da nossa vida e a das futuras gerações. A Constituição Federal de 1988, reconhecendo, há mais de vinte anos, o risco de escassez no futuro desse recurso natural vital, mudou o enfoque sobre as águas, considerando-as bens da União e dos Estados. Com isso deixaram de existir as águas comuns e particulares, que estavam previstas no Código de Águas de 1934.

Que mudança isso trouxe para os produtores rurais? De imediato, nada. Mas paulatinamente, a legislação pátria começou a estabelecer critérios para o uso das águas, visando à garantia de sua disponibilidade em quantidade suficiente para todos e em qualidade adequada à manutenção da saúde humana. Nesse sentido, em 1997, quase uma década depois da entrada em vigor da Constituição Federal, foi criada a Lei 9.433, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos.

Essa política se fundamenta nos seguintes princípios: a água é um bem de domínio público, um recurso natural limitado e que tem valor econômico; assim sendo, a sua gestão deve ser descentralizada, contando com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades e deve contemplar o uso múltiplo da água e, em situação de escassez, seu uso prioritário deve ser o consumo humano e a dessedentação de animais. Ainda um outro princípio é o que estabelece a bacia hidrográfica com a unidade territorial para a implementação da política de recursos hídricos, pois cada bacia tem as suas características próprias, que devem ser levadas em consideração no estabelecimentos dos planos de ação para a gestão dos recursos hídricos.

Leia mais.

Fonte: Portal DBO

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Água ganha mais atenção das empresas

Provável escassez do produto nas próximas décadas leva companhias a mapear seu consumo

Andrea Vialli

A utilização de selos em produtos informando quanto foi emitido de carbono (CO2) na sua produção, conhecida como pegada de carbono, já vem sendo adotada por empresas de diferentes setores, como celulose e papel, química e cosméticos. Mas a mais nova tendência entre as empresas é estampar, na embalagem, a informação sobre a quantidade de água necessária para se fabricar um produto, a chamada pegada hídrica. "O aquecimento global trouxe todas as atenções para os efeitos do carbono no meio ambiente e para os negócios das companhias.
Mas, ao lado da questão climática, há uma crise hídrica que começa a preocupar as empresas", afirmou Andrew Savitz, presidente da Sustainable Business Strategies, consultoria americana especializada em estratégia empresarial e autor do livro A Empresa Sustentável. "A água é a ?mudança climática? da próxima década", diz o consultor. Segundo Savitz, o conceito de pegada hídrica está se fortalecendo nas empresas, especialmente dos setores de agronegócio, bebidas, alimentos e farmacêutica, que são mais dependentes do insumo.
Para criar uma ferramenta de medida da pegada hídrica em âmbito internacional, foi criada uma rede de pesquisas, a Water Footprint Network, formada pelas Nações Unidas, empresas, institutos de pesquisa e ONGs. A primeira empresa a imprimir sua pegada hídrica nas embalagens foi a Raisio, fabricante finlandesa de alimentos. Mas gigantes do consumo, como Unilever e Pepsico, já começam a se interessar pela tendência, que deve chegar às prateleiras dos supermercados nos próximos cinco anos, aponta Savitz. "Grandes empresas alimentícias já começam a perceber que não basta gerenciar a água nas fábricas, criando programas de reúso e reduzindo o desperdício.
Para evitar uma crise hídrica no futuro, será preciso trabalhar a cadeia de fornecedores, ou seja, o quanto se gasta de água no campo."No Brasil, empresas ligadas ao agronegócio já começam a se preparar para a tendência. A Daterra Coffees, empresa de café premium do grupo DPaschoal, teve a primeira fazenda no mundo a obter a certificação ambiental ISO 14.001 e realiza estudos hidrológicos frequentes para monitorar o consumo de águas nas plantações. "Em dez anos, o mercado para cafés finos exigirá padrões mais apurados de sustentabilidade, e a água é um dos pontos cruciais", diz Luis Norberto Paschoal, presidente da DPaschoal. Para se fazer uma xícara de café, são necessários 140 litros de água.
Fonte: Estadão Online

Aprovada cobrança pelos usos das águas na Bacia do Rio Araguari

Metodologia foi aprovada pelo CERH-MG por unanimidade na última semana
Na última quinta-feira (19.08) o Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH- MG) aprovou por unanimidade a metodologia para a cobrança pelos usos das águas na Bacia do Rio Araguari. A cobrança é prevista na Política Nacional e Estadual de Recursos Hídricos e tem o objetivo de promover o uso racional e inteligente da água. As Deliberações Normativas contendo a metodologia aprovada já foram publicadas no Diário Oficial de Minas Gerais.

De acordo com Leocádio Alves Pereira, presidente da Associação Multissetorial de Usuários de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari – ABHA, todo o trabalho foi realizado através dos estudos das metodologias existentes no Brasil e das experiências onde já existe a cobrança.

