sábado, 7 de fevereiro de 2009

Dossiê MTV apresenta o que os jovens pensam sobre meio ambiente

O vídeo do 4º Dossiê Jovem da MTV Brasil, cuja estréia foi em setembro de 2008, abordou o tema da sustentabilidade e fez tanto sucesso que a emissora decidiu promover outras sessões em escolas, ONGs e empresas, de acordo com o interesse do público. Ontem (06/01), foi a vez dos leitores do Planeta Sustentável acompanharem o que pensam os jovens sobre o meio ambiente.

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Fonte: Planeta Sustentável

Turismo das Águas - Barra Bonita

Entre a mata exuberante e o rio cristalino, destacava-se uma orla de areia alvíssima, formada no estuário de pequeno córrego caudaloso, que desagua no Rio Tietê. Ao entardecer, descambando o sol no horizonte, a natureza oferece um espetáculo deslumbrante, impregnando a vista do visitante com as cores de uma cena paradisíaca.

Como se principiasse uma tempestade de luz, céu e terra se transformavam, ruborizados de início, para um momento despejarem cintilantes raios luminosos, numa fantasia cromática, intercalando matizes, como uma festa de focos e faróis deslumbrantes.

Esse espetáculo de natureza marca na memória do visitante, como que uma referência de destaque, apontando como estaca, ao reencontro, às futuras jornadas, a lembrança do expressivo título que ficou para sempre, ressaltando e nomeando o local que nos acolhe: BARRA BONITA.


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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Mananciais

Relatórios de Sustentabilidade em debate

Na 14ª Audiência de Sustentabilidade, promovida pela Sabesp em São Paulo, empresas discutem a importância do documento em debate aberto ao público e com a participação da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável

Diante da crise econômica atual, a sustentabilidade tornou-se mais do que necessária nas empresas para se que se destaquem e se mantenham no mercado nacional e internacional. Uma vez que os resultados econômicos estão mais atrelados aos impactos ambientais e sociais causados pelas ações e decisões de uma companhia, o relatório de sustentabilidade - além de divulgar tudo o que ela faz - “é um momento de reflexão e uma importante ferramenta de gestão”, como definiu Silvia Chicarino, da área de risco socioambiental do Banco Real. Ela foi uma das participantes da 14ª. Audiência da Sustentabilidade da Sabesp, realizada em 3 de fevereiro, que ainda reuniu representantes da própria Sabesp, do banco Itaú, da Bunge e da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS).Utilizando como base as diretrizes do Global Reporting Initiative (GRI) – rede internacional cujo modelo de relatórios de sustentabilidade é o mais adotado no mundo - para a preparação do documento, as empresas presentes ao evento fazem parte das Top 10 elencadas de acordo com a pesquisa “Rumo à Sustentabilidade”, da FBDS.


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Fonte: Planeta Sustentável - 04/02/2009

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Fórum Econômico Mundial aposta em sustentabilidade

Aos temerosos de que o meio ambiente fique de fora da nova agenda mundial pós-crise financeira, Ricardo Young traz boas notícias de Davos: a tônica do evento é de que a sustentabilidade veio para ficar

Desde que a crise financeira estourou, em setembro do ano passado, paira no ar a dúvida sobre a continuidade dos investimentos públicos e privados em sustentabilidade. Afinal, o corte de gastos poderia incluir – e, muitas vezes, incluiu – a desaceleração de empreendimentos voltados para a energia limpa e para a diminuição das emissões de carbono.O clima tenso em Davos, na Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial, intensamente divulgado pela mídia internacional, acabou por aumentar o temor de que o meio ambiente ficasse relegado a um plano inferior nas prioridades da nova agenda global em construção. No entanto, o que os chefes de estado e os grandes empresários debateram durante o fórum parece apontar para um caminho que não apenas considera a importância de se preservarem os recursos do planeta e conter as mudanças climáticas, como vê na sustentabilidade uma das principais oportunidades para se sair da crise financeira.

