sábado, 19 de dezembro de 2009

Cúpula do clima de Copenhague termina sem acordo unânime

Terminou em completo desacordo a conferência mundial do clima, em Copenhague. Depois de horas de discussão, os 193 países encerraram a fracassada negociação ao "tomar nota" do acordo que havia sido aprovado, ontem (18), por Estados Unidos, China, Índia, Brasil e a África do Sul. Isso significa, segundo especialistas, que o acordo não teve a unanimidade de que precisava para vigorar, mas que, ainda assim, pode ser aplicado.

Pelas regras da ONU (Organização das Nações Unidas), um acordo precisa de unanimidade para vigorar. Neste caso, no entanto, essa unanimidade exigia a conciliação de interesses de países exportadores de petróleo com os de ilhas tropicais preocupadas com as elevações do nível do mar - o que, afinal, se mostrou impossível.

Ontem, durante todo o dia, os chefes de Estado realizaram reuniões para tentar chegar a um acordo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encarnou o papel de mediador entre os ricos e os emergentes e recebeu, em seu hotel, Nicolas Sarkozy (França), Angela Merkel (Alemanha) e Gordon Brown (Reino Unido), além do premiê chinês, Wen Jiabao.

O brasileiro também pôs na mesa a possibilidade de "dar dinheiro" para o fundo que ajudaria países em desenvolvimento a adotar medidas pelo clima. "Estamos dispostos a participar do financiamento se nós nos colocarmos de acordo numa proposta final, aqui." Não funcionou. Por fim, tentou conciliar os gigantes poluidores, Wen e o americano Barack Obama, na busca de uma linguagem adequada para atender aos dois antagonistas, no texto final. À noite, todos os líderes deixaram Copenhague visivelmente insatisfeitos, embora com a certeza do acordo.

Durante a madrugada, o diálogo só piorou. O texto pré-aprovado por, no total, 30 países ricos, emergentes ou em desenvolvimento, foi barrado por países como Tuvalu, Venezuela, Bolívia, Cuba e Sudão, para quem a adoção de um acordo com o qual não tinham colaborado não era uma opção. Houve intensos debates.

Já neste sábado, o presidente da Conferência, o primeiro-ministro dinamarquês Lars Lokke Rasmussen, fez uma pausa de algumas horas na sessão, para consultar com os advogados uma possível saída. O meio encontrado foi a "tomada de nota" que, de acordo com o diretor da ONG Union of Concerned Scientists (União dos Cientistas Preocupados, em inglês), Alden Meyer, significa que "há status legal suficiente para que o acordo seja funcional, sem que seja necessária a aprovação pelas partes".

O acordo pré-aprovado --que Obama definiu como "insuficiente"-- trazia como metas limitar o aquecimento global a 2ºC e criar um fundo que destinaria US$ 100 bilhões todos os anos para o combate à mudança climática --sem nenhuma palavra sobre metas para corte em emissões de CO2, a grande expectativa da cúpula, que era pra ser a maior do século.

O desacordo levou algumas delegações a afirmar que o impasse na cúpula do clima estava próximo do da rodada Doha. Um integrante da delegação sudanesa comparou políticas dos países desenvolvidos ao Holocausto, dizendo que o aquecimento global está matando gente na África.

Já ontem, diante do inevitável fiasco de Copenhague, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, convocou uma nova reunião para Bonn, na Alemanha, em junho. A próxima COP está marcada para dezembro de 2010 no México.

Fonte: Folha Online

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Projeto de revitalização do Rio das Velhas, em Minas Gerais, fecha o ano com saldo positivo

O Projeto Estruturador de Revitalização da Bacia do Rio das Velhas, em Minas Gerais, encerra o ano com saldo positivo, na avaliação da coordenadora executiva, Myriam Mousinho. “O Rio das Velhas está voltando a ser efetivamente um rio. Antes, podíamos dizer que na região metropolitana ele era apenas um canal de esgoto, hoje, podemos afirmar que ele volta a ser um rio”, disse.