Os estudos serviram de referência para a elaboração de uma metodologia específica para a Bacia do Rio Araguari. "Para que essa cobrança fosse implementada, realizamos inúmeras reuniões técnicas com o IGAM, com as Câmaras Técnicas do Comitê da Bacia Rio Araguari, com todos os segmentos de usuários de recursos hídricos, com setores da Sociedade Civil e Poder Público, além da participação da empresa contratada para desenvolver os estudos da metodologia para a cobrança, a Gama Engenharia de Recursos Hídricos Ltda ", disse Leocádio. "Além disso, todos os estudos realizados, questionamentos e propostas durante as consultas públicas foram levados em consideração pelo Comitê, que deliberou e aprovou, sendo encaminhados ao IGAM e assim submetidos ao CERH-MG e suas Câmaras Técnicas, que recomendaram a plenária à aprovação da metodologia e os preços públicos unitários-PPUs para os diversos usos", conclui Leocádio Pereira.

O presidente ainda enfatiza que a cobrança foi fundamentada em diversos trabalhos realizados que tiveram como finalidade fazer o cadastro das outorgas vigentes e inscrição junto ao Cadastro Nacional de Usuários de Recursos Hídricos-CNARH, a realização de estudos de impactos sobre os diferentes usos em diversos empreendimentos usuários, o levantamento da capacidade de arrecadação na Bacia e a aprovação da metodologia e preços públicos unitários.

"Após a aprovação da metodologia de cobrança, a próxima etapa será a assinatura do Contrato de Gestão com o IGAM, onde estão sendo discutidas as cláusulas, regras, metas e formas de avaliação de desempenho da ABHA nas aplicações dos recursos e o cumprimento das metas, conforme previsto nos planos de trabalho e dos programas, projetos e ações consignadas no Plano Diretor da Bacia do Rio Araguari, aprovado pelo CERH-MG", concluí Leocádio.

Implementação

A diretora de Gestão de Recursos Hídricos do Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM, Luiza de Marillac, diz que até outubro será assinado o Contrato de Gestão com a ABHA - Bacia Rio Araguari para que os mecanismos de cobrança e de aplicação dos recursos no Araguari sejam definidos. "A meta é de que até o final de 2010, a cobrança esteja implantada", afirma. Luiza de Marillac explica que a cobrança será feita aos usuários outorgados. Usos destinados ao abastecimento de pequenos núcleos habitacionais no meio rural, captações e lançamentos considerados insignificantes estarão isentos.

Dos recursos financeiros arrecadados, 92,5% são investidos em ações previamente definidas no Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia, como projetos de recuperação de nascentes e matas ciliares, construção de estações de tratamento de esgotos e aterros sanitários, Programa Produtor de Água, Servidão Ambiental, dentre outros. Os outros 7,5% dos recursos são destinados para o custeio e manutenção da ABHA, que é uma Entidade Equiparada à Agência de Bacia.

Na Bacia do Rio Araguari, a metodologia inclui dois outros pontos de cobrança que são a transposição de águas e o uso por geração de energia elétrica, atividades comuns na região. O presidente do Comitê Rio Araguari, Wilson Shimizu, afirma que algumas particularidades ainda precisam de ajustes e que a metodologia será revista em três anos.

Bacia do Rio Araguari

Minas Gerais possui 36 Unidades de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos - UPGRHs. Para cada uma dessas unidades já existe o seu respectivo Comitê, formado por representantes do Poder Público Estadual e Municipal, dos usuários de água e da Sociedade Civil da região, a exemplo do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari – UPGRH PN2.
Situada na mesorregião do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, a bacia abrange um total de 20 municípios. Apresenta uma área de drenagem de 22.091 km², o que representa 3,41% do território do Estado de Minas Gerais, com população estimada em aproximadamente um milhão de pessoas.

Fonte: Blog Triangulo de Minas

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Ações contra o desperdício visando a preservação da água contribuem para conscientizar a sociedade

Flávia Ayer

Flávio Negrão construiu um reservatório que aproveita a água da chuva
Apesar de se chamar Terra, o planeta é composto por dois terços de água. Mas a aparente abundância de recursos hídricos não deixa a população mundial em situação confortável. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que mais de 97,5% das águas são salgadas, impróprias para consumo. Do restante, 2,5% são doces, sendo que dois terços estão em reservatórios subterrâneos. Sobra menos de 1% para o consumo humano. E, sim, ela pode acabar mais rápido do que se imagina.

