sábado, 26 de setembro de 2009

Dia do Corumbataí reúne prefeitos da região

A segunda e última etapa das comemorações em homenagem a Bacia Hidrográfica do Rio Corumbataí acontece no sábado, 26, com o plantio de mais de 3 mil mudas de árvores nativas às margens do rio que fica dentro de uma área de proteção, localizada no pesque-pague das Palmeiras, em Rio Claro.

A segunda-feira, 28 de setembro, marca o primeiro aniversário de criação do Dia do Rio Corumbataí. As atividades estão sendo organizadas pelos representantes do Instituto de Proteção Sócio Ambiental (IPSA), com o apoio da Prefeitura de Rio Claro através de Secretarias Municipais e Daae.

No sábado, 26, os organizadores preparam uma atividade regional que deverá reunir prefeitos de oito municípios da Bacia Hidrográfica: Analândia, Corumbataí, Itirapina, Ipeúna, Charqueada, Rio Claro, Santa Gertrudes e Piracicaba, além de representantes do Comitê e Consórcio PCJ, ambientalistas e convidados.

A programação será aberta oficialmente às 9h30; em seguida às 10h30, será feita homenagens e o plantio de mudas de árvores nativas e, às 12h00, haverá uma confraternização.
Na segunda-feira, 21, um grupo de 31 alunos da Escola Caic, localizada no Jardim Brasília, participou do plantio de mudas nativas.

Bacia do Corumbataí

A Bacia Hidrográfica do Rio Corumbataí possui uma área de 170 mil hectares, é responsável pelo abastecimento direto de uma população de mais de 500 mil e, indiretamente, mais de 5 milhões de pessoas.

Seu principal rio é o Corumbataí, que nasce em Analândia, na Serra de Santana e percorre 130 km de extensão, tendo sua foz no bairro Santa Terezinha, no município de Piracicaba.

Projeto Ambiental

O Dia do Rio Corumbataí foi instituído através de Lei Municipal 3886, de autoria do então vereador Agnelo da Silva Matos Neto, estabelecendo normas e diretrizes para a recuperação e preservação dos recursos hídricos e áreas de preservação da Bacia Hidrográfica do Rio Corumbataí.

Fonte: Canal Rio Claro

Índices de oxigênio apresentam melhora no Tietê

Fonte: SPTV

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Professores se preparam no Rio de Janeiro para estimular a preservação da água

Nesta quinta-feira (24), 40 professores da região de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, participaram de uma capacitação da Agência Nacional de Águas (ANA), para a gestão sustentável da água.

A ação, que continua hoje no município, tem como principal objetivo estimular os jovens a preservar os recursos hídricos, além de promover a iniciação dos alunos do ensino fundamental nos procedimentos da pesquisa científica, como a observação, a experimentação e o registro. Nesta etapa, cerca de 20 escolas serão beneficiadas. Até agora o projeto já capacitou mais de mil professores em cinco estados, segundo dados da ANA. No Rio de Janeiro outras 80 escolas já implementaram o projeto.

Os professores participam de atividades e dinâmicas, assistem a vídeos e aprendem como instituir o “Caminho das Águas” nas salas de aula. O projeto ainda oferece jogos, vídeos, mapas e CDs, para que os professores utilizem com as crianças.O próximo pólo a receber a capacitação, com a participação de 20 escolas, é o de Barra do Piraí, nos dias 28 e 29 deste mês. Barra Mansa recebe o projeto em seguida, beneficiando 30 escolas.

O programa deve ser concluído em outubro, de acordo com previsão da ANA, com a capacitação de cerca de 1,7 mil professores. Mais informações podem ser encontradas no site: http://www.caminhoaguas.org.br/.

Fonte: Ambiente Brasil

Um valor para a conservação

Primeiras iniciativas de pagamento por serviços ambientais saem do papel em diversas regiões do País e apontam para o desafio de recompensar financeiramente quem protege água, solo, clima e florestas

Os projetos de pagamento por serviços ambientais (PSA), que remuneram agricultores e proprietários de terras pela conservação de água e florestas, são vistos por especialistas como a grande promessa para a preservação de ecossistemas. A expectativa é de que a reunião do clima em Copenhague, em dezembro, avance na definição de um marco regulatório global para o mecanismo.