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Fonte: Planeta Sustentável

Lippi e Maffei discutem desenvolvimento sustentável

ENCONTRO - [ 03/02 ]
Os prefeitos Vitor Lippi, de Sorocaba, e Cláudio Maffei, de Porto Feliz se reuniram no final da tarde desta terça-feira para para discutir a participação no Comitê da Bacia Hidrográfica dos Rios Sorocaba e Médio Tietê (CBH-SMT) e os próximos passos de suas administrações para a preservação dos mananciais.
Durante o encontro em seu gabinete, Lippi comentou que, quanto esteve à frente do Comitê, buscou promover uma maior integração do grupo nos assuntos de relevância para o setor.

Maffei aproveitou o encontro para solicitar a Lippi uma nova reunião. Na pauta, o prefeito de Porto Feliz quer conhecer detalhes e discussões sobre o Pólo de Desenvolvimento Industrial (Podi). Os prefeitos citaram a vinda da Toyota em Sorocaba, com a perspectiva de gerar empregos para toda a região. “Cada um faz o seu dever, mas é o trabalho conjunto e a união que traz a sustentabilidade e o desenvolvimento para a nossa região”, destacou Lippi.
A visita foi acompanhada também pelo vice-prefeito de Sorocaba, José Ailton Ribeiro e diretor de Defesa do Cidadão de Porto Feliz, João Carlos Esquerdo Júnior.

Fonte: Cruzeiro On Line

Conselho Nacional de Recursos Hídricos quer proteger águas subterrâneas

O Conselho Nacional de Recursos Hídricos publica na edição de hoje (4) do Diário Oficial da União critérios para proteção e conservação das águas subterrâneas em território nacional.
A Resolução n.º 92 visa a combater a contaminação das águas, considerando especialmente as áreas de uso restritivo. Além disso, a norma prevê que os órgãos gestores dos recursos hídricos deverão fazer estudos hidrogeológicos para delimitar as zonas de proteção dos aqüíferos.

Fonte: Agência Brasil

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Bando de quatis é flagrado na Rodovia Raposo Tavares

Fonte: Bom dia São Paulo

A crise e a reciclagem


Fonte: VEJA

Campanha sobre o Reservatório de Itupararanga



Este anúncio de rádio foi veiculado na região do reservatório de Itupararanga e fez parte de uma campanha elaborada pelo Comitê da Bacia Hidrográfica dos rios Sorocaba e Médio Tietê. Várias emissoras veicularam o anúncio gratuitamente. Foram elaborados também cartazes e folhetos educativos. Para mais informações, procure a Jussara do CBH-SMT.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Desafios ambientais da RMSP

José Galizia Tundisi, no Estadão de hoje.

A Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), com quase 8 mil km2 e uma população de aproximadamente 20 milhões de habitantes, é o mais complexo sistema urbano da América do Sul e, certamente, um dos mais complexos do planeta. A gestão ambiental desta região urbana apresenta desafios urgentes neste início de 2009. Melhorar o meio ambiente na RMSP terá repercussões muito relevantes, inclusive do ponto de vista econômico e social. As áreas que necessitam de atenção são abrangentes e inter-relacionados pela complexidade econômica, social e ambiental da região. Gestão de recursos hídricos, saneamento básico e recuperação e proteção dos mananciais são os grandes desafios.
Dos 23 reservatórios de abastecimento da RMSP, alguns se encontram em áreas protegidas; outros, em áreas de grande impacto; e outros, em plena área urbana, como é o caso da Represa de Guarapiranga. O abastecimento público de água realizado pela Sabesp é satisfatório no que se refere à qualidade e quantidade, mas os aumentos dos custos do tratamento químico para torná-la potável, por causa da deterioração das fontes, são enormes. Estes custos tendem a tornar cada vez mais caro esse tratamento químico. Há também um problema de segurança coletiva da população quanto à qualidade da água que demanda redobrada atenção permanente dos especialistas, dada a diversificada contaminação orgânica e inorgânica.
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Última semana para concorrer a uma das vagas no Conselho Nacional de Recursos Hídricos

As inscrições para concorrer a uma das 18 cadeiras no Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) encerram-se nesta sexta-feira (06/02). São 12 vagas para usuários de água (irrigantes, hidroviários, pescadores etc.) e seis para comitês de bacias, organizações não-governamentais, instituições de ensino, entre outras entidades relacionadas à gestão de recursos hídricos.

