segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Hidreletricidade

José Goldemberg

Enquanto o mundo todo se defronta com o problema de reduzir as emissões de gases responsáveis pelo aquecimento global (principalmente dióxido de carbono), o Brasil produz 85% de sua energia elétrica com água dos rios, isto é, hidreletricidade, que é limpa e renovável. Nos Estados Unidos e na China, os maiores emissores de CO2 do mundo, a energia elétrica é produzida queimando principalmente carvão, que é o pior dos poluentes.

Os estudos disponíveis mostram que o nosso potencial estimado de hidreletricidade é de 261 milhões de quilowatts, dos quais somente 30% estão sendo utilizados. Os restantes foram apenas inventariados ou estimados. Como explicar, portanto, que estejam ocorrendo tantos problemas na expansão do atual sistema de geração, a ponto de estar sendo privilegiada a construção de usinas térmicas, com combustíveis não-renováveis (carvão ou óleo diesel), que certamente produzirão mais poluição, a custos mais elevados?

A energia que pode ser gerada nos rios disponível no Sudeste do Brasil foi quase toda aproveitada, mas há ainda um enorme potencial a ser desenvolvido na Amazônia, além de pequenas centrais hidrelétricas em todo o País, que representam, em geral, 10% do potencial hidrelétrico total, usualmente não exigem a construção de barragens e têm impactos ambientais mínimos.

O governo atribui as dificuldades na obtenção do licenciamento ambiental à pressão que organizações não-governamentais e alguns integrantes do Ministério Público exercem sobre o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).Ao licenciar as Usinas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, a atuação do Ibama parece ter melhorado um pouco, mas agora é a Usina de Belo Monte que enfrenta grandes dificuldades no seu licenciamento, como relatado por Washington Novaes neste mesmo espaço em 25 de setembro.

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Fonte: Estadão Online