Responsáveis pelo abastecimento de 3 milhões de gaúchos – cerca de um terço da população do Rio Grande do Sul –, os rios dos Sinos e Gravataí agonizam. Abandonados pelo poder público, maltratados pelas populações ribeirinhas, machucados pela poluição industrial, usurpados pelos arrozeiros, eles vêm ao mundo nas nascentes, são asfixiados em seus cursos e chegam quase mortos à foz. Um sofrimento diário que atinge, sem distinção, animais e seres humanos. O longo martírio de dois dos principais rios do Estado foi acompanhado por repórteres de Zero Hora, que navegaram pelo Sinos e Gravataí na quarta e na quinta-feira.
As águas cristalinas de Caraá que despencam de uma cachoeira de cerca de 120 metros para depois saciar quase 2 milhões de pessoas em nada se parecem com o que se vê nas cidades que mais precisam delas. Nos 190 quilômetros pelos quais se estende o Rio dos Sinos, de Caraá até Canoas, prevalece o descaso. Parte do lixo, dos produtos químicos e do esgoto despejados diariamente fazem dele um dos piores rios do Brasil, conforme a Agência Nacional das Águas – definição desonrosa também atribuída ao Rio Gravataí.
Quem navega pelo Sinos deve prestar atenção nos sofás, nas carcaças de TV, nos capacetes que podem estar pelo caminho. Sacolas e garrafas plásticas? Nem tente contar.É o esgoto doméstico, aquele produzido nas residências de quem se beneficia do rio, o principal causador da tonalidade preta que o caracteriza próximo a centros como Novo Hamburgo e São Leopoldo.
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Fonte: Zero Hora Online