sábado, 7 de março de 2009

Um rio em minha vida

Thais Gurgel
A primeira impressão foi chocante para aquelas crianças de 8 e 9 anos. Em um mangue próximo à foz do rio Santa Maria da Vitória, na capital capixaba, a classe de 2ª série da EMEF Francisco Lacerda de Aguiar encontrou um cheiro forte e lixo, muito lixo. “Como isso tudo veio parar aqui?”, perguntou um dos alunos à professora Maria Helena Klein. Ela, que mais tarde iria usar essa curiosidade para explicar as causas da poluição e como combatê-las, preferiu apontar para uma cena curiosa: a lama do mangue parecia ser revolvida por pequenas garras negras. Eram siris. Em meio aos dejetos, a natureza respirava. E servia de sustento para uma comunidade ribeirinha, como todos ficaram sabendo depois.

Levar a garotada a compreender as relações que estruturam uma paisagem cultural – a união de elementos naturais e de construções humanas num determinado espaço – é uma das principais tarefas de quem leciona Geografia. Maria Helena conseguiu cumprir essa missão ao desenvolver uma sequência didática muito bem estruturada, que lhe rendeu o troféu de Educadora Nota 10 do Prêmio Victor Civita de 2008. “A grande qualidade do trabalho dela é mostrar a interligação entre uso da terra, poluição dos rios e proteção dos manguezais.

É um avanço na abordagem da questão da água, que em geral é vista apenas sob a ótica da preservação, como se fosse possível separar os recursos naturais e da ação humana”, diz Sueli Angelo Furlan, professora da Universidade de São Paulo e selecionadora do Prêmio.
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Fonte: Planeta Sustentável