Enquanto isso, no Brasil surgem projetos de lei para amparar a questão."O conceito de pagamento por serviços ambientais é inovador porque mostra que há benefícios econômicos diretos na preservação", explica Fernando Veiga, gerente de serviços ambientais da ONG The Nature Conservancy (TNC). Em vários pontos do País, iniciativas apresentam resultados, ainda que incipientes - a maioria delas provê pagamentos a produtores rurais que conservam mananciais.

Há também os primeiros projetos de sequestro de carbono, para recompensar agricultores que mantêm matas em suas propriedades. O município de Extrema (MG), na divisa com São Paulo, é um dos que mais têm avançado na questão. Desde 2007, a cidade abriga o programa Produtor de Água, projeto da Agência Nacional de Águas (ANA) em parceria com várias instituições, como o Instituto Estadual de Florestas (IEF-MG), a TNC e o município.

A água produzida nas bacias hidrográficas de Extrema compõe o sistema Cantareira, responsável por grande parte do abastecimento da capital paulista.

Leia mais.

Fonte: Estadão Online

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Licenciamento ambiental de obras é deficiente, aponta TCU

Para tribunal, processo está focado na emissão de licenças em detrimento aos efeitos ambientais decorrentes dos projetos. Auditoria também identifica existência de pressão política para a liberação das obras.

Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) constatou diversos problemas na avaliação dos impactos ambientais realizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Segundo o TCU, a ausência de acompanhamento sistemático compromete a efetividade do licenciamento ambiental como um todo.

De acordo com a auditoria, o Ibama se concentra na preparação dos Estudos de Impacto Ambiental (EIA), mas uma vez concedida as licenças do processo de licenciamento - as licenças Prévia (LP), de Instalação (LI) e de Operação (LO) - falta acompanhamento sistemático para verificar se as medidas mitigadoras surtiram efeito.

"Percebe-se que grande atenção é dedicada à preparação de um EIA e à exigência de que o projeto incorpore um extenso programa de mitigação de impactos, todavia, uma vez aprovado o projeto, há um interesse surpreendentemente pequeno em verificar se ele foi realmente implantado de acordo com o prescrito e se as medidas mitigadoras atingiram seus objetivos de proteção ambiental", diz a auditoria.

O TCU considera que um dos grandes problemas do licenciamento ambiental federal é que "ele permanece focado na emissão de licenças em detrimento dos reais efeitos ambientais decorrentes dos projetos ou da efetividade das medidas mitigadoras". O tribunal alerta que a finalidade do licenciamento ambiental não é emitir licenças, mas garantir que os desenvolvimentos econômico, social e ambiental sejam compatibilizados.

Leia mais.

Fonte: Ecofinanças

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Sarkozy propõe lançar Organização Mundial do Meio Ambiente

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, propôs nesta terça-feira (22) a criação de uma Organização Mundial do Meio Ambiente para legislar sobre o direito internacional do assunto, tão respeitada como a do comércio.

Com a nova instituição, o presidente francês acredita que seja possível reagrupar as agências existentes. O órgão poderia entrar em operação em 2012, quando deve ser definida a realização da cúpula Rio20, que o Brasil propõe organizar.Sarkozy enfatizou durante a Conferência Internacional que "pela primeira vez na história da humanidade, o objetivo de uma negociação supera o destino de um país, de uma região ou de um continente, porque é preciso decidir o futuro de toda a terra".

Ele reconheceu que as negociações internacionais para reduzir as emissões poluentes estão paralisadas e considerou que existem quatro pontos que devem dirigir o êxito da Cúpula da Mudança Climática, que acontecerá em Copenhague em dezembro.Citou a redução de pelo menos 50% das emissões mundiais até 2050.

Além disso, para os países desenvolvidos, estima a redução de 80% de suas emissões até 2050 e para os emergentes, redução do crescimento de suas emissões com relação ao cenário atual de aumento, com a ajuda tecnológica e financeira dos países desenvolvidos.Sarkozy abordou ainda a solidariedade ativa com os países mais vulneráveis, os da África e as pequenas nações insulares.

