terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Melhor caminho

Xico Graziano

A erosão das terras agrícolas configura uma verdadeira tragédia ecológica. O solo, patrimônio da humanidade, esvai-se na força das chuvaradas. Muitos culpam o agricultor pelo fenômeno. As estradas, porém, representam um grande vilão.
Agrônomos conservacionistas estimam que até 50% da perda de solos em certas regiões paulistas é provocada pela água canalizada no leito das estradas rurais. Quem já trafegou pelos campos, naqueles caminhos esburacados e bem empoeirados, entende facilmente a razão.Basta lembrar os elevados murunduns que cerceiam a via nas suas beiradas. Eles delineiam o trajeto como se definissem um rio seco. Quando chegam as torrenciais chuvas, essas altas laterais impedem que as enxurradas d'água se dispersem, canalizando-as sempre rumo à descida. Aí mora o terrível problema.
Quando naquele lugar surgiu a estrada, os veículos certamente passavam no mesmo nível da paisagem. Inexistiam os barrancos. A cada chuva, entretanto, forma-se um barreiro danado. Vem a máquina da prefeitura e aplaina o chão, retirando a terra solta. Passam os anos. O leito carroçável vai devagar se aprofundando, encaixando-se no terreno. A motoniveladora apenas penteia a estrada.
Para ler mais, clique aqui.
Fonte: Estadão - Terça-Feira, 10 de Fevereiro de 2009