Para saber como participar, acesse o sítio do Conselho (www.cnrh.gov.br) e confira os documentos necessários para a inscrição (Resolução CNRH nº 14/2000). Instância mais alta na hierarquia do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, o Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) formula a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), desenvolve regras de mediação entre os diversos usuários de água etc.

Estrutura tripartite

Além de representantes de usuários e de organizações civis, o CNRH também é composto por representantes do Governo Federal (29 vagas) e de Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos (10 vagas).Anote na agendaA ficha de inscrição e a documentação exigida deverão ser encaminhadas à Secretaria Executiva do CNRH até as 18h de 06/02/2009. A relação dos habilitados para participar das assembléias será divulgada em 20/02. Ao resultado da habilitação caberá recurso até 06/03, saindo a relação final em 20/03.

Fonte: Assessoria de Comunicação – ANA

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Carlinhos Brown e seu recado

Fonte: Fantástico

GAZETA MERCANTIL - 01/02/2009 - Cobrança pelo uso da água estimula projetos de reúso

São Paulo - A cobrança pelo uso da água, implementada em 2007 nas bacias do rio Paraíba do Sul e dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, ambas na região Sudeste do País, está estimulando a aplicação de projetos de reúso dos recursos hídricos entre os grandes consumidores do insumo. "A demanda por projetos de reúso está crescendo bastante. De 2007 para 2008 sentimos um aumento entre 30% e 40% na compra de equipamentos usados nestes programas", calcula José Renato Satiro, diretor do departamen-to de desenvolvimento de negócios da Perenne, empresa de engenharia especializada no desenvolvimento e fabricação de tecnologias de tratamento e reúso de água. "Os equipamentos para tratamento de efluentes (esgoto industrial) são os mais procurados", afirma Satiro. O executivo afirma que as empresas instaladas na região Sudeste e que já pagam pela captação e pelo despejo da água estão correndo contra o relógio para instalarem projetos de reúso a fim de reduzir os gastos com os recursos hídricos.


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Roberta Scrivano - Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 2

Turismo das Águas - Brotas

Esportes de Aventura

As agências de Brotas vendem todas as modalidades de esportes de aventura, pois existe uma parceria entre operadoras, fazendas e pousadas.
Mais informações:

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Fundação Boticário - Projeto Oásis

Projeto Oásis é premiado pela quarta vez

A Fundação O Boticário de Proteção à Natureza comemora a quarta vitória do Projeto Oásis. Agora, o reconhecimento é da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha por meio do Prêmio von Martius de Sustentabilidade, na categoria Natureza.“Além da função principal e óbvia que é reconhecer e dar visibilidade a boas iniciativas, este prêmio pode inspirar e estimular novas iniciativas semelhantes. Nosso projeto inova premiando e gerando renda para quem conserva a natureza. É, portanto, excelente modelo a ser disseminado em um país onde há pouco incentivo à conservação”, afirma a diretora executiva da Fundação O Boticário, Maria de Lourdes Nunes, que participou da cerimônia de entrega no último dia 11, em Curitiba (PR).

Lançado no final de 2006, o Projeto Oásis é uma iniciativa que premia financeiramente proprietários particulares de terras que se comprometem a conservar integralmente áreas de remanescentes de Mata Atlântica, localizadas na bacia de Guarapiranga e nas Áreas de Proteção Ambiental Municipais Capivari-Monos e Bororé-Colônia, na Região Metropolitana de São Paulo.

Ao incentivar a proteção dessas áreas naturais, o Projeto Oásis contribui para a conservaç
ão de um manancial estratégico, que garante o abastecimento de água para quase quatro milhões de habitantes da Grande São Paulo.

Atualmente, o Projeto Oásis conta com 13 propriedades cadastradas, que juntas protegem 628,6 hectares de Mata Atlântica em São Paulo. Essa área abriga 42,5 mil metros de rios e 77 nascentes.