O projeto faz parte do programa Meta 2010 e segundo uma avaliação Federal de Minas Gerais, UFMG, e Coordenador do Projeto Manuelzão, Marcus Vinícius Polignano, desde o início do programa, em 2003, as ações na área de saúde e social melhoraram muito.

A ocupação desordenada e o crescimento populacional comprometem a qualidade das águas na Bacia do Rio das Velhas. Polignano destaca a necessidade de adequação do modelo de urbanização com os cursos d’água. A afirmação é baseada nos dados do índice de Desenvolvimento Humano (IDH), quanto maior o IDH, menor o índice de qualidade da água (IQA), ou seja, onde a urbanização é maior, o IQA é menor.

O volume de esgoto coletado e tratado no rio passou de 41 milhões de m3 em 2003, para 85 milhões de m3 em 2008, e 109 milhões em 2009, de acordo com informações da Companhia de Saneamento de Minas Gerais, Copasa. Até 2010 a meta de tratamento é de cerca de 127 milhões de m3.

Fonte: Ambiente Brasil

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Produtores rurais do Rio de Janeiro recebem pagamento por serviços ambientais na Bacia do Rio Guandu

Nesta quinta-feira, 17, os produtores rurais que integram o programa Produtores de Água e Floresta, no Rio de Janeiro, vão receber o segundo pagamento pelos serviços ambientais realizados na Bacia do Rio Guandu.

O evento tem início às 10 horas, na escolinha do Rio das Pedras, em Lidice, no município de Rio Claro. Na ocasião serão inaugurados os biossistemas de saneamento que vão tratar o esgoto produzido na região.

O programa foi lançado em maio deste ano e oferece remuneração aos produtores do Rio das Pedras que conservam e recuperam as nascentes do Rio Piraí.

Os recursos para estes pagamentos são obtidos através do pagamento por grandes usuários pelo uso da água. Os valores são repassados ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Guandu, que distribui aos produtores.

O secretário executivo do Instituto Terra de Preservação Ambiental, Mauricio Ruiz, lembra que os biossistemas também produzirão biogás. “Construímos três modelos que tratam de efluentes de mais de 100 pessoas a um custo baixíssimo. Além de cuidar da água, que sai com 98% de limpeza, os biossistemas geram gás para cozinhas comunitárias, casas e ainda alimentam peixes e fertilizam bananais”, explicou.

O Rio Piraí é um dos mais importantes do sistema Guandu, de acordo com o Instituto Estadual do Meio Ambiente, Inea. Em conjunto com o rio Paraíba, responde por 80% do abastecimento de água do Estado e 25% da geração de energia elétrica da Região Metropolitana.

Fonte: Ambiente Brasil

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Primeira incubadora de econegócios do país investe em novas cadeias produtivas

Lixo é matéria-prima de diversas pequenas empresas instaladas em uma incubadora que funciona em aterro sanitário no município de Cariacica, Região Metropolitana de Vitória

Não é sonho, é realidade. A economia verde e o planeta agradecem. Se todos os aterros sanitários fossem iguais à Marca Ambiental, na Grande Vitória (ES), a humanidade suspiraria aliviada e as futuras gerações certamente teriam menos problemas ambientais para enfrentar.

Além de ser um raro exemplo da iniciativa privada nesse segmento, geralmente identificado como missão do setor público, o aterro sanitário Marca Ambiental, instalado na periferia do município de Cariacica, integrante da região metropolitana da capital capixaba, está mudando definitivamente o significado da palavra lixo e das expressões resíduos sólidos e líquidos para matérias-primas, insumos ou recursos sólidos de novas e inovadoras cadeias produtivas. Essa solução é economicamente viável, gera lucro e empregos, inclusive.

