terça-feira, 21 de abril de 2009

Israelenses têm 4 vezes mais acesso à água que palestinos, diz Banco Mundial

O acesso per capita dos israelenses à água potável é aproximadamente quatro vezes maior que o dos palestinos, afirma um relatório do Banco Mundial (BM) divulgado hoje.
A instituição qualifica de "enormemente díspar" a proporção entre o acesso dos israelenses e dos palestinos, que dividem boa parte dos recursos hídricos, e adverte de que o sistema de canalização de água da Autoridade Nacional Palestina (ANP) está "perto da catástrofe".

O BM destaca que as restrições e limitações ao acesso de fontes naturais de água por parte de Israel e outros fatores impedem o desenvolvimento econômico nos territórios palestinos.
O relatório "Avaliação do impacto das Restrições sobre o Desenvolvimento do Setor de Água Palestino" é o primeiro documento do tipo feito pelo BM sobre a questão na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. O documento foi elaborado a pedido da ANP e ressalta a "completa dependência de água na Cisjordânia e em Gaza dos poucos aquíferos compartilhados e, em grande medida, controlados por Israel".

As legislações existentes sobre o assunto, continua, datam dos Acordos de Oslo de 1995, e seguem em vigor. As regras não atendem "às necessidades do povo palestino", afirma o estudo.
O relatório qualifica o acordo entre as partes de "assimétrico" e o acusa de ser a causa que exacerba a crise dos palestinos, enquanto recomenda uma mudança na atual regra legal para a distribuição de água a fim de melhorar o sistema aquífero palestino.
A divisão desigual dos recursos e a falta de informação sobre as regiões onde existem fontes de água impediram os palestinos de desenvolver esses recursos, problema que aumenta devido à fraqueza das instituições governamentais palestinas.

O relatório acrescenta que estes fatos levaram a uma situação de emergência com graves ramificações para a economia, à sociedade e ao meio ambiente na ANP, assim como às frequentes crise humanitárias que se originaram da escassez de água na Cisjordânia e em Gaza.

Fonte: Portal G1