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Turismo das Águas - Piraju

A Estância Turística de Piraju integra o chamado “Circuito das Águas Limpas”, do qual fazem parte também os municípios de Itaí, Paranapanema, Fartura (represa e serras), Tejupá (represa e cavernas) e Timburi (represa e construções históricas), tornando a região favorável a um grande potencial turístico.

Além das suas atrações naturais, vários eventos (culturais, religiosos e esportivos) atraem um significativo número de visitantes.Lagos e cachoeiras, áreas ecológicas, rios limpos com peixes, ilhas, praias de água doce e florestas são locais que podem se transformar em atrações ligadas à área de esportes náuticos, esportes de aventura, lazer, pesca esportiva, ecoturismo, educação ambiental, arqueológica, entre outras.

O Rio Paranapanema, principal fonte de captação de água para a cidade, é um rio de regime federal, classificado como possuidor de águas próprias para a prática de esportes náuticos e para o consumo humano, com tratamento. A água do subsolo de Piraju, integrante do aqüífero de Botucatu (a maior reserva de água subterrânea do mundo), é tão pura quanto à de Águas de Santa Bárbara, uma estância hidromineral a 40 km do município.

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Fala, Comitê.

CBH BS - Baixada Santista

Moacir Almeida
IECO

Mapa de São Paulo


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Rio Pardo, Rio Vivo - Parte 1

Veja no final do vídeo o link (vídeos relacionados) para Rio Pardo Rio Vivo - Parte 2

Secretário do Meio Ambiente paulista defende a cobrança pelo uso da água e quer agilizar licenças ambientais - Entrevista com Xico Graziano

Xico Graziano tem o campo em seu DNA. Já ocupou a presidência do Incra e a Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo. Agora está na pasta do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Seu desafio é enfrentar os graves problemas do saneamento no Estado de São Paulo e trabalhar para que o licenciamento ambiental seja ágil e eficiente, tanto sob o olhar da proteção do meio ambiente, como para garantir os investimentos necessários para superar os bolsões de subdesenvolvimento que o Estado mais rico da federação ainda mantém como chagas em seu caminho para a sustentabilidade.
Nesta entrevista ao jornalista Adalberto Wodianer Marcondes, o secretário Xico Graziano fala de suas metas e sobre como colocar o Estado em um patamar de excelência em gestão ambiental.

RA: Quando o senhor assumiu, trouxe à pasta uma parte da gestão dos recursos hídricos no Estado de São Paulo. O que de fato isso significa?

Graziano: Na verdade, não foi somente uma parte, nós trouxemos todo o gerenciamento de recursos hídricos que era feito pelo DAEE através da coordenadoria que cuidava de energia, recursos hídricos e saneamento. E hoje, toda a parte de recursos hídricos faz parte da equação ambiental. Essa equação é um sinal dos tempos. E eu tenho uma compreensão de que se hoje a questão das florestas é que mobiliza mais a atenção das pessoas, logo mais, possivelmente, será a água o centro da questão ecológica. É possível que, no futuro, a política ambiental tenha como luta fundamental a questão da água, porque ela é um recurso fundamental para o desenvolvimento.

RA: A água é também um elemento para a equação de desenvolvimento. Como o senhor vê a distribuição do desenvolvimento no Estado e a capacidade de ele continuar a se desenvolver e sua vinculação com a água?
Graziano: O mercado seleciona naturalmente, os empreendedores sabem que os negócios deles precisam de uma certa fartura de água, o que não existe mais em algumas regiões. O que vai mudar, além dessa seleção que o mercado faz, é que, com a implementação da cobrança do uso da água, a outorga de água passará a ser mais seletiva e onerosa, e o cadastro necessário para fazer a cobrança de uso de água irá permitir um gerenciamento que hoje em dia é feito sem muito rigor, sem muito critério. E a implementação da cobrança pelo uso da água, que deverá ser feita até o fim do nosso governo, irá permitir um gerenciamento melhor e isso servirá como uma forma a sinalizar as outorgas.

RA: Os rios paulistas estão em situa­ção preocupante sob o ponto de vista ambiental, e o Tietê é um deles. A gestão de saneamento de Guarulhos vai poder, por muitos anos, despejar o seu esgoto no Rio Tietê. Como o senhor vê esse tipo de problema?

