quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Rio Grande do Sul encaminha projeto para tratar o esgoto

A maioria das cidades do Rio Grande do Sul, atualmente, não trata nem 10% dos esgotos domésticos, que são lançados nos recursos hídricos do Estado. As informações são da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, que pretende mudar essa situação. Para isso, enviou ontem uma proposta ao Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema), sugerindo o regramento da legislação ambiental e permitindo um maior volume de investimentos em saneamento. Em Novo Hamburgo, um projeto de tratamento está previsto já para o início de janeiro.

A resolução, que aguarda aprovação, é realizada em conjunto com a Fepam e a Corsan e vai impedir que o esgoto chegue in natura nos rios e arroios. A medida prevê o tratamento de até 100% de esgoto sanitário nos municípios. O processo seria realizado por meio de uma instalação progressiva de sistemas de coleta e tratamento de efluentes líquido sanitários públicos.

Informada sobre a resolução, a Comusa - Serviços de Água e Esgoto de Novo Hamburgo relembrou o projeto de Novo Hamburgo, que irá tratar em até 80% dos resíduos com a construção de duas Estações de Tratamento de Esgoto e ampliação da captação de água bruta. As obras têm previsão para iniciar em janeiro, com um prazo de término de dois anos e um investimento de R$ 146 milhões.

O diretor-técnico da Comusa, Júlio Macedo, diz que a intercepção nas redes coletoras de águas pluviais impede que o esgoto caia nos arroios e rios. "Vai permitir uma redução com custos de produtos químicos. A qualidade da vida aquática será melhorada e principalmente a vida dos hamburguenses", garantiu.

Percentual aumentado

O presidente da Corsan, Mário Freitas, destaca que atualmente a legislação obriga o tratamento de 100% do esgoto, mas não estipula a fórmula como atingir este percentual. "Os municípios, por questões financeiras, não conseguem alcançar a totalidade e acabam investindo pouco em esgoto sanitário". Ao iniciar com tratamento primário, que representa 30% do tratamento de esgoto, já se diminui em 70% a quantidade de esgoto sanitário lançado nos mananciais hídricos, reduzindo progressivamente a carga poluidora. "Os esgotos domésticos lançados nos rios são os principais responsáveis pela degradação da qualidade de água das bacias hidrográficas, o que pode gerar doenças", afirmou.

Fonte: Diário de Canoas online