quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

China busca experiência sobre gestão de recursos hídricos do Estado do RJ

Uma comitiva do Governo chinês esteve nesta segunda-feira (14/12), visitando o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) para buscar experiências com a gestão dos recursos hídricos desenvolvida pelo órgão ambiental brasileiro.

O presidente do Inea, Luiz Firmino Martins Pereira, recebeu os representantes do Departamento de Recursos Hídricos, do Ministério de Recursos Naturais chinês, Sr. Gao Juan e o da Comissão de Conservação do Rio Haihe, na província de Tianjin, cidade estratégica dos pontos de vista político, econômico e social.

A China enfrenta graves problemas ambientais, sobretudo, no que tange a conservação dos recursos hídricos. Com apenas 7% das reservas de água do planeta para um quarto da população mundial, o país não consegue atender às necessidades de abastecimento de 400 das 600 cidades chinesas que sofrem com a falta de água.

Essa, inclusive, é uma das principais razões para que 30 milhões de camponeses ainda vivam abaixo da linha da pobreza, a despeito do sólido crescimento do país nas últimas décadas.

Tianjin é um dos quatro municípios diretamente subordinados ao Poder Central da China. Localizado na parte Leste da planície do Norte da China, a 120 quilômetros de Beijing, e às margens do mar Bohai, é a porta marítima da capital. O rio Huanghe, que teve seu curso modificado por diversas vezes, em três transbordamentos acabou no lado de Tianjin, dando lugar ao atual delta do rio Haihe.

A cidade é uma das bases industriais da nova China, por onde o país mantém relações comerciais com mais de 90 nações e regiões de todo o mundo. Com uma área de mais de 11 mil quilômetros quadrados e uma população de 7,7 milhões de habitantes, Tianjin sofria com uma extrema escassez de água e a indústria e a população precisavam recorrer à água salgada.

Para resolver o problema, em 1982 começou a ser construída uma obra hidráulica para levar água do rio Luanhe até Tianjin. É a maior obra para abastecimento de água da China até o momento. O canal tem 134 quilômetros de extensão, atravessa as bacias dos rios Luanhe e Haihe e a Cordilheira Yanshan. A construção foi concluída em um ano e quatro meses.

Contudo, segundo estimativas de especialistas, o volume total de água disponível na China e em condições utilizáveis pode durar apenas até 2030, mesmo que se realizem todos os esforços de economia. Isso porque, muitos rios e lagos chineses, principais fontes de abastecimento, enfrentam secas severas e níveis de poluição extremos há décadas. A poluição com resíduos humanos e industriais é alarmante. O lago Poyang, na província meridional de Jiangxi, por exemplo, é o maior lago de água doce do país. Sua sobre-exploração e a poluição tem agravado os problemas de escassez.

Ainda no contexto da crise hidrográfica, a também sobre-exploração do rio Yangzi, o maior da China e o terceiro maior do mundo, também tem se agravado nos últimos anos. A barragem das Três Gargantas, uma das principais fontes de abastecimento do país e que tem dimensões gigantescas também está sob ameaça. Em 2007, o golfinho de água doce foi declarado oficialmente extinto.

Milhares de chineses são afetados frequentemente por pequenas catástrofes ecológicas que conduzem a rupturas periódicas do fornecimento de água. Em razão disso, a população chinesa está muito sensibilizada para a questão da poluição da água e o seu impacto na saúde.

Fonte: Agencia Brasileira de Notícias