O presidente da França disse que assim como o Brasil e os países da bacia do Congo dá prioridade à mobilização para salvar as florestas.A França se disse disposta a assumir a sua parte no financiamento do custo adicional que necessitem os países em desenvolvimento para se adaptarem as medidas, avaliado em 100 bilhões de euro de 2009 até 2020 pela Comissão Europeia.Sarkozy propôs reunir uma nova Cúpula antes de dezembro, em Copenhague, com os chefes de Estado das principais economias, que representam 80% das emissões.

Na Cúpula de Copenhague será costurado um acordo mundial sobre a redução de emissões de gases poluentes em substituição ao Protocolo de Kioto de 1997, que expira em 2012.

Fonte: Ambiente Brasil

terça-feira, 22 de setembro de 2009

A era da estupidez

Numa linha histórica e de crítica econômica, a diretora e ativista inglesa Franny Armstrong tenta mostrar como a guerra pelo ouro negro, o desenvolvimento tecnológico e a agressividade do consumo construíram uma derrocada – talvez sem volta - para a humanidade.

O filme compara, de maneira lúdica e interessante, o perfil econômico dos países e os prejuízos para a terra na insistência da economia do petróleo.

Numa Arca de Noé futurista sobre o Ártico derretido, um sobrevivente solitário vê as imagens do mundo em processo de destruição. Ele está em 2055 e não há mais salvação, tudo está acabado. O homem olha, porém, para um passado aonde ainda era possível reverter o caminho do fim: nossos dias atuais.

Esta é a premissa do documentário A Era da Estupidez (The Age of Stupid), que estreou mundialmente no dia 21 de setembro num evento em Nova York, e entra em cartaz no dia 22 em uma dúzia de salas do Brasil (onde ficará, provavelmente, por pouquíssimo tempo). O filme mistura ficção (o narrador, Pete Postlethwhaite, indicado ao Oscar em 1994 pelo Em Nome do Pai), animações e seis histórias reais, gravadas a partir de 2007, de pessoas que vivem no mesmo planeta, mas em posições díspares (como é próprio desta nossa modernidade).

Entre elas, o relato da nigeriana Layefa Malemi, jovem de 20 anos que quer fazer medicina para ajudar seu povoado, uma área de extração da Shell arrasada e paupérrima, e Jamila e Adnan Bayyou, pequenas vítimas da guerra do Iraque que perderam a casa, a nação e o pai para a guerra dos americanos.

As discussões querem, evidentemente, reverberar na Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP15), que acontece no mês de dezembro em Copenhagem. A comunidade mundial tem a consciência que será imprescindível um acordo que busque o compromisso dos países participantes, principalmente os mais desenvolvidos, para a redução da emissão de gases nocivos ao meio ambiente.

Do contrário, aquele homem solitário sobre o Ártico estará mesmo, em 2055, catalogando imagens e histórias para os olhos de alguém que, em algum lugar, vai saber o que foi feito de todo um povo que, ironia das ironias, extinguiu-se quando cresceu.

A crítica da película é contundente, direcionada ao que somos hoje. E, no escuro da sala de cinema, transmite com eficácia a sensação primeira de que, vítimas e algozes, somos todos assassinos da humanidade.

Mas faltou discutir a responsabilidade dos de quem está em desenvolvimento, principalmente na América Latina. Nada, nadinha de Brasil, Argentina, Chile, países que estão economicamente em ascensão e, portanto, vulneráveis à tentação descontrolada do, digamos, progresso.

Parece que os produtores do filme compraram a tese da responsabilidade histórica que os países em desenvolvimento vão colocar na mesa em Copenhague para que, em alguns casos, eles não tenham que arcar com os custos de séculos de falta de cuidado com a nossa terra.

Veja o trailler aqui.

Fonte: Revista Sustentabilidade Online

Montanha de lixo está próxima do Tietê

Fonte: SPTV

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Outros passos

MARINA SILVA


DEPOIS DE muitos adiamentos, foi finalmente lançado o zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar. Apesar da demora, o ponto positivo é que foram levadas em conta as diretrizes defendidas pelo Ministério do Meio Ambiente desde que o debate se instalou no governo, em 2007. A proteção da Amazônia, do Pantanal e dos remanescentes de florestas nos demais biomas, assim como a observância da segurança alimentar, estão contempladas. Mas não ainda garantidas. São fundamentais medidas complementares para assegurar, de fato, a sustentabilidade da nossa produção de etanol e outros biocombustíveis.