Graziano: No que depender de mim, o município de Guarulhos não terá os 30 anos que solicitou e conseguiu do Ministério Público para fazer o tratamento de seu esgoto. Sob o ponto de vista ambiental, esse é um prazo inadmissível, mas como teve uma interferência do Ministério Público, eu não sei como esse pacto poderá ser alterado. Já pedi ao procurador-geral da Republica que me ajude nisso. Entre os nossos projetos prioritários esse é um deles, e é um bom exemplo, porque junta o tema água às questões ambientais. É impossível você falar em proteção de água se você não trata o esgoto doméstico. E é curioso porque até a década passada sempre se deu mais atenção à poluição causada pelas indústrias, e se deixou de lado a questão do esgoto doméstico, uma carga muito grande. O Estado de São Paulo até que está indo muito bem; o Projeto Água Limpa cuidou de municípios pequenos, com uma engenharia financeira muito interessante que usava recursos vindos do SUS também para o saneamento. Me parece que o programa da Funasa faz com que alguns municípios tenham recursos da Caixa Econômica Federal para instalar estações de tratamento, o que gastará alguns milhões, porque é uma coisa muito cara, mas é inadiável e precisa ser feito.

RA: Nos anos 70, foi criado o sistema das estatais de saneamento. Os contratos de concessão eram de 30 anos e estão quase todos vencendo. Muitas prefeituras estão vendo nessa brecha a oportunidade de mudar a sua forma de gestão de abastecimento e saneamento. Algumas estão contratando empresas privadas ou criando consórcios ou estatais de gestão da água. Do ponto de vista da organização do sistema, este não é um momento um pouco preocupante e frágil para o abastecimento?

Graziano: Isso ainda não me ocorreu, mas eu não vejo isso como um problema. Existem municípios que fazem muito bem o serviço, para outros o trabalho da Sabesp é excelente e também tem os casos contrários, que são abastecidos pela Sabesp e que não tratam nada. E tudo isso tem de ser muito monitorado. O que está acontecendo é que a Sabesp passa por um processo de incorporação da gestão de saneamento básico à questão ambiental. Foi criado na Sabesp um núcleo que cuida da gestão ambiental e isso está sendo fundamental, e as diretorias da Sabesp e da Cetesb estão fazendo reuniões rotineiras entre seus presidentes e diretores. No passado isso não era possível, elas só sabiam brigar, pois a Sabesp sempre foi muito multada pela Cetesb. Espero também que esse movimento seja feito nos serviços autônomos.

RA: O senhor tem uma história na área da agricultura no Brasil, e a agricultura é uma das áreas de maior consumo de recursos hídricos no seu processo produtivo. Dados apontam que cerca de 70% do consumo da água em atividades produtivas é feito na agricultura. É possível racionalizar o uso da água na agricultura e modernizar esse processo?

Graziano: Primeiro eu acho que esses dados estão atrasados, porque esse tipo de consumo de água tem caído muito por conta das novas tecnologias de gotejamento, apesar de o sistema jogar muita água fora, mas isso passou a ser um bem e está sendo cada vez mais controlado. Por exemplo, os sistemas de irrigação de café, em Minas Gerais, de fruticultura e de citricultura são todos feitos por gotejamento, consumindo pouquíssima água. Isso está se modificando e os dados não estão computados.

A irrigação é, com certeza, a que mais consome água, mas hoje temos sistemas que amenizam, e está surgindo o produtor que é ou poderá ser um produtor de água. O agricultor usa a água e a devolve ao subsolo. Então, vamos seguir por um caminho em que a irrigação será cada vez mais econômica e produtiva e o produtor de água será cada vez mais valorizado. Eu estou pensando em formalizar melhor na legislação, pelo menos aqui no Estado de São Paulo, essa figura jurídica que é o produtor de água, isso não existe. É aquele agricultor que é dono do pedaço de território onde tem uma nascente. Ele protege, capta, faz a conservação daquela água, portanto ele é um produtor de água e deveria ser recompensado por isso. Nós precisamos investir mais em produção de água.