Segundo especialistas, caso indústrias, empresas, entidades e cidadãos comuns usem recursos hídricos sem limite, o planeta pode viver uma crise desencadeada pela escassez do bem natural. A esperança vem de iniciativas em prol da conservação e recuperação de mananciais, como o 8º Prêmio Furnas Ouro Azul, da regulamentação da cobrança pelo uso da água, de tecnologias que promovam a economia e, é claro, da contribuição de cada um.

E os brasileiros têm grande responsabilidade quando o assunto é a preservação de recursos hídricos. O país concentra 13,7% da água doce do planeta. Minas Gerais não fica por menos, sendo considerado a caixa, d’água do Brasil. “Os rios de Minas fornecem água para o estado e para mais seis estados circunvizinhos, além do Distrito Federal. Daqui, elas seguem para Bahia, Espírito Santo, Goiás, Rio de Janeiro, entre outros”, afirma o coordenador da fiscalização ambiental integrada da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Paulo Teodoro Carvalho, também coordenador do 8º Prêmio Furnas Ouro Azul.

O assessor em recursos hídricos da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior, o biólogo Rafael Resck, explica que usar a água de forma racional significa atender necessidades econômicas e sociais que exigem o recurso hídrico sem desperdício. “Há uma cultura de que a água é um bem infinito. Sabemos que o sistema não está conseguindo se recuperar. Em pouco tempo, ela vai acabar. A água está diminuindo e a qualidade da que estamos usando está cada vez pior”, alerta Resck.

Segundo ele, 70% da água é usada na irrigação de plantios, 20% vai para indústrias e 10% serve para atividades cotidianas. Apesar de representar uma pequena parcela do uso do bem natural, tarefas do dia a dia são aquelas que acarretam maior prejuízo para sua qualidade. Daí a importância da contribuição de cada pessoa. Com o objetivo de conscientizar crianças sobre o uso racional da água, em setembro, será inaugurada, em Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte, a Escola da Água, pela Secretaria de Ciência e Tecnologia. Os pequenos poderão saber como diminuir o consumo do bem natural, além de atitudes simples de ser adotadas. “Vamos ensinar que não se deve jogar óleo de cozinha na pia, porque para tirá-lo da água será necessário usar milhares de litros”, afirma.

Aproveitamento

O arquiteto Flávio Negrão não passou pela Escola da Água, mas sabe muito bem como cuidar dos recursos hídricos. E mais: além de saber, ele aplica conceitos do uso racional. A casa, construída há três anos, no Vale do Sol, Região Metropolitana de BH, tem um sistema de aproveitamento das águas da chuva. É desse reservatório de 5 mil litros que vem líquido para regar plantas no jardim e para lavar roupas. “Com isso, todo mês, pagamos a taxa mínima de água. Outra forma de economizar foi a manutenção da flora nativa. Como elas já estão adaptadas ao ambiente, não precisam de muita água”, conta. E ele não para: agora, pretende desenvolver um sistema, usando energia eólica, para bombear a água da chuva. No caso de Flávio, os projetos viraram, este ano, empreendimentos, com a abertura da Ambiência, empresa de capacitação e projetos em arquitetura sustentável, para disseminar as boas ideias.

Economize água
Desligue a torneira ao escovar os dentes
Prefira varrer sua calçada em vez de lavá-la
Tente tomar banhos mais rapidamente
Deixe os talheres e pratos de molho antes de lavar
Elimine os vazamentos da sua casa
Acompanhe o consumo mensal na conta de água, estabelecendo metas de redução
Utilize mangueira com esguicho do tipo “revólver”

Fonte: UAI

domingo, 23 de agosto de 2009

Rios de SP: a vida e a força do turismo no Tietê, em Barra Bonita

Fonte: Bom Dia São Paulo

Em carta, Marina afirma que falta de visão a fez sair do PT

Em carta encaminhada ao presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), a senadora Marina Silva anuncia sua desfiliação do partido e diz que, apesar dos avanços conquistados durante os seis anos em que foi ministra do Meio Ambiente do governo Lula, "faltaram condições políticas para avançar no campo da visão estratégica, ou seja, de fazer a questão ambiental alojar-se no coração do governo e do conjunto das políticas públicas".

Mais cedo, Marina Silva anunciou à imprensa que está em processo de negociação para se filiar ao PV, mas não quis falar no papel de possível candidata à Presidência da República. A Berzoini, a senadora explica que não deseja mais continuar sua luta ambiental dentro do partido, e sim procurar um grupo que assuma "inteira e claramente um novo padrão de desenvolvimento para o Brasil".

"É o momento não mais de continuar fazendo o embate para convencer o partido político do qual fiz parte por quase trinta anos, mas sim o do encontro com os diferentes setores da sociedade dispostos a se assumir, inteira e claramente, como agentes da luta por um Brasil justo e sustentável, a fazer prosperar a mudança de valores e paradigmas que sinalizará um novo padrão de desenvolvimento para o País", diz trecho da carta.