A diretoria da Marca Ambiental sempre foi sensível à questão ambiental e buscou soluções sustentáveis para o tratamento dos resíduos coletados nas ruas e avenidas de Vitória. Atualmente sua clientela é formada pelas prefeituras da capital capixaba e de mais 60 cidades da região metropolitana e do interior, que são responsáveis pelo desembarque de mais de mil toneladas de resíduos por dia no aterro sanitário privado.

Participante do Programa Capixaba de Materiais Reaproveitáveis (PCMR), a empresa foi uma das primeiras a apoiar a iniciativa pioneira, fruto da parceria entre o governo estadual, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos e do Instituto Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, com o Sebrae no Espírito Santo e o Instituto Idéias.

Em 2006, o Instituto Marca de Desenvolvimento Socioambiental (Imadesa) foi fundado para consolidar a atuação da empresa Marca Ambiental na área da responsabilidade social e objetivando se tornar referência no segmento ambiental. Nesse ano, o Imadesa abriu as portas do aterro sanitário para a instalação da primeira incubadora de econegócios ou negócios ambientais do país, denominada Incubalix. O instituto também se tornou um importante parceiro do PCMR.

Parceria e mercado

Parceria é a palavra-chave da iniciativa inédita e exemplar capixaba da empresa, instituto e incubadora de econegócios. A Incubalix foi viabilizada por meio da parceria entre o Imadesa e o Sebrae/ES, segundo seus dirigentes. A preocupação em atuar de acordo com o mercado e com o aval do setor acadêmico é prioridade absoluta da primeira incubadora de econegócios do país.

Desenvolver produtos e serviços correspondentes às necessidades de mercado e possuir viabilidade econômica são premissas condicionantes aos projetos que pretendem se tornar integrantes da Incubalix. O conselho deliberativo da incubadora, composto por representantes da empresa Marca Ambiental, Imadesa e Sebrae/ES, é responsável pela avaliação e aprovação dos projetos dos futuros econegócios e ecoindústrias.

“Para ser incubado aqui, o projeto deve ser inovador em termos de produto, processos e ou serviços. E também tem que ser aceito pelo mercado. Não adianta inventar propostas, que não serão aceitas pelo mercado”, explica Alessandra Schirmer, gestora da Incubalix.

A convocação de participantes se dá por meio de editais. As propostas devem ser oriundas de residentes na Grande Vitória e interior do Estado. Os autores podem ser pessoas físicas ou jurídicas que desejam obter apoio no desenvolvimento de produtos e serviços para a implementação de novas empresas ou já existentes, mas que querem elevar seu nível tecnológico e gerencial para se tornar mais modernas, eficazes e competitivas. Projetos de pesquisa científica e tecnológica também são bem-vindos nos editais da Incubalix. Conheça os editais no site www.imadesa.org.br.

Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios

China busca experiência sobre gestão de recursos hídricos do Estado do RJ

Uma comitiva do Governo chinês esteve nesta segunda-feira (14/12), visitando o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) para buscar experiências com a gestão dos recursos hídricos desenvolvida pelo órgão ambiental brasileiro.

O presidente do Inea, Luiz Firmino Martins Pereira, recebeu os representantes do Departamento de Recursos Hídricos, do Ministério de Recursos Naturais chinês, Sr. Gao Juan e o da Comissão de Conservação do Rio Haihe, na província de Tianjin, cidade estratégica dos pontos de vista político, econômico e social.

A China enfrenta graves problemas ambientais, sobretudo, no que tange a conservação dos recursos hídricos. Com apenas 7% das reservas de água do planeta para um quarto da população mundial, o país não consegue atender às necessidades de abastecimento de 400 das 600 cidades chinesas que sofrem com a falta de água.

Essa, inclusive, é uma das principais razões para que 30 milhões de camponeses ainda vivam abaixo da linha da pobreza, a despeito do sólido crescimento do país nas últimas décadas.