RA: Um dos problemas culturais que o brasileiro tem em relação à água se reflete na construção das nossas cidades. As nossas cidades estão de costas para os rios, um exemplo é o Vale do Paraíba. O senhor acha que, culturalmente, o brasileiro não tem uma boa relação com os rios e com as águas? Dá pra se fazer alguma coisa para mudar isso?

Graziano: Tomara que sim. Eu sempre gostei muito de pescar, uma das minhas paixões é estar à beira de um rio, e eu testemunhei a modificação do Mogi-Guaçu, porque moro ali em Araras. Já morei também em Jaboticabal, já visitei e presenciei diversos rios e é impressionante como suas margens estão sendo desmatadas. Eu concordo que não existe muito respeito pelos rios, tanto é que muitos usam o rio como local para se jogar as coisas. Acredito que as pessoas devem ter preocupação com os rios, e essa é uma das razões pelas quais eu quero investir muito nisso.

RA: A sua secretaria tem também um papel educador nessa questão ambiental. O que a Secretaria do Meio Ambiente pode fazer e como ela vai trabalhar nesse papel educador?

Graziano: Eu quero que ela faça muita coisa. A educação ambiental não só será prioritária como terá uma estrutura própria de operação. Quero a educação ambiental no mesmo nível das coordenadorias de planejamento e de recursos hídricos e de proteção da biodiversidade. Nós vamos fazer uma reengenharia na secretaria para criar um núcleo com quadros que irão trabalhar com isso. Vamos fazer muitas coisas, mutirões ambientais, um programa de educação ambiental nas escolas públicas. Hoje em dia, a educação ambiental só é tratada nas escolas em épocas comemorativas, não há um programa consistente. Eu penso em educação ambiental como algo que não visa somente crianças, mas outras idades, queremos fazer ações que alterem o comportamento das pessoas. Vou precisar da ajuda de muita gente, principalmente da mídia, pois não conseguirei fazer isso sozinho. Estamos pensando em fazer campanhas, em dias concentrados sobre determinados temas, e realizar uma série de atividades, chamando a atenção das pessoas. Meio ambiente não é só uma coisa que o Estado tem de fazer, o cidadão também pode fazer sua parte.

RA: Por que o senhor acredita que o governador José Serra o colocou nesse cargo, neste momento?

Graziano: Acho que, ao certo, só ele mesmo poderá responder. Eu tenho uma determinação semelhante à do governador, que é a de fazer as coisas acontecerem, de fazê-las efetivas. Eu acredito que a minha escolha foi uma adequação da gestão ambiental, e a minha capacidade de gestão é que foi determinante. Não foi o meu ambientalismo, não houve nenhuma razão política, não fui indicado por ninguém. Ultimamente, o meio ambiente está muito cheio de discurso, de seminário, de estudos, mas com pouca ação, então a orientação que eu tive foi essa, a de fazer as coisas acontecerem.

RA: Do ponto de vista de desenvolvimento, o meio ambiente é acusado de ser o grande atravancador do desenvolvimento do país. O meio ambiente tem essa culpa?

Graziano: Para uma visão atrasada de desenvolvimento, eu até acredito que sim. Mas numa visão moderna, claro que não. Tem pessoas que vêem o desenvolvimento como algo para se arrumar emprego e renda, pouco pensando nas conseqüências futuras. Agora, se você vê o desenvolvimento como sustentável, acabou o problema. Tem pessoas que acham que o meio ambiente é atravancador, o que não se justifica. O fato é que o licenciamento ambiental é um serviço muito difícil, muito cheio de nós e sem transparência.
Melhorar a questão do licenciamento ambiental é uma das metas da minha gestão, quero desburocratizar os serviços de licenciamentos. Os processos ligados ao meio ambiente podem ser mais rápidos e eficientes e esse é um desafio nosso. Vamos colocar todas as informações de licenciamento na internet, para que todos saibam o que se passa com determinada empresa ou obra.

Fonte: Revista Água - Gestão e Sustentabilidade

Rio acima, Rio abaixo

Vídeo educativo sobre bacias hidrográficas, poluição e reservatórios.