O nível do rio Negro, na região de Manaus (AM), bateu nesta quinta-feira a cota recorde de 29,71m. É o maior nível registrado na história da cidade, superando o de 1953, até então a maior cheia da capital. Com a subida do rio, algumas ruas do centro foram tomadas pela água.
Na quarta-feira, o nível do rio já havia igualado a marca de 1953, de 29,69 m. No porto, o prédio histórico onde funciona a alfândega ficou ilhado. A água invadiu as galerias subterrâneas e transbordou por várias ruas do centro, interditando, por exemplo, a avenida Eduardo Ribeiro, a principal da região central.
Com a interdição de pelo menos 4 ruas na área comercial, o trânsito no centro ficou prejudicado. "Nós estamos muito preocupados porque se chover mais e o rio subir de novo, o trânsito no centro vai ficar mais complicado", disse o diretor de operação do Instituto Municipal de Transporte de Trânsito, Maurício Reis. A Defesa Civil municipal alojou 36 famílias que tiveram as casas totalmente alagadas. As famílias foram alojadas em duas escolas municipais.
Na escola Madre Elísia, zona oeste, a dona de casa Marília Silva foi abrigada com mais dois filhos e o marido depois que a casa dela, situada na orla fluvial de Manaus, foi alagada. "Nós deixamos pra trás cômoda, geladeira, fogão e nossa cama. Agora, o jeito é trabalhar para recuperar tudo", disse Marília. A mulher conseguiu levar para o abrigo apenas o aparelho de TV e algumas mudas de roupa. Em todo a cidade, a defesa civil estimou em 16,6 mil o número de pessoas afetadas.
Como a maioria dos moradores não quis deixar suas casas, a ação principal foi a distribuição de madeira para a construção de marombas, que são as elevações dos assoalhos das casas de madeira.
Fonte: Portal Terra