Tianjin é um dos quatro municípios diretamente subordinados ao Poder Central da China. Localizado na parte Leste da planície do Norte da China, a 120 quilômetros de Beijing, e às margens do mar Bohai, é a porta marítima da capital. O rio Huanghe, que teve seu curso modificado por diversas vezes, em três transbordamentos acabou no lado de Tianjin, dando lugar ao atual delta do rio Haihe.

A cidade é uma das bases industriais da nova China, por onde o país mantém relações comerciais com mais de 90 nações e regiões de todo o mundo. Com uma área de mais de 11 mil quilômetros quadrados e uma população de 7,7 milhões de habitantes, Tianjin sofria com uma extrema escassez de água e a indústria e a população precisavam recorrer à água salgada.

Para resolver o problema, em 1982 começou a ser construída uma obra hidráulica para levar água do rio Luanhe até Tianjin. É a maior obra para abastecimento de água da China até o momento. O canal tem 134 quilômetros de extensão, atravessa as bacias dos rios Luanhe e Haihe e a Cordilheira Yanshan. A construção foi concluída em um ano e quatro meses.

Contudo, segundo estimativas de especialistas, o volume total de água disponível na China e em condições utilizáveis pode durar apenas até 2030, mesmo que se realizem todos os esforços de economia. Isso porque, muitos rios e lagos chineses, principais fontes de abastecimento, enfrentam secas severas e níveis de poluição extremos há décadas. A poluição com resíduos humanos e industriais é alarmante. O lago Poyang, na província meridional de Jiangxi, por exemplo, é o maior lago de água doce do país. Sua sobre-exploração e a poluição tem agravado os problemas de escassez.

Ainda no contexto da crise hidrográfica, a também sobre-exploração do rio Yangzi, o maior da China e o terceiro maior do mundo, também tem se agravado nos últimos anos. A barragem das Três Gargantas, uma das principais fontes de abastecimento do país e que tem dimensões gigantescas também está sob ameaça. Em 2007, o golfinho de água doce foi declarado oficialmente extinto.

Milhares de chineses são afetados frequentemente por pequenas catástrofes ecológicas que conduzem a rupturas periódicas do fornecimento de água. Em razão disso, a população chinesa está muito sensibilizada para a questão da poluição da água e o seu impacto na saúde.

Fonte: Agencia Brasileira de Notícias

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Aneel realiza primeiro leilão de energia eólica do país

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) habilitou tecnicamente 339 projetos de geração eólica para o Leilão de Energia de Reserva, que será realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), nesta segunda-feira (14). O leilão será na sede da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em São Paulo.

Está é a primeira vez que o Brasil promove um leilão de reserva para negociação exclusiva de energia elétrica gerada por ventos. Segundo a EPE, os empreendimentos somam capacidade instalada de 10.005 MW, o que corresponde a uma vez e meia a potência total do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira, em Rondônia, composto pelas usinas hidrelétricas de Jirau (3.300 MW) e Santo Antônio (3.150 MW).

As informações da EPE (empresa do governo federal responsável por pensar o planejamento energético do país) indicam que os estados do Ceará e do Rio Grande do Norte detêm a maioria dos projetos (213) e também da potência instalada (6.144 MW) habilitados.

Para o presidente da EPE, Mauricio Tolmasquim, o sucesso deste primeiro leilão pode propiciar o maior aproveitamento do alto potencial do país. “A contratação de energia eólica, neste momento, reforçou ainda mais a posição que o Brasil levou para a Conferência do Clima em Copenhague, de promover a manutenção do perfil altamente renovável da matriz energética brasileira”, afirma.

O leilão de energia exclusivamente voltado para contratação de fonte eólica será realizado na modalidade de reserva, que se caracteriza pela contratação de um volume de energia além do que seria necessário para atender à demanda do mercado total do país. “Os empreendimentos que ofertarem os maiores deságios sobre o preço inicial assinarão contratos de compra e venda de energia com 20 anos de duração, válidos a partir de 1° de julho de 2012”, esclareceu a empresa.

Fonte: Ambiente Brasil