É preciso impedir que a pecuária -que cederá espaço para a expansão da cana- migre de modo anárquico para a Amazônia ou outros biomas, agravando o que já ocorre. Falta também política de incentivo para um salto tecnológico que eleve a produtividade na pecuária -cuja média nacional beira a uma cabeça por hectare- e incorpore o adequado manejo dos recursos naturais em suas práticas, a partir de tecnologias disponíveis na Embrapa e já adotadas por vários produtores.

Dessa forma, será possível aumentar o rebanho e a renda do produtor e ainda liberar áreas para a produção de biocombustíveis, reflorestamento comercial e outras culturas, descartando novos desmatamentos, o que significa reduzir emissões de carbono. Mas nada disso terá sentido se o projeto de lei for desfigurado no Congresso Nacional. É imprescindível um cuidadoso e consistente processo de articulação política que garanta a aprovação da proposta, de modo a que não se resuma a mera "boa intenção" do governo.

Outro passo necessário é estabelecer um processo de certificação independente para a produção de biocombustíveis, atestando o cumprimento da legislação trabalhista, ambiental e do próprio zoneamento. Estaria assim assegurada a sustentabilidade dos nossos biocombustíveis, tornando-os praticamente imbatíveis no mercado global. Apesar da forte resistência de alguns setores, o zoneamento sinaliza que é possível mudar o jogo e chegar a uma produção agrícola compatível com a economia descarbonizada do futuro.

Sinaliza também que a virada começa numa nova qualidade de pensamento e planejamento estratégico para o setor agrícola. Se o Brasil consolidar políticas nessa direção e assumir metas obrigatórias de redução de suas emissões totais, certamente chegará a Copenhague como referência para a negociação de um compromisso internacional decisivo na contenção do aquecimento global. Reunimos as melhores condições, há que se perseverar na decisão politica para desempenhar esse papel.

Fonte: Folha Online

domingo, 20 de setembro de 2009

Barragem pode extinguir peixe em MG

Última população viável do surubim-do-doce, antes comum em dois Estados, seria soterrada por usina, afirma biólogo

A última população viável de um peixe que já habitou boa parte dos rios de Minas Gerais e Espírito Santo pode ser destruída pela ampliação de uma hidrelétrica, afirma um biólogo da UFV (Universidade Federal de Viçosa). Se a obra for adiante, será apenas questão de tempo até que a espécie suma do mapa, diz o pesquisador.O bicho em questão é o surubim-do-doce (Steindachneridion doceanum), um peixe de couro que pode ultrapassar os 20 kg e chegar a 1 m de comprimento. Como o nome popular do animal indica, ele já foi comum em toda a bacia do rio Doce, da qual é endêmico (ou seja, existe nesses rios e em nenhum outro lugar).

Não é a primeira vez que um bagre se coloca no caminho de uma usina. A construção de hidrelétricas no rio Madeira também foi questionada por causa da ameaça a outro peixe de couro, a dourada (Brachyplatystoma rousseauxii). Mas a situação do surubim-do-doce é bem mais dramática, diz Jorge Abdala Dergam, da UFV."Em Ponte Nova [município em que a ampliação da hidrelétrica pode acontecer], no rio Piranga, a população parece viável.

Volta e meia há capturas, vemos [animais] juvenis. Mas as outras três populações que existem no rio Santo Antônio já estão funcionalmente extintas", afirma Dergam.Ambos os rios são afluentes do Doce. Contudo, enquanto o Piranga ainda possui um trecho considerável em que há correnteza forte, profunda e com fundo rochoso, o rio Santo Antônio teve o território tradicional do peixe reduzido ao que Dergam chama de "aquários"."Os surubins que ainda existem lá estão em poços de 30 m de comprimento, isolados por praias extensas. Tem areia demais na calha do rio e, na seca, a coluna d'água chega a ter só uns 10 cm", diz o biólogo.

