domingo, 12 de abril de 2009

Jornalista lança em Manaus livro sobre expedições a remo

O jornalista Luís Augusto Pires Batista, editor geral de Jornalismo da Rede Amazônica, em Manaus, autor do livro "Afluentes - 3000 km de Expedições a Remo" - , lançado em Manaus pela Livraria Valer, concede entrevista ao Portal Amazônia. Para Luis Augusto, que percorreu a remo vários rios do estado de São Paulo e Mato Grosso do Sul, e relatou a desvastação causada pela chegada de hidelétricas, é preciso ter cuidado com a questão do meio ambiente nesses casos.
Leia a entrevista na íntegra:
Portal Amazônia: Como surgiu a idéia de fazer a expedição a remo pelos rios de São Paulo e Mato Grosso do Sul?
Luís Augusto: Tudo começou em fevereiro de 1993, quando o design Mário Delazari Nogueira, um amigo de Presidente Prudente, adquiriu uma canoa canadense de fibra de vidro. Ele nos convidou para fazer uma viagem a remo pelo rio do Peixe, um afluente do rio Paraná, e logo ganhou meu apoio e de outros dois amigos. Marcamos uma espécie de teste num domingo e também levamos um barco de alumínio de quatro metros. Foi uma experiência nova e bastante interessante, mas logo percebemos que precisaríamos de nos condicionarmos melhor fisicamente. A partir daí definimos um cronograma de treinamento e também iniciamos os preparativos para uma expedição de três dias que sairia do município de Santo Expedito, pelo rio do Peixe, e chegaria a Presidente Epitácio, cidade já no rio Paraná. Foram mais de dois meses de trabalho e o resultado foi tão gratificante que não paramos mais de remar.

Portal Amazônia: A obra "Afluentes - 3.000 Km de Expedições a Remo", um documentário das viagens, foi concebida para ser transformada em livro ou seria apenas reportagens, no primeiro momento?

Luís Augusto: Ao final desta primeira expedição fomos convidados pelo jornal O Imparcial, de Presidente Prudente, cidade onde nasci e morava na época, para escrever uma reportagem sobre aquela aventura. Tiramos centenas de fotografias e trouxemos muitas imagens. Eu escrevi o texto com o Mário, mas a matéria acabou ficando muito grande. Quando o pessoal do jornal pegou o material sugeriu que dividíssimos as fotos e os textos em cinco matérias que seriam publicadas sempre aos domingos e logo aceitamos a idéia. Houve uma repercussão muito positiva na época e percebemos que ali havia uma sementinha para escrevermos futuramente um livro. Depois faríamos outras 24 expedições que se prolongaram até 2002, quando já morava em Salvador. Acho que foi na Bahia, talvez pela saudade que sentia das viagens, que decidi partir finalmente para transformar todas aquelas viagens num livro, mas foi um longo processo.
Fonte: Portal Amazônia