Leia na íntegra:"Caro companheiro Ricardo Berzoini,Tornou-se pública nas últimas semanas, tendo sido objeto de conversa fraterna entre nós, a reflexão política em que me encontro há algum tempo e que passou a exigir de mim definições, diante do convite do Partido Verde para uma construção programática capaz de apresentar ao Brasil um projeto nacional que expresse os conhecimentos, experiências e propostas voltados para um modelo de desenvolvimento em cujo cerne esteja a sustentabilidade ambiental, social e econômica.

O que antes era tratado em pequeno círculo de familiares, amigos e companheiros de trajetória política, foi muito ampliado pelo diálogo com lideranças e militantes do Partido dos Trabalhadores, a cujos argumentos e questionamentos me expus com lealdade e atenção. Não foi para mim um processo fácil. Ao contrário, foi intenso, profundamente marcado pela emoção e pela vinda à tona de cada momento significativo de uma trajetória de quase trinta anos, na qual ajudei a construir o sonho de um Brasil democrático, com justiça e inclusão social, com indubitáveis avanços materializados na eleição do Presidente Lula, em 2002.

Hoje lhe comunico minha decisão de deixar o Partido dos Trabalhadores. É uma decisão que exigiu de mim coragem para sair daquela que foi até agora a minha casa política e pela qual tenho tanto respeito, mas estou certa de que o faço numa inflexão necessária à coerência com o que acredito ser necessário alcançar como novo patamar de conquistas para os brasileiros e para a humanidade. Tenho certeza de que enfrentarei muitas dificuldades, mas a busca do novo, mesmo quando cercada de cuidados para não desconstituir os avanços a duras penas alcançados, nunca é isenta de riscos.

Tenho a firme convicção de que essa decisão vai ao encontro do pensamento de milhares de pessoas no Brasil e no mundo, que há muitas décadas apontam objetivamente os equívocos da concepção do desenvolvimento centrada no crescimento material a qualquer custo, com ganhos exacerbados para poucos e resultados perversos para a maioria, ao custo, principalmente para os mais pobres, da destruição de recursos naturais e da qualidade de vida.

Tive a honra de ser ministra do Meio Ambiente do governo Lula e participei de importantes conquistas, das quais poderia citar, a título de exemplo, a queda do desmatamento na Amazônia, a estruturação e fortalecimento do sistema de licenciamento ambiental, a criação de 24 milhões de hectares de unidades de conservação federal, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e do Serviço Florestal Brasileiro. Entendo, porém, que faltaram condições políticas para avançar no campo da visão estratégica, ou seja, de fazer a questão ambiental alojar-se no coração do governo e do conjunto das políticas públicas.

É evidente que a resistência a essa mudança de enfoque não é exclusiva de governos. Ela está presente nos partidos políticos em geral e em vários setores da sociedade, que reagem a sair de suas práticas insustentáveis e pressionam as estruturas políticas para mantê-las.

Uma parte das pessoas com quem dialoguei nas últimas semanas perguntou-me por que não continuar fazendo esse embate dentro do PT. E chego à conclusão de que, após 30 anos de luta socioambiental no Brasil - com importantes experiências em curso, que deveriam ganhar escala nacional, provindas de governos locais e estaduais, agências federais, academia, movimentos sociais, empresas, comunidades locais e as organizações não-governamentais - é o momento não mais de continuar fazendo o embate para convencer o partido político do qual fiz parte pro quase trinta anos, mas sim o do encontro com os diferentes setores da sociedade dispostos a se assumir, inteira e claramente, como agentes da luta por um Brasil justo e sustentável, a fazer prosperar a mudança de valores e paradigmas que sinalizará um novo padrão de desenvolvimento para o País. Assim como vem sendo feito pelo próprio Partido dos Trabalhadores, desde sua origem, no que diz respeito à defesa da democracia com participação popular, da justiça social e dos direitos humanos.

Finalmente, agradeço a forma acolhedora e respeitosa com que me ouviu, estendendo a mesma gratidão a todos os militantes e dirigentes com quem dialoguei nesse período, particularmente a Aloizio Mercadante e a meus companheiros da bancada do Senado, que sempre me acolheram em todos esses momentos. E, de modo muito especial, quero me referir aos companheiros do Acre, de quem não me despedi, porque acredito firmemente que temos uma parceria indestrutível, acima de filiações partidárias. Não fiz nenhum movimento para que outros me acompanhassem na saída do PT, respeitando o espaço de exercício da cidadania política de cada militante. Não estou negando os imprescindíveis frutos das searas já plantadas, estou apenas me dispondo a continuar as semeaduras em outras searas.Que Deus continue abençoando e guardando nossos caminhos

Saudações fraternas
Marina Silva

Fonte: Ambiente Brasil