Se a ampliação da usina Brito, uma PCH (Pequena Central Hidrelétrica), avançar como planejado, o trecho do rio Piranga que é crucial para a espécie será inundado, acabando com o habitat do bicho, avalia Dergam. Isso porque o animal depende de tocas rochosas no leito fluvial, as quais serão soterradas pelo sedimento que vai cobrir o fundo do futuro reservatório com o tempo.Ao que tudo indica, não haveria esperança de recuperação para a espécie em outros locais. Além de estar localmente extinto no Espírito Santo, o bicho desapareceu até da memória coletiva dos pescadores de Aimorés (MG): hoje, eles chamam de "surubim-do-doce" um peixe que na verdade é híbrido de duas outras espécies.

Lei sob risco

O surubim-do-doce está listado no "Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção", do Ministério do Meio Ambiente, como espécie "extremamente rara". Uma lei municipal promulgada no ano passado declarou o trecho do rio Piranga que passa por Ponte Nova monumento natural, o que impediria a ampliação da hidrelétrica. No entanto, a atual administração pretende alterar a lei em favor da obra.O estudo de impacto ambiental sobre a a ampliação da usina diz que a construção de escadas na barragem manteria a população do peixe viável. Dergam, porém, diz que a medida não funcionou em outros locais. Procurada pela Folha, a Prefeitura Municipal de Ponte Nova não se manifestou sobre a questão.

Fonte: Folha Online

Uma verdade inconveniente é filme ambiental para gente comum, diz diretor

Quando foi convidado pela produtora Laurie David para fazer um filme sobre aquecimento global baseado na palestra do ex-vice-presidente americano Al Gore, o diretor Davis Guggenheim não gostou. “Ela disse que deveria ser estrelado por Al Gore e deveria ser em torno de sua apresentação. Respondi que era uma péssima ideia, que era a forma errada de fazer o filme”, conta o diretor.

Então foram a um hotel para assistir à performance do político democrata e Guggenheim mudou completamente de opinião: “Vi que estava errado. Na apresentação dá para ver que ele vem se preparando sobre o tema há 40 anos.”Com um currículo de produções variadas, como episódios das séries “ER” e “24 horas”, uma biografia de Barack Obama e um documentário sobre guitarristas, Guggenheim aceitou o desafio e se deu bem: com “Uma Verdade Inconveniente” – que será exibido pela primeira vez na TV neste domingo (20), às 21h no canal NatGeo – faturou o Oscar de melhor documentário em 2007.

Como um diretor com uma carreira não ligada à militância ambientalista foi parar na direção desse filme? “Sou como o Forrest Gump. Tive sorte de cair nessa história. Acho importante contar histórias que tenham um significado para você. Eu senti de forma muito forte que essa era importante para contar e que talvez fosse a coisa mais importante que eu faria em toda minha vida.”

O próprio Guggenheim admite que, para pessoas que acompanham mais a fundo o intenso debate sobre as causas e consequências do aquecimento global, “Uma Verdade Inconveniente” não traz grandes novidades.“Muitos ambientalistas e cientistas na América disseram que não há nada de novo no filme, nada que ainda não soubessem. Mas não fiz o filme para ambientalistas e cientistas, e sim para pessoas comuns. Para as mães e pais que se preocupam com seus filhos, com sua comida, com o clima”, explica.Para o cineasta, este é o verdadeiro valor do seu filme: levantar a discussão entre as pessoas que, em muitos casos, até duvidavam que o aquecimento global estivesse acontecendo de verdade.

“Nos EUA, 5 milhões de pessoas pagaram para assistir no cinema e dez vezes mais viram na TV e em DVD. Criamos consciência nos Estados Unidos. Muitas pessoas passaram a acreditar que o aquecimento global é real. Em países como a Inglaterra, todas as escolas têm um DVD e exibem o filme.”Em dezembro, a comunidade internacional vai se reunir numa conferência global sobre mudanças climáticas na Dinamarca e tentar definir novas metas de redução de emissões de gases do efeito estufa. O tema de “Uma verdade inconveniente” é mais atual que nunca.

Há espaço, então, para uma sequência do filme? “É importante que haja muitas sequências”, diz Guggenheim. “São muitos estágios para resolver o problema: o primeiro é dizer que o aquecimento global é real, o segundo é aceitar que nós o estamos causando e o terceiro é dizer que se trata de uma grande crise e que se não fizermos nada, vai ser um problema” detalha o diretor. “O passo seguinte é dizer que pode ser consertado, que não é tarde demais. Cada passo merece pelo menos um documentário”, opina.

Fonte: Ambiente Brasil