O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira (1), em seu programa semanal “Café com o Presidente”, que o governo federal irá convocar os prefeitos das áreas que mais sofrem com o desmatamento na Amazônia, e reforçará a fiscalização na região. “Nós tomamos a decisão de convocar todos os prefeitos das áreas que mais tinham queimadas e desmatamentos. Estamos reforçando a fiscalização para ver se nós conseguimos, definitivamente, melhorar essa situação”, pontuou Lula.
No final do ano passado, foi lançado o Plano Nacional sobre Mudança de Clima, que prevê a redução em 80% do índice de desmatamento na Amazônia até o ano 2020. De acordo com o presidente, com o aperfeiçoamento do sistema do monitoramento, a taxa anual de desmatamento vem caindo. “Saiu de 21.050 quilômetros quadrados em 1998 para 11.968 quilômetros quadrados em 2008. Neste último ano, reduzimos em mais de 45% o desmatamento, coibindo a impunidade ambiental e tirando o crédito dos desmatadores”, afirmou o presidente.
Segundo Lula, o Brasil criou 25 milhões de hectares de áreas de conservação na Amazônia. Os principais beneficiários dessas unidades de conservação, de acordo com ele, são as populações residentes nas áreas. “Por exemplo, populações tradicionais indígenas, extrativistas e os visitantes, os pesquisadores, que tanto precisam pesquisar a riqueza da biodiversidade”, exemplifica.
Lula destacou que a questão da água também preocupa o governo. Para ele, cumprir o Plano Decenal de Saneamento é fundamental para a manutenção dos recursos hídricos. “Se destruirmos nossas matas, que protegem os rios, faltará água. Por isso, nós temos que trabalhar muito com o Plano Decenal de Saneamento para limpar os nossos recursos hídricos, para garantir a água para beber, para agricultura, para energia”, fala.
Minc reclama de ministros
Na semana passada o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, se queixou de colegas do governo ao presidente Lula. Ele disse que projetos ambientais foram prejudicados e que o presidente Lula vai advertir os outros ministros. “Vários ministros combinavam uma coisa aqui e depois iam lá no parlamento, cada com sua machadinha, patrocinar emendas que esquartejavam e desfiguravam a legislação ambiental. Ele disse que isso não era aceitável, que ele ia chamar os ministros, e o que fosse combinado entre os ministros e ele não dava direito a cada um”, ressaltou o ministro.
O ministro acrescentou que Lula apoiou seis das oito questões levantadas por ele, incluindo a proibição de plantação de cana-de-açúcar no Pantanal e o controle de emissões em usinas de energia elétrica movidas a óleo e carvão. Mas o presidente não concordou com a proposta de elevação nos pagamentos feitos por usinas hidrelétricas para compensar impactos ambientais. Desde de que assumiu o Meio Ambiente, Minc tem entrado em rota de colisão com setores ruralistas, que buscam mudanças na legislação ambiental, as quais o ministro e o setor ambientalista se opõem.
Fonte: G1